AUTOPOIESE E NARRATIVAS – Teatro “Mundos mágicos – mundos imaginários”

AUTOPOIESE E NARRATIVAS – Teatro “Mundos mágicos – mundos imaginários”

TEATRO “MUNDOS MÁGICOS – MUNDOS IMAGINÁRIOS”

 

O espetáculo teatral

A Vida é um movimento constante, um recomeçar, é um coletivo de vozes novas, conhecidas ou desconhecidas. São cenas que vivenciamos com a nossa arte de viver, de sentir e de escrever. (Stella Gaspar)

Estamos expressando nesta narrativa, o encanto da criação teatral, das belezas dos grandes espetáculos, que despertam sentimentos variados em uma plateia diversificada, submetidas a movimentos repletos de imagens, de detalhes de vida cotidiana, na articulação com a representação, significação e interpretação.

O teatro é uma modalidade artística que surgiu na antiguidade. Na Grécia antiga, possuía uma importante função social, donde os espectadores esperavam pelo momento da apresentação, que poderia durar um dia todo.  

Teatro é um termo plural em suas significações. Do grego “Theatron”,  significa lugar de onde se vê, nos revelando o próprio olhar de quem vê, seu ponto de vista, sua interpretação.       

“Quando as cortinas se abrem, a beleza dos mundos mágicos em tons que podem ser dourados, prateados brilhantes, elevam nossos pensamentos em melodias, em poemas, imaginações, com atos que motivam e nos vestem de emoções, nos convence, nos levam para longe. E depois do espetáculo, respiramos com o ritmo de nossas histórias, de nossas esperanças,”

 

 

O lugar do Texto teatral

Os textos teatrais podem ser encenados, escritos em poesias ou prosas. São, portanto, peças de teatro escritas por dramaturgos e dirigidas por produtores teatrais, em sua maioria, são pertencentes ao gênero narrativo. Ou seja, os textos teatrais apresentam enredos, personagens, tempo, espaço e podem estar divididos em “Atos”, que representam os diversos momentos da ação, por exemplo, a mudança de cenário e/ou de personagens.

De tal modo, o texto teatral possui características peculiares e se distancia de outros tipos de texto pela principal função que lhe é atribuída: a encenação. Nas cenas destacam – se os olhares, as manifestações artísticas nos transmitindo diversificados entendimentos.

A arte teatral é uma permanente é construção e demonstrações de “mundos mimesis pitagórica” (imitatio, em latim) designa a ação ou faculdade de imitar; cópia, reprodução ou representação da natureza. Dessa forma, ele apresenta diálogo entre as personagens e algumas observações no corpo do texto, tal qual o espaço, cena, ato, personagens, rubricas de interpretação, de movimento e potencialidades representativas.

 

Contextos e Características do Texto Teatral

 

Textos encenados. Gênero narrativo. Diálogo entre personagens. Discurso direto. Atores, plateia e palco. Cenário, figurino e sonoplastia. Linguagem corporal e gestual Ausência de narrador.

Em um texto teatral, podemos abrir espaços para produzir encantos para o nosso mundo imaginário abrindo nossas cortinas interiores, dando vozes às nossas emoções em todo seu esplendor dramático.com elocuções versificadas, cada um com a sua maneira de se expressar as experiência de vida, ausentes, na ordem ou na desordem, nas adversidades, alegrias, especialmente e especialmente usadas para expressar sentimentos de amor, na vida e para a vida.    

No teatro podemos observar mundos infinitos, mágicos com segmentos dos princípios que regem a tríade “espaço cênico, ator e público”, na estrutura teatral.

Destacamos as palavras de Liana Ferraz (2022), em seu texto quando se refere ao tempo, espaço e o eu de autorias.

 

Presente

 

O olhar viaja para aquele tempo.

O “meu tempo”.

Os olhos fogem e a pessoa some.

Aí, o “meu tempo”.

Eu criança achava que dizer o meu tempo até fazia doer as juntas.

Esses dias eu.

Escapei. “No meu tempo”, disse.

Travei as costas.

 Mordi a língua.

Aí, não.

Foi sem querer, eu criança, juro!

Não importa. Estava dito.

Velha juramentada.

Era hora de dar a volta por cima.

No meu tempo hoje revi a ideia de que o meu tempo hoje acordou m dia lindo de céu azule eu estou viva.

No meu tempo hoje preciso cortar o cabelo e ir ao cinema.

No meu tempo de criança se eu olhasse para quem eu me tornei no meu tempo hoje teria menos medo de ser adulta.

No meu tempo hoje eu existo porque sei que meu tempo é hoje.

Eu me recuso a viaja-olhar sem volta com dinossauros.

No meu tempo hoje urgente.

Eu presente.

 

A educação do olhar

 

Estamos aqui refletindo o “teatro” para além dos palcos. Assinalamos que, a educabilidade do olhar é um teatralizar, entendendo-a como dramatizar, adaptar, representar, considerando o homem como espectador de si mesmo, no espetáculo.

 

O visível da realidade vai além, do invisível aos olhos. No teatro podemos observar mundos infinitos, mágicos. Reproduzimos esse pequeno texto com elementos do real ao imaginário, É uma mensagem, uma percepção e interpretação de mundo, com a leveza da criação do sentir e do querer, enxergar o que imaginamos.

“Estarmos abaixo de um céu estrelado, escutando a música do mar, da lua, vivendo entre o palco e a plateia, sentindo o inimaginável. Como também, mudando   histórias como por exemplo; “Romeu & Julieta” que não morrem, não tem um final trágico. Tomam um vinho e ao amanhecer acordam um nos braços do outro. Eles fazem uma bonita festa de casamento, cercados por familiares e amigos.”  (Lovelace, 2019),

O universo do nosso mundo imaginário é imenso, nos faz enxergar detalhes e contextos, bagunça nossa alegrias, medos e coragens, nos ensina a ver nossa lindeza interior no escuro nossos personagens, nos impulsiona a estar nascendo no espetáculo desse personagem chamado “eu”em milhares de rostos , abraçados por olhares em nossas memórias. Um diálogo como este, pode constituir-se em uma relação dialógica de “mundos possíveis”, porque o universo imaginário não pode ser excludente do “mundo real.”  Como afirma Kant (1995) afirmando: o pensamento estético, ainda que seja muito maior que a própria natureza, é dela mesma que se serve para sugerir pensamentos. Ou seja, podemos construir um modo particular com a nossa percepção de mundo, conhecido empiricamente ou cientificamente, do erudito ao popular.

 

A metamorfose dos grandes espetáculos

 

Movimentos, relações dialógicas, luzes, cortinas, vozes, sorrisos, intensidades, danças e muitas belezas, expressões, emoções, ludicidades e alegrias.  Sem dúvida, um grande espetáculo!

Stella Gaspar)

 

 

Os espetáculos teatrais caminham com a contemporaneidade entrelaçados com a “visão antropocêntrica da vida”. Consiste na visão do mundo que tem o homem como principal referencial e está presente em todos os setores da sociedade nas pluralidades contemporâneas.

Nos grandes espetáculos, podemos observar a riqueza narrativa das peças teatrais. Auto. Comédia. Drama. Farsa. Melodrama. Ópera. Monólogo. Revista.

Destacamos também os diferentes tipos de espetáculos. Opera. Bailado. Dança. Concertos. Teatro. Circo. Performance. Cinema.

Hoje se torna mais imperioso possibilitar a escuta e a palavra nas historizações produzidas pelas comunicações compartilhadas, para se produzir algo novo e inovador sem perder a relação com o antigo, mas sim, com os personagens, (re) significados.

No palco atores circulam em meio a cenários e adereços. Entram e saem de cena, começam e recomeçam, falam e se calam. De repente tudo termina, as luzes se apagam, a plateia esvazia-se e o palco fica sozinho, aguardando a próxima sessão.

Não podemos negar o processo de metamorfose dos espetáculos mediante sua característica efêmera e única, cada momento é particular e a plateia, o público sempre é renovado. 

 

O ator e os diferentes personagens

 

Segundo Camargo Avelino (2008), o ator faz parte da tríade anteriormente escrita, é aquele que empresta seu corpo à construção de um personagem, com uma intenção deliberada e premeditada. É um homem representando outro homem. O personagem vivido pelo ator, carrega essa marca de ficcionalidade

A este ator, pode-se agregar a figura do autor, idealizado pela trama, podendo ser visto também, como um co-autor ou um construtor de sua autopoiese.

 

 

Teatro-Aproximação com o amor

 

O ato de compartilhar é “amor”, os olhares de quem assiste as representações em um mesmo ambiente, os lugares que dividem as aproximações das histórias de vida, e os pensamentos renovados a cada espetáculo teatral, “é uma arte de amor”. Assim poeticamente a inspiração passa por uma aproximação amorosa e poética na linguagem ampla teatral.

Escolhemos alguns versos da poesia de Gonçalves Dias (1823).

 

Se morre de amor!

Se se morre de amor! —Não, não se morre,

Quando é fascinação que nos surpreende

De ruidoso sarau entre festejos;

Quando luzes, calor, orquestra e flores.

Assomos de prazer nos raiam n` alma,

Que embelezada e solta em tal ambiente

No que ouve, e no que vê prazer alcança! (…)

 

Amar, e não saber, não ter coragem.

Para dizer que amor que em nós sentimos;

Temer que olhos profanos nos devassem

O templo, onde a melhor porção da vida

Se concentra; onde avaros recatamos

Essa fonte de amor, esses tesouros.

Inesgotáveis, d ilusões floridas;

Sentir, sem que se veja, a quem se adora,

Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos.

Segui-la, sem poder fitar seus olhos,

Amá-la, sem ousar dizer que amamos,

E, temendo roçar o seus vestidos,

Arder por afogá-la em mil abraços:

Isso é amor, e desse amor se morre! (…)

        

 

Agradecimentos

 

Comecei a escrever sem ter a ideia de qual seria o resultado. Sinceramente o inesperado, o texto narrativo deixou-me com luz em sentimentos autorais desconhecidos. Obrigada por me emprestarem suas atenções, reflexões, leituras. Obrigada por estarem, presentes, por lerem minhas palavras, obrigada do fundo do meu coração. Obrigada pela atenção do melhor que pude deixar nesta 18ª edição. Obrigada por seu apoio e o tempo que dispensou.

Não tenho mais palavras para descrever como sou grata!

Deixo os meus melhore sentimentos!

Grandes espetáculos!

 

Por STELLA GASPAR

Pular para o conteúdo