CONTADORES DE HISTÓRIAS – Contar histórias por Regina Clarte

CONTADORES DE HISTÓRIAS – Contar histórias por Regina Clarte

Regina Clarte

Nascida em Ipaussu, residente em Santos.
Buscadora de si mesma, mãe de 3 filhos, arte-educadora, contadora de histórias, psicóloga transpessoal, pós-graduanda em arteterapia, Reside em Santos, no litoral paulista, e essa proximidade com a natureza e com o oceano me nutre de uma energia vital para que meus passos possam ser leves e dançantes nessa experiência riquíssima de existir!

 

 

“A proximidade com a natureza e com o oceano me nutre de uma energia vital para que meus passos possam ser leves e dançantes nessa experiência riquíssima de existir!”

 Na educação desenvolveu projetos interdisciplinares que sempre se fundamentaram na arte e nas histórias. Era como conseguia obter sustentação emocional, de forma que o trabalho fizesse sentido para si e para os estudantes.

 Bem, acho que sou aquela típica garota do interior que sonhava em morar em uma cidade grande. Como amante da palavra, sempre estive metida em leituras e escritas e, na adolescência, sonhava em estudar jornalismo na USP em São Paulo e ir morar em Londres depois. Não conseguindo aprovação neste vestibular, acabei indo estudar psicologia, minha segunda opção, na UNESP. Quando me formei, voltei para São Paulo e, porém, não consegui me manter financeiramente com a psicologia, então fui trabalhar como educadora bilíngue, um caminho inusitado mas, onde pude afinar meu olhar e minha escuta para compreender o outro.

 Ao se tornar mãe, mergulhou mais ainda neste universo para além do aspecto profissional e foi buscar várias formações na arte narrativa. Apresentou-se inúmeras vezes em bibliotecas, livrarias e eventos culturais como contadora de histórias.

 No final de 2019, sentiu-se sufocada pelo mecanismo de funcionamento dos bastidores das escolas, e em meio ao caos da pandemia no ano seguinte, buscou formação em biblioterapia e psicologia analítica e assim, caminhou ao encontro da psicologia, dessa vez em definitivo, o que a fez sentir completamente alinhada com seu propósito de vida.

 Para Regina, contar histórias significa acender uma luz na escuridão. É um convite para contemplar o que está além do horizonte. É oferecer um presente, que pode ser um caleidoscópio ou algo que abra uma brecha e que possibilite olhar para dentro de si e observar tudo e todos por um novo prisma, por um novo ângulo.

 Contar histórias é oferecer um sopro de esperança a quem as escuta. É abrir um espaço sagrado de pertencimento onde o imaginário pode livremente existir.

 Sua relação com as histórias é, desde muito cedo, de grande proximidade, lembra de seu pai lendo livretos de cordel e minha mãe cantando cantigas de roda. Lembra dos disquinhos coloridos de contos de fada rodando na sonata da sala pelos quais ficava absolutamente encantada.

 Foi uma adolescente muito tímida que a levou a virar “rata” da biblioteca, ler os clássicos e se inspirar a escrever também contos, poemas e canções. Já adulta, como arte-educadora, as histórias foram sempre suas maiores companheiras no trabalho. Hoje exercendo o ofício de psicóloga clínica elas continuam presentes. Recorre à moda dos griots e djélis, em seus atendimentos individuais e em grupo, prescrevendo as histórias como bálsamos de cura para adoecimentos e como lanternas para quem embrenhou-se nas trilhas do autoconhecer-se.

 As pessoas sempre foram fascinadas por histórias, isso é fato. Essa necessidade de mergulhar em algo que nos leve para além da crueza do cotidiano, essa busca de encontrar a sensação de pertencimento e também alento para nossas dores. A produção de filmes, séries e novelas estão aí para comprovar esse fato. Os livros também, talvez, infelizmente, em um índice menor de procura e acesso. Mas é real também, numa relação paradoxal, que o mundo se encontra absolutamente desencantado.

 Percebe grande desconexão do ser humano com sua essência e acredita que isso leva ao adoecimento psíquico avança tal qual a devastação que opera junto à natureza. Para ela, retornar aos primórdios da alma se faz urgente e essencial para a sobrevivência da humanidade. É crucial que nos lembremos de quem somos e o que viemos fazer aqui. E é nesse ponto que as histórias podem prestar uma gigantesca contribuição.

” Oh ! Não deixeis apagar a chama!
Mantida de século em século,
nesta escura caverna,
neste templo sagrado! ”
Edward Carpenter em O caibalion

O MAIS PRECIOSO DOS DONS

 

UMA FÁBULA SOBRE MUDANÇA

 

NO PAÍS DOS PREQUETÉS

 

O PINHEIRINHO

Por REGINA CLARTE

Pular para o conteúdo