CONTADORES DE HISTÓRIAS – Feito colo de mãe por Rosemar Patrícia Geiger Porta

CONTADORES DE HISTÓRIAS – Feito colo de mãe por Rosemar Patrícia Geiger Porta

Rosemar Patrícia Geiger Porta

56 anos,casada, residente em Osasco SP.
Técnica em Turismo, sonha em cursar pedagogia.
Contadora de Histórias populares e do brincar infantil.
Mãe do Vinícius, Hélio e Isabelle e de outros que a vida lhe deu, amante, profissional, avó e bordadeira de pontos coloridos com a folia de ciranda histórias.

 

 

 Filha de Dona Lázara e neta de Agripina,a minha inspiração, a maior contadora de histórias.

 Encontro há mais de 38 anos , todos os dias, com o amor da minha vida.

 Partilhamos nossas estórias maravilhosas e outras nem tanto, juntos e de mãos dadas.

 Rosemar tece a vida junto com as histórias, que segundo ela, desde criança a acompanham pois as ouvia no colo da avó e que na infância de seus filhos afloraram, e foi quando se viu contando para seus pequenos.

 Voluntária por dez anos na ONG Viva E Deixe Viver, onde aprendeu que as histórias caminham com as crianças a vida toda, até se tornarem adultos e as apreciarem também.

 Relata que narrando histórias curou muitos traumas, dores e momentos difíceis de muitas crianças pequeninas e não tão pequeninas também.

 Na tenda do TELETON as crianças desfrutam da folia das histórias.

Contei e conto ainda para os meus dois filhos e para minha filha Isabelle., mas chegou a hora da avó contar. É maravilhoso ver os olhinhos da menina Sofia e do garotinho Vinícius brilharem pelas estórias .

 Acredita que ser contadora de histórias é tecer no caminhar rápido das pessoas, é invadir a pressa e parar os pés dos pais, é gritar os gritos dos bichos, é viajar nas florestas encantadas, ver a corredeira das águas, fluir nos brejos os sapos e príncipes de lá, é encontrar em cada flor um perfume escondido, é sentir o cheiro de bolo de vó, do menino que corria descalço na enxurrada, é parar quietinho e ouvir a Dona Morte falar, é correr junto do saci, espantar a mula sem cabeça, encontrar com rainha, pescador, príncipes, duende , às vezes fada, outras bruxas, é viver a história e deixar a fantasia acontecer.

 Sua relação com a contação de histórias se faz como um encontro de almas, do nutrir-se delas, da oralidade, das palavras, dos livros, do cordel, dos griôs, dos contadores,dos indígenas, dos negros, dos africanos, dos muçulmanos, dos religiosos, dos ateus, de todos os povos, juntos e separados.

 É um chamado dos nossos ancestrais, uma permissão de continuar a arte da narração que faz parte de nossa essência.

 As histórias contadas desde nossos ancestrais trazem uma bagagem que ecoa no universo, habitam os corações e caminham para sempre conosco.

Uma vez na AACD uma garotinha de 21 anos deitada na maca em plenitude , cheia de aparelhos …todos diziam estar neutra ali…

Eu cheguei com o caxixi e na toada da história cantada…na introdução da história…a mãe dela veio me avisar que mudou a batida do coração dela…o abrir dos olhos…e a mãozinha mexer…ela sabia que a história estava chegando…lindo demais de lembrar.

 Para ela, as histórias se alojam, perpetuam, transformam, auxiliam, curam, desatam nós e muitas vezes adormecem interiormente e num momento de ansiedade, dor, alegria, mágoa, trauma, luto, doença, perigo, violência, elas nos acolhem e nos ajudam.

 Elas influenciam feito árvore mãe que tem raiz firme, caule forte, folhas espertas e flores perfumadas. São como um brilho de vagalume que não pára de piscar anunciando que está lá dentro, para ser chamada a qualquer hora, qualquer momento.

 Feito colo de mãe…minha mãe

PEDRO MALASARTES E O PASSARINHO

 

O POTE VAZIO

 

ROMEU E JULIETA

 

A TARTARUGA E A BICHARADA

 

O INDIOZINHO E O DINOSSAURO

Por ROSEMAR PATRÍCIA GEIGER PORTA

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