CONTADORES DE HISTÓRIAS – Na busca de contar histórias

CONTADORES DE HISTÓRIAS – Na busca de contar histórias

“Uma guardiã da memória? Uma encantadora da vida? Uma semeadora de poesia? Uma escutadora ou escutadeira?”

Contadora de histórias que pensa sobre povos dos tempos de antes e dos atuais, sua própria trajetória entre passos, buscas, acertos e erros, que questiona o mundo e se questiona a fim de encontrar a verdade de seus caminhos.

“Na busca de contar histórias, de tornar real meu sonho e propósito de vida que florestas adentrei, enfrentei, habitei? Em quais desfiladeiros me equilibrei? Por quais penhascos desabei? Em que cavernas me enfurnei para me encontrar com minhas sombras? Que montanhas galguei? Em quais picos vislumbrei lonjuras? Em que jardins encontrei descanso e beleza? Em quais pomares fui nutrida? Onde me perdi? Onde me encontrei, para de novo me perder?”

Indagações que revelam a contadora de histórias em busca constante, a busca de Ser, relação essa que é antiga, e desde a infância habitada por histórias, que na época se faziam presentes pela voz da mãe.

Depois, ao aprender a ler, viajou pelas páginas dos livros de fadas e aventuras, os mesmos que coloria já que os desenhos em preto em branco a convidavam a se “intrometer” na história com suas cores e traços.

Na adolescência encontrou o teatro e aprofundou experiências com os encantos da palavra que se faz em voz e corpo, e antes dos vinte anos trabalhou com ações educacionais envolvendo as artes cênicas nas cidades de Brasília e São Paulo.

Em 1993 – concebeu e apresentou “Caminhos do Destino, seu primeiro espetáculo solo de narração de histórias para adultos – e então descobriu o desejo se dedicar à arte de ouvir e contar histórias

Suas pesquisas iniciais eram os contos tradicionais, mas agregou em sua trajetória estudos, trabalhos e repertórios diversidades como as brincadeiras tradicionais de corpo, dança, palavra, histórias de vida, textos de autores e autoras em poesia, prosa, e de própria autoria.

Nos últimos anos seus estudos têm investido nas relações entre narrativa e cura, narrativa de si e do conto maravilhoso numa busca de novos caminhos para poética e estética narrativa. Neste trajeto tem, nos textos e espetáculos, criado um amálgama entre sua história e a história do conto.

Além das apresentações passou a realizar cursos, oficinas, workshops e palestras no campo da arte narrativa.

Com a narração de contos se apresentou nos mais variados locais: residenciais, cabeleireiro, agência bancária, fazenda, praça, templo, livrarias, restaurantes, escolas faculdades, teatro, casa de cultura, bibliotecas, unidades do Sesc, postos de saúde, hospitais, rádios, TVS, aniversários, casamentos, batizados, entre outros.

“Ao longo desta jornada que está quase a completar 29 anos tive a graça de ter alguns ouvidos que vinham por várias apresentações seguidas se abrir aos encantos dos contos. Uma destas pessoas me confidenciou: – Hoje a ficha caiu. Hoje escutei e percebi algo que que antes não tinha notado. Foi curador. Estes lampejos de percepção que as histórias acordam podem ser preciosos. Penso também que podemos relacionar esta revelação ao gosto que as crianças têm de ouvir a mesma história várias vezes.”

Ministra formações sobre a arte narrativa em várias instituições como os cursos “O Conto que me Conta – uma jornada pela paisagem encantada”, “Histórias de Vida – nas terras da experiência, memória, imaginário e sabedoria”, que motivam os participantes a se entregarem ao exercício de recordar, experienciar, imaginar e narrar sua própria vida ou de outras pessoas, relacionando-se consigo e com os contos.

“A cada recontar de um conto, uma nova percepção se estampa em mim, se impregna em meu ser, me surpreende, me traz movimentos. A contar me confronto com minhas dores e sombras, enfrento e supero medos, encontro antigas e novas alegrias, aprendo, ressignifico me forjo, me transformo, me “alquimizo”… E assim sigo enfrentando o grande desafio que é semear e aprimorar a Humanidade em Mim.”

MÃE DOS CONTOS


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