Mamãe gritou “Ravi já para o seu quarto”! Nesse momento soube que mais uma briga teria início naquela manhã. Era sábado e o papai acabou de chegar, infelizmente não era do trabalho e sim do bar, mais uma vez ele não passou a noite em casa.
Virei á direita e prossegui para o meu quarto conforme mamãe ordenou. Eu não sabia ao certo o que iria ser quando crescer, mas não queria ser como o papai e o meu sonho é ser escritor, isso escritor. Tenho apenas 13 anos, sinto que a literatura me escolheu e que eu a escolhi. A escrita me inspira diante de todas as brigas dos meus pais e do vício do papai, ele é alcoólatra. Peguei meu caderno juntamente com o meu lápis favorito e comecei escrever mais um texto sem sentido.
“Eram breves os momentos de pausa, onde a dor era substituída por alegria”. As lágrimas deram lugar para os sorrisos. Meus pais não brigavam e vozes alteradas deram lugar há um novo som, as risadas ecoavam.
Testemunhei os mais variados e bonitos risos. Talvez não seja muito, mas eu os tinha por um breve momento. Eu sabia que não ia durar e naquele momento eu me permiti ser egoísta e não me importar, não me importar com os problemas, se faltava dinheiro, se a energia estava atrasada ou se amanhã não teria arroz, pois, naquele momento eu senti que tinha uma família e que ali ainda existia amor”.
Os gritos se acalmaram e tudo estava bem por um determinado tempo. Eu já podia sair do quarto e ir chamar o Gael pra jogar videogame eu tinha um Ps4 maneiro e nos disputávamos quem era o melhor no FIFA. A mamãe parecia bem e papai foi tomar um banho, aprendi quem não podemos fugir dos nossos problemas e que não podemos escolher nossa família, pois é ela que nos escolhe e que apesar dos problemas a minha família é a melhor!
Por MARIELLY MÔNICA
