CONTOS E MINICONTOS – Samanta e Alex por Sophie F.

CONTOS E MINICONTOS – Samanta e Alex por Sophie F.

De repente o celular indica uma mensagem. O sorriso de Samanta se expande exibindo aquele monte de dentes alinhados.

Samanta é uma mulher de 39 anos, cabelos médios na altura dos ombros. Pele naturalmente bronzeada, olhos escuros e um corpo cheio de curvas sinuosas, que ela insiste em esconder com roupas dois números maiores do que o necessário.

A mensagem era de Alex, alguém com quem ela vem conversando há alguns dias e que tem causado algumas coisas que ela não se permitia sentir há bastante tempo.

Alex é um homem de 38 anos, branco, cabelos e olhos castanhos, 1,80, magro e é piloto de avião.

A mensagem dizia que o voo 2069 acabara de aterrissar na cidade dela e que o piloto era ele. Assim, o dia que amanheceu nublado, se tornou quente em uma fração de segundos quando ela começou a sentir um calor percorrer seu corpo.

Desde que começaram a conversar, tudo entre eles fluía de forma como se já se conhecessem há anos. Ainda que ela tentasse se controlar, existia algo nele que fazia com que ela perdesse o controle de si, ainda que momentaneamente.

Como ele costumava falar, ela gostava de provocar, o incitando de todas as formas, mas sempre deixando o que ela realmente queria nas entrelinhas e é assim, no subentendido, que ambos estavam se entendendo perfeitamente de uma maneira tão ímpar e tão intensa.

Passava das 17:30, quando Alex, mesmo estando exausto após estar voando desde as 04:00 da manhã e saber que ela havia tido uma noite agitada e um dia corrido, a convidou para degustarem uma taça de vinho logo mais a noite, no hotel onde estava hospedado. E não foi necessário muito esforço para a convencer, Samanta queria ir àquele encontro e não perderia aquela oportunidade.

Samanta sabia que ele gostava de vê-la em roupas sociais, então foi vestida com a farda, calça e camisa, saindo direto do trabalho.

Entrou no hotel e se encaminhou ao lobby. Alex estava no lounge mexendo absorto no celular. Usava jeans escuros e uma camisa com as mangas dobradas displicentemente.

O cansaço de ambos era visível, mas após um longo abraço apertado e um beijo cálido, a luxúria foi lentamente tomando conta de ambos, os instigando a decidirem mudar de ambiente antes mesmo de encherem a primeira taça.

Caminharam lado a lado para o elevador e Samanta estremeceu quando sentiu a mão de Alex espalmando em seu cóccix a guiando na direção que os levaria à um caminho sem volta.

A porta abriu e fechou tão rapidamente que ela mal se deu conta de quando ele a beijou. Era um beijo decidido, firme e carregado de tesão. Alex deu dois passos até que Samanta sentiu o aço frio da parede do elevador em suas costas, enquanto ele pressionava seu corpo esguio contra o corpo avantajado dela. Ambos desejavam aquilo há dias e era inevitável se entregar. Os lábios dele iam deslizando por todo pescoço dela, eles se contorciam e gemiam timidamente, mas com a ferocidade de quem poderia morrer em alguns minutos.

Mal sentiram o elevador parar até que a porta abriu. Alex entrelaçou os dedos na mão de Samanta, a puxando para fora, seguiu por um corredor a passos largos, parando em frente a porta de número 405. Pegou o cartão no bolso da calça, respirou profundamente e a olhou sorrindo, sentiu os dedos dela apertarem sua mão num sim mudo e inseriu a chave ouvindo um click.

Ela empurrou a porta e ambos mergulharam na escuridão.

Uma a uma as peças de roupas foram ao chão junto com qualquer dúvida e timidez que existia, se é que existia. A cada peça que ele tirava dela, ela repetia nele como uma simbiose erótica.

O quarto agora estava a meia luz, Alex foi para cima de Samanta a conduzindo até a cama, sabia que era ela quem dominava toda a situação; mas também sabia que ela gostava de se sentir guiada, como se estivesse sendo dominada.

Lentamente se encaixou entre as pernas arreganhadas dela e beijou cada milímetro daquele corpo ao qual desejou tanto degustar. Alex cravava os dedos na carne quente de Samanta, arrancando gemidos roucos. Samanta por sua vez, mordia o ombro de Alex, sentindo o gosto salobro do suor que escorria. Ele apertava aqueles seios volumosos, retorcendo os mamilos intumescidos, sugando e mordiscando. Ela cravava as unhas que apesar de curtas eram afiadas nas costas dele e com o calcanhar em sua bunda, o empurrava para dentro dela.

As estocadas eram profundas e precisas, eles não queriam fazer malabarismos, nem amor, eles queriam foder e daquele jeitinho que para muitos é tão sem graça, mas que para eles naquele momento era perfeito. Alex metia tão fundo que fazia Samanta arreganhar ainda mais as pernas; ambos de olhos abertos, registravam o que estavam causando um ao outro e gozaram intensamente num emaranhado de pernas e braços.

Naquela noite, fizeram sexo carnal pela primeira vez, desnudaram o corpo e a alma, se entregaram sem planos para o amanhã. Apenas aproveitaram o momento que ganharam de presente do destino.

Após alguns minutos levantaram e tomaram uma ducha, Samanta enrolou uma toalha nos cabelos e vestiu um roupão; Alex apenas vestiu uma underwear e se dirigiu ao frigobar pegando uma garrafa de vinho para finalmente degustarem.

Incrível como a intimidade deles era tangível, não era apenas o sexo tão entregue que acabaram de fazer, também tinha a conversa infindável e isso os tornavam únicos. Após terminarem a garrafa, adormeceram ali enrolados num lençol amarrotado.

O sol ainda não tinha acordado, mas Samanta sim. Em pé na janela ela olhava pensativa para Alex ainda dormindo e vestido apenas com sua underwear preta e respirando profundamente. Ele teria que embarcar naquela tarde para novos voos, sem previsão de retorno, mas por incrível que pareça, isso a fazia sorrir plena e feliz, por ter decidido passar aquela noite nos braços do piloto que a levou as alturas, sem que precisasse voar.

Samanta pediu folga naquele dia para o acompanhar até o aeroporto. Caminhavam pela zona de embarque como dois bons amigos, rindo, leves. Sequer deram as mãos, a ligação deles parecia não precisar dessa formalidade. Se despediram com um beijo singelo, um encostar de lábios que parecia ter durado uma eternidade e um abraço aconchegante. Não marcaram nada, não sabiam quando se encontrariam novamente, não deram tchau, adeus, nada, apenas um te vejo depois.

E assim ela se afastou da multidão e acompanhou a decolagem sentada no chão, imaginando quando seria o próximo pouso do Alex em sua cidade.

 

Fim.

“Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência”

Por Sophie F.

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