CONTOS – Metamorfose por Rafaelle Tamires

CONTOS – Metamorfose por Rafaelle Tamires

Era uma manhã radiante, uma terça-feira de setembro quando embarcamos em uma viagem, eu e meus amigos, pelo mundo das artes. A menina estava ansiosa com um misto de emoções para adentar naquele universo imersivo com telas compostas pelas mais profundas sensações, ela leu, estudou e partiu rumo esta nova vivência visual. Seu olhar percorria todo espaço, tanto que despertou aquele sorriso largo que há tempos estava guardado nas preocupações e angustias das tempestades da vida adulta.

O interior da menina transbordava suavidade, o seu ser deixava mistura-se no caminhar, seus cabelos encaracolados negros combinava com a perfeição refletida no espelho da alma do criador daquelas pinturas sensacionais e sua roupa azul sutil misturava-se com os tons da literatura transposta em pinturas nos quadros expostos.

A menina mulher mergulhou sua áurea nas cores obscuras das obras espelhadas do artista, repleta de pinceladas cinzas, pretas e brancas que na ventania do florescer da vida transitou pelos girassóis amarelos que pairava uma sensação de leveza e permitia-se perder de si mesma em meio aos ciclos da vida. Entrou no quarto singelo e sentiu os anseios em crescer e ao mesmo tempo retornar para a infância e seus favos inocentes.

A linha do tempo das telas camuflou-se em pessoas movimentando-se, vivendo a arte de uma forma única com telas sobrepostas na pele, na roupa e na mente. Uma voz discorria através de uma brisa suave e a menina transformava-se em um arco-íris que a tempos estava adormecido dentro do eu que reluzia igual camaleão. Os sonhos da menina, hoje mulher, floriam e dentro dela um jardim de girassóis trilhavam novos rumos …

De repente, ao canto uma criança dançava com sua mãe, um rapaz e uma moça em extremos opostas deslizava na arte da dança com suas cores traduzidas através das pontas dos pés, uma moça com vestes brancas perdia-se em seus pensamentos e ao final a menina-moça-mulher experenciou os ciclos da vida de uma forma deleitável e com memórias com cores primárias que marcavam seus caminho de sofrimento, e secundário com gotejamentos em diversos tons que representavam a mudança, a transformação camuflada da protagonista camaleão.

Por RAFAELLE TAMIRES

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