CRÔNICA – A Morte Em Suas Duas Propriedades por Cláudio Mendes

CRÔNICA – A Morte Em Suas Duas Propriedades por Cláudio Mendes

 A morte é o paraíso e o inferno! É a água, o deserto! A escuridão e a luz! A dor ou a alegria. A morte não tem dono e nem tão pouco um mediador. Simplesmente é dona de si e cavalga entre nós, a espreita da oportunidade certa de agir. Não de atacar e sim, de fazer o incrível papel de vilão de uma história, até hoje mal contada. Ela tem o dom de trazer a “paz” ou “agonia”. Assim dita pelos credos religiosos em suas peregrinações a evolução espiritual e até corporal.

 Oras… a morte nada mais é, do que uma amiga inconveniente ou, um familiar que chega numa hora inoportuna e fica até a último badalar da meia-noite ou, para muitos, um terrível inimigo que veio entrar na família e destruir. Digo que ela é, apenas o fim. O fim terrível ou alegre.

 Ninguém teme, na verdade, a morte e sim, o que vem depois dela, pois, estar vivo é o mesmo que caminha com ela o tempo todo. Na verdade, ela anda conosco de mãos dadas, só esperando a vida da, um vacilo e ela nós tomarmos em seus braços e dizer: vem agora és meu. Porém, como disse, ninguém a teme e sim teme ir para o inferno e ficar sofrendo. Na última das hipóteses, ir para o céu e desfrutar do tal “paraíso”.

 A morte é o paraíso e o inferno. Sim ela é os dois. Não há fatos concretos que explique após a morte e sim, relatos sob a mesma. Para mim, a morte é o que somos e o que vivemos. O paraíso é a sua vida e o inferno também. Os dois podem estar entre ligados. Como assim? Oras é simples! Somos consultores de energias e no nosso dia a dia absolvemos tudo, tanto de bom como de ruim e, infelizmente nosso mecanismo mental não foi feita com o botão DELETAR. A nossa mente guarda tudo no subconsciente sem precisar de nossa ajuda. Até mesmo coisas que nem damos a mínima, ela armazena. O que acontece com esses dados todos? Muitos desses dados são jogados no seu consciente a cada segundo enquanto estás acordado. Mas é quando você dorme que o vem informações continuas do seu sub consciente, fazendo você ter os sonhos. Sonhos que você pode ficar sem entender, mas são as informações que sua mente armazenou durante anos e que joga em sua mente quando adormece, aleatoriamente. Ela não tem um padrão a seguir. Manipula sua mente fazendo passar mil e umas coisas dentro de você e, às vezes, você nunca ter vivido aquilo. Só que uma simples cena de filme ou desenho, já se transforma no seu subconsciente, uma forma de animação e sobreposição de alguma coisa que você viveu.

 Porque a morte é o paraíso e o inferno? Considero a morte ao sono. Na verdade, o sono é a ausência da alma e quando você dorme, já não tem noção do que se passa ao seu redor e começa a ter variações de momentos dentro da sua mente. Você vira um herói! Um bandido! Um príncipe ou um milionário. Chega até a ficar com aquela pessoa que você nunca teve hipótese de ter. Você abraça. Você chora. Você dá saltos enormes e chega até a voar. Sente terror. Sente medo, é perseguido. É ferido, maturado, mas sempre sobrevive. Às vezes têm um sonho que está vivendo dentro de outro sonho e quando acorda, ainda está dormindo. Tem vezes que lutas para acordar, mesmo sabendo que está dormindo, por tão grande terror que passa no sonho. Só que não é possível, a não ser, por um solavanco do seu consciente que faz te despertar e então, já acordo, você pensa. Putz, que pesadelo. A morte é assim. Só que a pessoa nunca mais vai acordar e fica preso dentro da sua mente, sendo lançado tudo o que você viveu, tudo que você viu ou ouviu. Tudo isso é jogado na sua mente só que agora no plano espiritual e eternamente. Ausente do seu corpo, a pessoa vaga entre as dimensões. Dimensões estás que todas às vezes explorava quando dormia e se lembrava quando acordava, ou tinha fleches do ocorrido, pois, tinha um corpo que era a morada, só que agora, viverá entre elas, navegando em seus, talvez, pesadelos (inferno) ou então, desfrutando de alegrias (paraíso). Quem sabe nem o inferno, nem o paraíso ou, intercâmbio dos dois, pois, como num sonho, muitas das vezes do nada somos perseguido e vemos monstros e do nada já estamos pulando sobre montanhas.

 A morte para mim, é, o estado de sonho profundo onde nos deparamos com o nosso inferno e paraíso ao mesmo tempo, só que sem chances de acordar e sair do pesadelo ou voltar para o paraíso.

Por CLÁUDIO MENDES

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