CRÔNICA – Traí um travesseirinho com a minha mulher por Emanuela Lopes

CRÔNICA – Traí um travesseirinho com a minha mulher por Emanuela Lopes

Na madrugadinha, depara-se ele com o violão desnudo no deleite da sua meditação matinal — assusta-lhe ao assustar-se com seu ôxe agauchado!

De repente, o violão desenrijece suas cordas e retorna do balanço do vai e vem, do frisson que a envolvia naquela viagem interplanetária do gozo a se aproximar — ainda embebecida daquele prazer a se aproximar, seculares segundos se passam antes de sua reação ao que de fato estava acontecendo no mundo físico.

E o violão, desnudo em suas costas, recolhe o cobertor que à frente, lhe cobria as “vergonhas”.

Enrola seu corpo quente, excitado e agora confuso, anda e apenas um passo a aproxima — pé ante pé — ao encontro da serpente que a despertou!

Pergunta ele: o que estavas a fazer?
Responde ela: num gozo mental
_conseguiu?
_não, você interrompeu.
_que posso eu fazer?. não imaginei…
_sim-ple-s…

Sem finalizar a frase, wow! Foi ela agarrada, abraçada, rodopiada pela sala e por entre armários e paredes — seguiram se beijando, se sentindo, se tocando e intensamente se amando.

Naquele enlace carnal, imediatamente invadida pelo encanto da serpente — no vai e vem, e vem e vai – e vai e vem, e vem e vai —, tudo fica intenso, tudo transcende e as suas almas novamente se encontram, se reconhecem.

O gozo é deles!
O grito é dela, contido, calado, sufocado! — “é meu, só meu, todo meu”, pensou ela.

Disse ele: isso não poderia ter acontecido, como você agora vai me ver, como agora vamos conseguir seguir?

Oiii!? Como assim, você está fazendo amor com sua mulher, estamos nos reconectando, tá tudo certo, relaxa.
Como relaxa?, você sabe que acabei de trair com você a menina que tô saindo

Ela o beijou e o acariciou novamente
Ele disse: “Você é louca!”

Loucamente se amaram novamente…

#rindomuitodessacômicatragédia

Por EMANUELA LOPES

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