CRÔNICAS TONS DO COTIDIANO – Escre(vi)ver

CRÔNICAS TONS DO COTIDIANO – Escre(vi)ver

 Hoje foi um daqueles dias em que se acorda com muita vontade de escrever, mas as demandas do momento vão esmagando a escrita no canto da parede. Estou de pé desde às 5:15 e só agora, 16:27, consigo, finalmente, parar. Para dizer a verdade, a ideia que acordou comigo já se perdeu ao atravessar a ponte Rio-Niterói, ou ao enfrentar a fila para despachar a mala no aeroporto, ou quem sabe, no aperto no peito ao se despedir da filha que vai passar dez dias fora, ou ainda nas roupas colocadas na máquina de lavar, na varanda por limpar, na bolsa para arrumar, no “oi” para as amigas no celular, no boleto que não tarda a chegar, no almoço feito às pressas porque o relógio não dá trégua e o tempo parece que tem fome de mim.

 Queria falar de amor…. disso eu me lembro. Contudo tenho a orelha de um livro de poemas eróticos para entregar, cuja leitura finalizei ontem à noite. Por aqui, está tudo misturado: amor, erotismo, saudade, preocupação, rotina, cansaço… Tentei descansar uns minutos, até fechei os olhos…, entretanto o checklist bate à porta do que deveria ser a minha sesta. Peguei um livro que acabou de chegar, concentração zero. É melhor levantar.

 E aqui estou eu, deixando cair sobre a tela a agitação dessa terça, 19 de julho, tentando concatenar meus pensamentos… No cabo de guerra entre o cotidiano e a vontade/ necessidade de escrever, eu sou a corda.

 Li no perfil do escritor Lucão a frase “O amor que a gente carrega é o doce que a gente divide”, achei bonito. O amor pela escrita venceu mais uma vez. E mesmo que eu não tenha escrito um “grande” texto, trago um pedacinho de mim… é o meu doce caseiro, artesanal e singelo, que divido com vocês.

Julho, 2022.

Por FLÁVIA JOSS

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