CRÔNICAS TONS DO COTIDIANO – Vida a e morte: olhares e percepções

CRÔNICAS TONS DO COTIDIANO – Vida a e morte: olhares e percepções

 “E quando tudo me aborrecer de verdade, quando eu ficar cansada

de minhas neuroses e manias, quando as pessoas estiverem demais

distraídas, a paisagem perder a graça, a mediocridade instalar seu

reinado e anunciarem o coroamento da burrice- vou espiar o letreiro

que fala de uma riqueza disponível para qualquer um, e que botei

como descanso de tela no meu eternamente ligado computador:

Escute a canção da vida.”

(Lya Luft, do livro A riqueza do Mundo)

 Em 30 de dezembro de 2021, a literatura se despediu de Lya Luft, brilhante escritora, cronista, poeta. Foi tradutora e colunista da revista Veja. Nascida em 1938, em Santa Cruz do Sul (RS), filha de descendentes germânicos, sempre esteve rodeada de livros e histórias. Sua produção literária é extensa, reúne romances, poesia, literatura infantil, conto, ensaios e crônicas.

 Ler os textos da Lya é ser introduzida numa conversa, em sua visão de mundo, nas questões que a incomodavam ou encantavam.

 Em tom sábio, porém desprovido de soberba, ela nos fala sobre as coisas da vida e sobre a morte. Recentemente li O lado fatal, livro de poemas que escreveu após a morte de seu marido. Livro sensível, forte, pungente e preciso.

 Mulher inspiradora! Em junho do ano passado tive a alegria de ler As coisas Humanas, um livro de crônicas. Foi uma leitura degustada, que ficou ecoando em mim. Em meio aos noventa e cinco textos escritos, cada um me tocava de uma forma peculiar. E a partir dessa leitura escrevi o texto Entre o mar e a morte.

 Nesta edição trago um menu com três crônicas. Saboreiem sem moderação.

Por FLÁVIA JOSS

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