DESNUDA EM PALAVRAS – Grandes Autores – Jorge Amado

DESNUDA EM PALAVRAS – Grandes Autores – Jorge Amado

     Olá, apreciadores de literatura erótica.

     Feliz em fazer parte da Revista The Bard Internacional, e nesta nova edição, ainda falando de grandes autores do gênero, e suas singularidades, características e suas transformações ao longo da história, desde os primeiros escritos até os dias atuais, trago nesta coluna um pouco da vida do escritor Jorge Amado, um dos mais famosos e traduzidos escritores brasileiros de todos os tempos, sendo o autor mais adaptado para o cinema, teatro e televisão.

     Minha convidada desta edição, é uma jovem escritora, que tem textos eróticos é faz parte do meio BDSM, cheios de romances, sedutores e excitantes, Lady Abadom.

      O meio BDSM é um mundo vasto, conheci vários participantes fiz amizades, e em muitos momentos laboratório literário para os personagens dos meus romances. O meio também é muito sério, apesar de que muitos se aventuram adentrando a porta sem estudar, buscar conhecimento, ou até mesmo sem saber se faz parte daquele mundo.

      Nossa conversa foi muito agradável, pois Lady Abadom também me passou muito conhecimento no ano de 2020 com uma de minhas obras literárias: Deliciosamente Libertino. E devo dizer que a conheço pessoalmente assim como o restante da família que são de dominadores, domes, submissas, entre outros perfis desse mundo excitante.

      Para mulheres com libido quente, que adora curtir o sexo na sua profundidade, trago esse delicioso momento que passei ao lado de Lady Abadom em uma entrevista frente a frente, isso, não foi por troca de e-mails e nem mensagens, fui uma entrevista pessoal.

     E mais uma mulher na nossa coluna, que vem mostrar que o poder feminino, o excitar da pele da mulher, o desejo, não pode ser trancado ou envergonhado por medo do pecado ou julgamentos.

    Oi! Eu sou a Tônia. Vem.

 

GRANDES AUTORES – JORGE AMADO

Jorge Amado foi um escritor brasileiro, um dos maiores representantes da ficção regionalista que marcou o segundo tempo modernista. Sua obra é baseada na exposição e analise realista dos cenários rurais e urbanos da Bahia.

       Traduzido para mais de 30 idiomas e detentor de inúmeros e importantes prêmios, o escritor teve vários de seus trabalhos adaptados para a televisão e o cinema, entre eles, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” e “Gabriela Cravo e Canela

 

 Infância e Adolescência

     Jorge amado de Farias nasceu na fazenda Auricídia, em Ferradas, município de Itabuna, Bahia, no dia 10 de agosto de 1912. Seus pais João Amado de Faria e Eulália Leal Amado, eram fazendeiros de Cacau. Quando tinha menos de 1 ano, Jorge viu seu pai ser gravemente ferido por um jagunço, devido a disputa de terras na região.

        Em janeiro de 1914 por causa de uma grande enchente do rio Cachoeira que acabou toda a plantação da fazenda, e por uma epidemia de varíola a família mudou-se para ilhéus, onde Jorge passou parte da infância.

         Com seis anos Jorge iniciou os seus estudos em uma escola, com 11 anos foi levado pelo o seu pai para estudar no colégio Antônio Vieira, em Salvador, onde aprendeu o gosto pela leitura com o padre Cabral, que disse que Jorge seria escritor.

        Aos 12 fugiu do internato e foi para Itaporanga, em Sergipe, onde morava o seu avó.

Depois de seis meses, seu pai mandou buscá-lo e sem desejar voltar para a escola, Jorge foi plantar cacau.

        Depois de seis meses no meio do povo, tomou conhecimento da luta entre fazendeiros e exportadores de cacau, que iria marcar fortemente sua obra de romancista.

         De volta aos estudos, Jorge amado ingressou no ginásio Ipiranga, outro internato, onde permaneceu até os 14 anos. Nessa época, publicou “POEMA ou Prosa”,

uma sátira aos poemas da época, na revista “A Luva”.

        Ainda com 14 anos, já fora do internato, continuou seus estudos e começou a trabalhar no “Diário da Bahia”, depois no jornal “O Imparcial”. Morando em um sobrado no Pelourinho vivia misturado com o povo da Bahia.

         Em 1927, Jorge ligou-se à “Academia dos Rebeldes”, um grupo de jovens chefiado pelo o poeta panfletário Pinheiro Viegas que tinha como objetivo a renovação literária baiana.

          Frequentador do candomblé, desde muito cedo, Jorge Amado tornou-se amigo de pais-de-santo, perseguidos pela polícia. Em seus livros “Jubiabá” e “Tenda dos milagres”, esses fatos são relatados.

 

Primeiros romances

      Em 1930, Jorge Amado mudou-se para o Rio de Janeiro e no seguinte ingressou na faculdade de Direito, mas pouco frequentou o curso e nunca foi buscar o diploma.

          Seu primeiro romance O País do Carnaval publicado em 1932, narra a tentativa frustrada de um intelectual brasileiro, de formação europeia, de participar da vida política e cultural brasileira. Tendo fracassado regressou a Europa.

         Em 1933, lançou o seu segundo livro, Cacau, que teve vários exemplares apreendidos, mas logo liberado com a ajuda de Osvaldo Aranha. Em 1936, Jorge foi preso junto com outros intelectuais, entre os quais Graciliano Ramos.

           Foi redator chefe, no órgão literário Dom casmurro. Trabalhou em diretrizes com: Samuel Wainer, Rubem Braga, Carlos Prestes e outros intelectuais. E também bacharel em direito pela Faculdade Nacional de Direito do Rio de Janeiro.

 

Vida Pessoal de Jorge Amado

    Foi casado com Matilde Garcia Rosa com quem teve uma filha. Ao voltar para o Brasil se separa da sua primeira mulher, e casa-se pela segunda vez com a escritora Zélia Gattai, e com ela teve dois filhos.

    Jorge amado se dedicou totalmente a literatura, em 1955, sendo ocupante da cadeira 23, na Academia Brasileira de Letras, a partir de 1961.

     Faleceu em 2001, com 89 anos, na capital baiana, Salvador. Seu velório foi realizado no palácio da aclamação. Foi cremado e suas cinzas foram colocadas ao pé de uma mangueira, em sua casa na Bahia.  Deixou uma vasta obra literária, com aproximadamente 45 livros publicados dentre romances, poesias, contos, crônicas, peças de teatro, literatura infantil.  

      Ademais sua obra foi traduzida para 50 idiomas, sendo portanto, um escritor reconhecido mundialmente.

      Jorge Amado, é o autor mais adaptado da televisão brasileira, uma vez que suas obras basearam novelas e minisséries, como “Dona Flor e seus Dois Maridos, “Tieta do Agreste”, “Gabriela, Cravo e Canela”. Além disso, suas obras inspiram o teatro e o cinema. Sempre premiando a Bahia como cenário de suas narrativas, cativou o público. Aclamado nacional e internacionalmente, Jorge Amado conciliou realismo com lirismo poético, causas sociais e erotismo, trazendo consigo uma identificação com o povo brasileiro. Personagens de marinheiros, pescadores, artistas, operários, lavradores, prostitutas, coronéis e pais de santo são marcas registradas do autor. Foi eleito imortal da ABL, Academia Brasileira de Letras.

       Depois de Paulo Coelho, a obra de Jorge Amado é a mais vendida no exterior.

 

 

Frases de Jorge Amado

 

Não escrevi o meu livro pensando em ficar famoso escrevi pela necessidade de expressar o que sentia.

Não acredito que chegue um tempo em que a literatura seja relíquia do passado.

Não me sinto constrangido, pois não sou pornográfico nem obsceno, sou um escritor realista.

Fiz da minha vida e da minha obra uma coisa única, unidade do homem e do escritor.

  

Por TÔNIA LAVÍNIA

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