DIALÉTICA – Chaves: Filosofia e Consternação em nome da diversão

DIALÉTICA – Chaves: Filosofia e Consternação em nome da diversão

Falar do seriado Chaves é de certa forma adentrar, em um universo lúdico, onde não se procura verdades, mas sim subjetividades em entender que cada ser humano tem uma criança órfã dentro de si, que procura uma forma de se reinventar no mundo.

Um mundo que, segundo Arthur Schopenhauer, “incorpore verdades de pulsões, e impulsões, que levem cada eu”, a se reinventar perante o sentido de uma inteligência que possa tanto divertir como instruir.

Em um de seus episódios mais marcantes, falando da “Guerra de Independência do Brasil”, (tema adaptado do espanhol para o português), Chaves diz em um divertido diálogo com Quico (Carlos Villagrán), “eu prefiro morrer, do que perecer”.

Em um primeiro momento, o senso-comum colocaria esse aforismo como algo de duplo sentido, que venha enfocar de forma gramatical um pleonasmo grotesco e cômico, mas que transborda a necessidade de um esclarecimento de como seria o caminhar de cada indivíduo, “em perder e se perder pela sua vida”.

Ludwig Wittgenstein, dentro dos seus jogos linguagens, exemplifica que, “se perder pela vida”, encontra um labor, de se colocar perante uma existência que possa se empreender de atitudes conscientes em se comportar de forma ambivalente, perante as atribulações que uma vida em sociedade coloca, e que a morte contém um esclarecimento de que preferir morrer, não significa necessariamente falecer.

A Figura da morte é algo que indiretamente está presente dentro dos seus episódios, o que dê mais ênfase às ideias de Schopenhauer e Wittgenstein, quanto a sintagmas de linguagens, que despertem o “ser”, tanto para diversão como para a reflexão, quanto a levar em conta que morrer e viver, estão em um mesmo arquétipo de diacronia fenomenológica a refazerem, uma interpretação do ser-humano no mundo.

Em outro episódio, o, “Aniversário do Seu Madruga (Ramón Valdés)”, está em um maravilhoso momento de dramaticidade, “shakespeariano”, em que seu personagem percebe a aproximação da morte, e lança, “um viés lacaniano”, “da sua teoria dos espelhos”, em não mais conter um sentimento de vaidade em se apreciar um narcisismo de beleza física, mas sim a se enxergar de forma cadavérica, como que sendo sinal de que o, “fim está próximo, para todos os moradores da vila”.

Seu Barriga (Edgar Vivar), também encarna o sentido da morte e do retorno do mundo dos mortos, “em uma farsa para tentar assustar o menino do barril”, através de um susto, fantasiado de fantasma, o que deixa um invólucro de se compreender, que em determinados momentos a educação formal falha, é necessário se aplicar correções que passam para um campo metafísico, e que podem tanto determinar a presença de uma, “pseudo espiritualidade”, que chega para um “campo hegeliano”, que não se transcorre em mais uma,  “filosofia da história”, mas sim em uma reinvenção de como se prostrar, perante as reflexões, “dentro do materialismo histórico”,  sendo necessário um pouco de ilusão e teatralidade, para se chegar a compreender, que a vida pode escorrer pelas mãos, sem conter a, “eloquência maiêutica”, do que seja viver e/ou se tentar viver.

Boa parte dos personagens, tentam se deixar viver, perante as ilusões de um encanto da boa família fracassada socialmente de Dona Florinda (Florinda Meza) e Quico, no sentido da classe média de baixa sempre endividada que através da figura do “bom e simpático malandro” por meio de pequenos serviços ou até golpes, tentam sair da sua situação paupérrima, se submetendo a família e a imagem do seu Madruga, ou do Professor Girafales (Rubén Aguirre), que ganha pouco, mas que enfoca um romantismo educacional, com um toque, “quixotesco”, e ingênuo de arquitetar uma tipologia de cavalheirismo em proteger sua amada, mediante uma violência que elucida um falso sentimento de sapiência, que deixa um esclarecimento de que dentro da métrica “corpo são e mente sã, em ambiente saudável”, há uma transgressão dentro da concepção  satírica – social de Roberto Gomes Bolaños, que realiza uma ontologia de poetizar, uma crítica quanto à formação de uma cultura critica de subúrbio, que submete diretamente a condição social de muitos países da América Latina, durante seus anos de produção televisiva.

Nos anos de 1970, diversas nações passavam pelo temor “do Perigo Vermelho”, passando um sentido de identidade social e política para os mais carentes, já que seria motivo mais que suficiente, para adentrar em uma neurose ideológica, de ser considerado, conspirador ou agitador, em nome do “Comunismo – Socialismo”, de linhagem tanto soviética ou masoquista.

A identidade política de Chaves considera uma análise, de protocolos de entretenimentos, que possam elevar, o nível de seus telespectadores, tanto no sentido em provocar o riso pela distorção de uma métrica corporal tecnicista, abusando de expressões corporais, que desafiam as leis da física,  atravessando a, “terceira parede” de Constantin Stanislavsky, que assim fosse do sublime sacrilégio teratológico,  em realizar uma arte de interpretação, que não fizesse do palco, uma estética de recepção que fosse projetada, em reluzir movimentos de um psicologismo, em garantir a risada, sem reaver uma própria condição mental, de como se atrever a gerar um cronotrópico, de se chegar ao inconsciente do público, deixando um gosto de luta contra experimentos de uma massificação do sentido a deixar uma lógica artística, que fizesse um zumbido, de intercalar, um “fragmento de discurso artístico”, estando arquitetado entre a desconfiança e a confiança, sendo no primeiro momento que a comédia ou o irônico não é feito unicamente para uma diversão mecânica, mas sim para uma ação que leve para a reflexão, em tangenciar lutas de classes, que fossem um compêndio entre “estar”, lutando contra discursos de uma arquitetura mental, que pudesse gerar  conflitos idealísticos  contra estertores de uma produção cultural, que caísse no sentido da industrialização inconsequente, em larga escala idealizada por, “Theodor Adorno e Max Horkheimer”.

Em um sentido de comparação com ideia da “desconstrução de Jacques Derrida e a”Indústria Cultural”,” “os Frankfurtinianos”, citados anteriormente, Chaves mergulha em uma investigação filosófica, “fazendo da linguagem uma construção meandros de signos”, submetendo a Ferdinand Saussere, através, da imagem vigente de  uma gnosiologia, em levar alegria para todas as pessoas, estando  na admissão mental, de que diante um plantel histórico traçado dentro do cenário instrumental de discriminação, a imagem carente do órfão, projeta um desmonte de um vetor cristão, em que Deus possa olhar parar todos, e sim evidencia a carência do ser-humano em, “amar integralmente”, aqueles e aquelas que passem por alguma tipologia de necessidade, no jugo da atenção, como da comoção,  chegando a uma verborragia de uma, “doente compreensão”, de que Bolaños, fez um humor somente mercadológico, voltado para todas as idades, mas sim  conclamou lutar contra  um vazio de ideologias quanto a despertar a erudição de pensamento aberto e dialético para seus apreciadores.

No limiar da “desconstrução”, Chaves é um objetivo de “Khôra”, defronte o “sensível e o inteligível”, passando por condição humana, em propiciar, um sentimento de que as ilusões podem contribuir, para a destruição da alienação maternal e parietal.

Chaves indiretamente deixa uma imagística, da sua devoção perante seu Madruga, que mesmo diante da violência de, “uns cascudos”, culmina para construção de laços fraternos de respeitos e cumplicidade, diante a carência de ambos (Madruga é viúvo!), (e aqui também entra carência maternal da Chiquinha (Maria Antonieta De La Nieves) isso fica evidente no episódio ao qual no aniversário do Quico , e depois de “surrupiar”, alguns doces e quitutes da Dona Florinda, encerra a cena com ambos se deliciando com as guloseimas na escada do pátio da vila.

Aqui está a sensibilidade de se produzir um gesto de empatia que faria inveja a “teoria do apego”, de John Bowlby, ao qual não se trata diretamente de “um apego”, mas sim uma abertura sentimental em haver uma sinergia, entre um mutualismo de tragédias pessoas que ambos protagonistas passarem.

No cunho, epistemológico da Tragédia, a epistemologia da comédia, detém um cunho de sarcasmo existencial, que, segundo Umberto Eco, “potencializa uma comunicação para adentrar nas entranhas do que estejam abandonados, mas que também, valoriza os escopos sociais, agraciados pelos bons costumes”.

Ao caminhar pelos “bons costumes”, pode se deixar um cunho neurótico de uma, “novela Balzaquiana”, pois em seus roteiros, está sempre à alcunha do escritor que foi Bolaños, em considerar sua atuação televisiva, em não se reduzir a um adulto em um personagem de criança que nunca cresceria, assim como Angus Young guitarristas do AC DC, deixou salientado em sua carreira.

Não crescer, mas amadurecer para entreter um querer individual, onde cada pessoa, que contemplasse a série, chegasse a um conluio de questionar qual seria a validade, entre o existir integralmente, de forma nua e crua, ou de permutar novas indagações de como o homem moderno, poderia não se assemelhar espiritualmente a contribuir indiretamente para a humilhação dos menos favorecidos.

Entre, “Humilhados e Ofendidos”, “dostoievskianos”, transcendem elementos de uma, “aurora nietzschiana”, de que para uma construção social da personalidade reprimida, a arte não pode ser classificada como um utensílio somente técnico.

Jürgen Habermas, em sua análise sobre o, “espaço público”, imbica em três fatores importantíssimos para uma apresentação de uma desigualdade de oportunidade na elaboração e adentrada de níveis pluralísticos de cultura hibrida.

Primeiro Fator: “O Espaço Público”, deve preconizar um alargamento de formação política visando à liberação das ideias e idealismos mais intrínsecos de cada ser humano.

Segundo Fator: “O Espaço Ideológico”, deve esgarçar o poder de escolha do “ser”, e não um objeto de uso para sua doutrinação e massificação.

Terceiro Fator: “O Espaço Público”, deve conter os liames, entre o que a grande mídia quer dizer, e que de fato, o que a realidade existente e vivente está constituída a comunicar.

Chaves apresenta semiologias de espaços de ações, que vão constituindo uma constância frenética entre o que está de fora do seu contexto metodológico e artístico, visando uma assimilação de contestação da realidade excludente das pessoas mais carentes, conforme retratado em sua gênese moral.

No campo da Ideologia, está um gosto amargo de torturar o espectador mentalmente, através da necessidade física e material dos mais humildes, através da salientação dos perigos de um dos piores pecados capitais: “a avareza”, advindo do desejo abrupto por dinheiro fácil e até ilegal, visto no desejo de reacender socialmente de Dona Florinda, ou nos trambiques do seu Madruga, ou na gula desenfreada do garoto Chaves, que deseja matar sua fome a todo o custo.

Josué De Castro classifica a “fome”, como sendo uma situação de carência, tanto de alimentos como de uma boa alimentação, que venha prover os nutrientes necessários para um equilíbrio sensato de “saúde mental e física”.

Em muitos momentos, a série, deixa um sentido de corromper a juventude para se deliciarem com doces, e refrigerantes, que em uma análise mais aprofundada é uma afronta perante as necessidades em se promoverem os recursos humanos hábeis, para a construção de nichos neurológicos que possam segundo as palavras de Georg Lukács,  realizarem artimanhas artísticas, que não fossem unicamente voltadas para despertarem alegria “imediatista”, mesmo que sendo momentânea, mas, “a fazer uma consciência de classe que soubesse o sentido de sua ação dentro da história”.

Uma história que, voltando a Wittgenstein, “não é um prognóstico de estar encarcerada em fatos”, mas sim, promover uma similitude de atrevimentos e ornamentos de entender o, “espaço do homem no mundo”.

No caso de Chaves, seu cenário, deixa um sentido, “foucaultiano do micro”, como arestas de simetrias de prolegômenos para se caminhar, a uma libertação do “eu”, que não contenha exclusivamente as diatribes, de tentar curar neuroses coletivas, que não se pode viver numa mesma sociedade, sem  despertar uma certa ansiedade em partir para um pensamento  futurista, que possa propor uma estética de igualdade, propiciando princípios “Iluministas”, de minimizar, “uma cartasses”, de “comunismo”, não centrada inteiramente nos ideias partidários e estatais, mas sim que venha soar como um pedido de socorro, diante reflexões e argumentações, que sejam disseminados perante aqueles que mais sofrem.

No cunhar do sofrimento tanto social como psíquico, o menino Chaves, é crucificado como sendo uma carestia em estar esgarçado dentro dos ideais, da falta em viver bons princípios, que deixa uma herança histérica perturbadora, de uma adoração e flagelação, perante traços da antiga “Colonização Espanhola”, que causou uma hecatombe, da não aceitação e não disseminação de fatores sociais, que fizessem com que as pessoas de múltiplos enredos sociais, vivessem em um mesmo patamar existencial de tolerância e igualdade, que disseminasse uma informação, que alimentasse a sensibilidade em “olhar”, para o mais carente não com um sentido de piedade ou remorso, mas sim a promover uma comunhão entre diversificados atores sociais e amplas camadas sociopolíticas.

Atores sociais esses que, segundo o filosofo, Adauto Novaes, “gera uma forte dicotomia entre o duro cotidiano do excluído, que é destruído sucessivamente perante o silêncio de olhar vazio dos mais abastados, acompanhado em sonhar com condições de uma vida melhor”.

Chaves, esgarça a união e a desunião dos menos favorecidos, em pró de formarem um estratagema de crítica, diante a exclusão, e da eliminação da condição humana digna dos mais miseráveis.

Uma miserabilidade, que deixa silvos de uma melodia destrutiva, entre unir o que tem necessidade do que o que passa por necessidade.

A sua linguagem midiática, eleva padrões tanto para se chegar à diversão fácil, como também esgarçar em caminhar para uma metafísica, que possa corroer, segundo Henri Bergson, “uma quebra de paradigmas, entre o que seja natural e social”.

Entendendo um, “natural, que não se liga diretamente ao movimento de uma indexação em elucidar a natureza do homem, como sendo de atrevimento intelectual,mas, ao mesmo tempo, é denúncia que o seu social, tem medo da morte, e brinca com seus piores medos, como sendo um utensílio em zombar de si, perante o inevitável destino de um sinal apocalíptico que Chaves, deixa, em aberto umestigma, que para conseguir viver nesse mundo, se faz a necessidade destruir outros mundos”, que possam ornamentar uma linguagem, que parta do,  “simbólico”, mas que venha a, “produzir de forma empírica”, o  silêncio do, “corpo sofrido da miséria”, como uma forma de se elevar uma organicidade da produção de novos pensamentos, que venham,  refletirem dentro do esmiuçar de uma problemática intrapsíquica, de uma topografia do pensamento que venha adentrar dentro dos piores e melhores atributos da mente humana.

Segundo Clifford Geertz, “é necessário enxergar”, que dentro do sentido de distorcer a realidade através da arte da comédia, está uma forte necessidade do homem em fugir de si, que assim seja uma subjetividade, que mesmo dentro da coletividade, “procura a si, a todo o momento”, como diria Rollo May, mas que se perde em torno métricas em se manter fiel ao egoísmo institucionalizado das “boas normas”, garantindo assim uma docilidade de reflexões, que sejam simetrias psicossociais entre a paixão e a razão.

A paixão e a razão, dentro do “Imperativo Kantiano”, aonde a virtude de se lutar por um tecnicismo em não se acreditar inteiramente nos sentidos, é sua força motriz.

Bolaños brinca a cada momento com os sentidos de seu público, que pode passar da comicidade como para dramaticidade, enfocando que o maniqueísmo é algo latente dentro de cada ser-humano.

“A Fúria e Som”, usando de uma máxima de William Faulkner, é um motor, de aquecer a cultura tanto, para sua disseminação perante as classes menos favorecidas, como também para haver uma tangencial de espiral filosófica, em auscultar que tanto o amor como o ódio, é um, “símbolo de civitas”, para “aprender”, em como realizar ditames, em entender a compreensão do lugar do ser-humano no mundo.

O lugar de Chaves é a perdição em ter que lutar contra elementos reais e imaginários, como o medo das carências materiais causados pelo abandono e a fome, ou também com suposto elementos de um, “realismo mágico”, que fazem a tessitura de suas estórias, um sublime traquejo entre estar alicerçado entre, “bruxarias, rezarias, mortos – vivos, e imagens do seu inconsciente, perdidos no sonho de ser amado tanto como filho, como homem (como seu amor platônico pela personagem Pati (Ana Lillian De La Macorra)”, o que não deixa de alojar em um escopo sociológico, o sentimento de luta incessante da modernidade em julgar o, “sapiens”, não somente, “em seu lugar de afirmação social e emocional”,  mas sim em estar diante do desafio de redescobrir valores morais, que possam guiá-lo perante as incertezas da vida.

As incertezas que cada personagem esgarça dentro do som de suas palavras de socorro, como na fúria na busca de uma condição de vida mais digna.

O amor, talvez seja uma grande incógnita, para todo o valor hermenêutico de Chaves, pois de certa forma cada um a sua maneira, sempre se preocupa de alguma forma em conter uma aparência, em estar bem perante o, “outro”.

Um, “outro”, que a cada movimento facial de gargalhada, contém tanto um sinal de zombaria, como também de alegria, mas que entra em um ideal de jogo de poder emocional, em tentar fazer de cada pessoa, um sínodo de escravização, tanto corporal como psicológica.

Isso fica explicito perante a violência usada por Dona Florinda contra o seu Madruga, que não deixa de conter uma inversão de valores, sendo um sinal de empoderamento da mulher, como também a violência de Chaves e Quico (vice e versa) enquanto um querer, “dar o troco perante a exibição do ex-burguesinho filho de militar”, (o mais humilde não pensa em socá-lo perante suas atitudes esnobes), mas que concomitantemente a isso, ambos nutrem uma forte amizade, sempre estando juntos na maioria das vezes.

Chaves e Quico, guardados as devidas proporções, são “uma espécie de, ”Irmãos Coragem”, tendo que enfrentar o que são e o que se tornaram, contendo a presença feminina da Chiquinha, que paradoxalmente em muitos episódios usa e abusa, os dois garotos conforme os seus interesses.

Eis um elemento psicológico de manipulação implícito em Chaves.

O uso constante de elementos persuasivos, chegando a uma conduta psiquiátrica, em que ocorre, “uma crueldade melancólica”, parafraseando com “Thomas Szasz”, em que não se trata unicamente o fato de usar as pessoas, mas sim rebaixá-las, como sendo um sinal de superioridade e de ganância de poder, que assim possa de certa maneira trazer certo esquecimento da condição de miserabilidade das pessoas que habitam a famosa “vila”, do Seu Barriga.

Ou seja, Chaves, é uma tempestade de uma dialética, que envolve, critica, a superestrutura de poder que vai tanto da elaboração de docilidade do, “bom selvagem urbano”, que vive as margens da periferia, como também vem exortar o desejo de poder, em querer controlar seu semelhante, como sendo um holocausto comportamental em assim se chegar a ter algum grau de importância perante um agrupamento social que constantemente se despreza, e não aceita sua condição material de inferioridade e de ser subalterno aos desígnios do grande capital.

Chaves não é somente, um personagem infantil, mas sim um atrelado de apologéticos sentimentos em procurar sobreviver, nos diacrônicos princípios de construir uma imagem de pessoas que, ao mesmo tempo, seja indubitável, mas que também dissemina uma conduta de imigrar um cogito pessoal, o que está hermético dentro do psicologismo em  ter uma apresentação de diversão para todas as idades,  gerando uma argumentação, acerca de como a humanidade necessita a cada momento se reinventar perante si, contendo uma factologia, de que egoísmo é um canal de transparência e de contratransferência, tanto a enxergar de forma simples uma comédia infantil, como também realizar uma autocrítica, em uma diversão que  não se torne, sinal de chacota, perante as dificuldades dos mais necessitados e marginalizados por uma história que aprendeu a agraciar  majoritariamente o, “que é belo esteticamente”, e escondendo o que é, “horrível pelo socialmente bem dito e aceito pelas normas de boa conduta perante os bons costumes dos mais privilegiados econômica e materialmente”.

Por CLAYTON ZOCARATO

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