DIALÉTICA – Folclore e Culto

DIALÉTICA – Folclore e Culto

O Folclore brasileiro pode ser interpretado  como um encontro cultural psicanalítico, para a construção de simetrias intelectuais, em  que possa ser  rasgados idolatrias de  “quebrar da realidade tecnicista”,  passando  para uma subjetividade, de compreensão da discriminação e recriminação que muitas etnias passaram desde, o “suposto descobrimento europeizado do gigante geográfico do Cone Sul”.

Se analisarmos a concepção sociológica do “Negrinho Do Pastoreio”, está um sentimento antropológico, de uma redução da “exoconsciência” de uma “Nação” que ainda está se redescobrindo como “Estado Nação”.

Uma questão de   dizer popular, de “que o negro está voltado para o trabalho servil”, como sendo  um distrator de não ter sua condição humana respeitada, ganha um sentimento, de preconceito, em relação não somente a sua “cor”, mas sim uma arquitetura de suspeitas maléficas,  de uma classificação humana, na elaboração bioantropológica, do que significa ser afrodescendente.

Dentro do senso-comum persecutório étnico,  as divindades africanas, estão em determinados momentos, em uma  panaceia de classificação equivocada do que seja um conluio de história das mentalidades,  em como se enxergar o “outro”, dentro de suas espacialidades comportamentais, tanto de uma “desconstrução mitológica”, como “ontológica”, ao qual esteja para uma política cultural, pelos quais não haja somente um ponto de estacionamento de identidade moral e espiritual, e sim uma aceitação cultural de igualdade para todos sem exceção.

Dentro das concepções pós-modernas, o “preconceito racial”, foi se reinventando,  com um olhar de limitação da igualdade, ainda estando concentrado no sentimento de barbárie, “retirado do eurocentrismo colonial escaldante”, segundo as palavras de Noam Chomsky, o que não deixa de concentrar  uma marginalização de agentes culturais, que não contenham em suas lisuras genealógicas algum ponto de insurgência revoltosa contra  o “Velho Continente”.

Se retornarmos ao helenismo, segundo  Jean Pierre Vernant “o mito se fez presente, no cotidiano, das diferentes divisões sociais da polis”,  que  passando, para um antropo brasileiro, nosso folclore, está sendo comiserado para uma apresentação de estereótipos intelectuais,  que venham a outorgarem, “um sociologia do conhecimento”, em como empreender realidades que estejam voltadas para uma fantasia coletiva, de aprender a conhecer um heterodoxo humanístico , do que seja espiritual  como intelectual.

 

Jean Pierre Vernant

Um intelectual, que passe pelo filosófico, mas que também não se faça um mito  de uma pseudoverdade, que venha a estar semantizada na dialética, de produzir,  “uma principia de elucubração”, entre o que seja uma compreensão do esclarecimento reflexivo, em torno de construir um homem, que possa estar tanto apoiado em sua realidade introspectiva como sua imaginação extrospectiva.

Sigmund Freud,  “dentro de suas teorias acerca do universo psicótico, coloca que o sonho detém uma realidade sensorial e neurológica muito próxima do sonho”, um sonho construído por uma frenologia contínua, que faz com que o ser-humano necessite se reinventar a cada instante dentro de um pragmatismo de se aceitar, como sendo um construtor de mitos.

Seu discípulo Jacques Lacan colocou que , “no seu real, simbólico e imaginário”, permuta a elaboração de sentimentos egoístas, que partam assim para um egoico fluxo de informação, que parta do seu  “real”, para produzir simetria de um imaginário que possa levar “o eu”, a se integrar em polivalentes situações tanto da metafísica, de prosseguir para uma liberdade de comportamental favorecendo um verbalismo imaginário,  como entre sonhar com o mito, e entender, a,  “sua não existência no mundo sensível”.

O Folclore  parte para de “um conhecimento sensível”, que assim venha perjurar um empirismo, que possa estar, “para um inconsciente lacaniano”, de desconstrução da linguagem cotidiano, caminhando  para uma servidão mental, que faça miasmas de que que a espiritualidade, esteja fortalecida como um fator de buscar uma lógica, que misture tanto o sentimento de criar com o distanciar, em  acreditar que tudo seja possível.

O Folclore com uma pitada da licantropia, faz um toque forte de volúpia, em que a aspereza dos sentidos, esconde uma monstruosidade sanguinária, que nas noites de lua cheia ganha forma, dentro de uma descaracterização do hominídeo, enfatizando sua monstruosidade como algo não unicamente  demoníaco, mas sim que com um  amor em conter um pouco do “proibido”, onde o desejo pode ser interpretado como um caminhar do romantismo fatalístico,  que contenha no esdruxulo da forma ameaçadora e monstruosa, uma artimanha, do fluxo de uma lexicografia da subjetividade violenta e anima, que venha a dançar perante as múltiplas possibilidades de “amar”, diante o odiar do que seja considerado “feio”.

“Um feio”, que também esteja dentro de uma mesma transição, de argumentação racionalista, sublime e não promulgue um pensamento irracional, de que o sentido folclore seja uma “(rei)nvenção das tradições”.

Como diria o grande historiador Eric Hobsbawm,  “as tradições podem definirem, as formas de como uma sociedade se articule  com  grupo multicultural, ou como civilização pluralística”, se pensarmos dentro do mito do lobisomem, no Brasil,  ele ficou caracterizado como um homem – rude que desconta sua raiva, no patrão diante a sua mórbida  transfiguração nas noites de “lua cheia”, e assim    se dissemina um banho  de  sangue, como uma representação da libertação do trabalho servil, sentindo um cunho luciferiano  de fugir da escravidão, diferente do sentido mitológico do “Rei Lycaon”, em  sua metamorfose foi  feita por desafiar os Deuses, que também soa como  uma libertação do ser-humano diante o seu semelhante, em se projetar como sendo um melhor do que o outro.

Se colocarmos um caminhar intelectual e cultural, “o mito do homem – lobo”,  esgarça, a segurança que ao longo da História, os agrupamentos humanos, não conseguiram  ainda lidar com sua adversidade de interpretação acera do que seja ou não permitido coletivamente, como sendo  um fortalecimento em  não permitir internamente que a sua mente, contenha um crescimento de sede de poder intrépida, que assim faça do “mito”,  uma eugenia entre o que pode ou não ser aceito.

Uma aceitação que dentro de uma sociedade da deficiência, usando de termos patológicos e psicológicos, faz, por exemplo, do “Saci-Pererê”, uma moldura de vim encabeçar, uma liberdade de intransigências quanto a aceitar a pessoa com necessidades especiais,  dentro da sociedade civil perfeccionista.

 

Sendo assim, é pragmático colocar o Folclore como sendo um caminho, para trocas de signos de consciências culturais, no sentido de um discurso semiológico,  que não contenha o tecnicismo, de incidir, a limitação física, como sendo uma característica marcante de um grupo populacional específico.

Florestan Fernandes, dentro do seu estudo sobre Folclore Brasileiro, tangenciou “ uma hermenêutica cultural e mitológica, que faça uma pujança de classificações sociais e comportamentais que assim sejam substanciadas, em dividir a sociedade”, gerando uma organicidade interpretativa, em  se inseri,  um aprimoramento da discriminação étnico – racial, sem conter uma lisura de crescimento quanto  aceitação humana uniforme, perante as  classes populacionais mais carentes, em espaços políticos que estejam assim, sendo agraciados por alguma tipologia de “divisão  massificante estruturalista”, quanto a sua assimilação de aceitação e igualdade perante algum tipo de classificação moral e intelectual vigente.

Dentro do sentido intelectual argumentativo, “o mito e o folclore”, estão entrelaçados para uma aventura de enunciação gramatical, a formar uma exegética de realizar uma historicidade que não fique, presa unicamente a fatores empíricos, e sim que procure “no popular”, um sentimento de encabeçar todas as civilizações dentro de uma complacência  educacional onde suas origens e tradições, sejam mutuamente respeitadas entre si.

Em uma comparação com François Rabelais, “no entendimento de sua denominação de cultura popular na Idade Média, como a representação do que é proibido ou amaldiçoado”, Florestan Fernandes, coloca, “que o folclore brasileiro, é um sentimento de ascensão das classes menos favorecidas perante a dominação do sistema capitalista”.

O intelectual  paulistano, realiza uma  “Sociologia do Folclore”,  encontrando caminhos intelectuais,  para uma construção de identidade nacional que assim vai se formando uma mentalidade que ao mesmo tempo possa ser esgarçada, como uma “filosofia da conduta”, que através de uma, “satirização coletiva dos bons costumes burgueses”,   seja uma apresentação do que seja “proibido”, e que assim  através dos mitos venha, levarem  cultura para todas as pessoas.

Rabelais coloca que a “cultura do renascimento”, venha a reaver, que entre as máscaras, está uma identidade que possa assim tanto estar imiscuída um  padrão cultural de mistério do poder em,  recriar novas dádivas alegóricas,  de como seguimentos de  uma crença ou  fantasia, venham assim a fazerem  do “mito”, algo que esteja tanto dentro da realidade de várias pessoas, como também a  apresentar,  “uma estética de compreensão de como o mito, também esteja dentro de um conceito do folclore como uma elucidação, do que possa vim a ser classificado como sendo sublime dentro de nichos culturais que sejam homogêneos do que seja denominado  como sendo real”.

Um “real”, que venha a se,  comprometer , como diria novamente  Florestan Fernandes, “em realizar,  um cunho de entender de forma empírica o que seja o equilíbrio frenético, entre as  formas de construções de narrativas intelectuais, que sejam culturais em  retratar diferentes acontecimentos históricos”, que façam assim o ser-humano enxergar,  o crescimento de uma “arte”, que não fique necessariamente  dentro de conjecturas e  lisuras sociais e políticas,  que venham  a promoverem uma aglutinação,  de um ideal de construção do  “culto cultural”,  que não leve atrativos  metafísicos, que assim venham a construírem meandros de análises neuropsicológicas, como também atributos de uma cultura ficcional e imaginária,  que seja ao mesmo tempo hibrida e que possa unir em torno de um mesmo prolegômeno linguístico e gramatical,  visando uma ontologia de sobressair dos costumes discriminadores, mas que valorize um esboço de idealismo em buscar  sair do tecnicismo de conter um excesso de cientificismo em torno de arestas epistemológicas quanto a compreensão do imaginário.

É necessário de fundamentar uma arte intelectual, que faça do folclore algo reflexivo, e que não fique exclusivamente a  exalar a “tradição” (ou tradições), e sim que contenha fatores de valorização do “sapiens”,  como construtor de sua identidade moral, e de como seu lado místico e espiritual são construídos tanto para realizar um artefato de modelação do meio psicossocial o qual vive, como também segundo as palavras de Hegel,  “produza uma filosofia da história”, que contenha elementos destrutivos de verdades eternas, e que venham a promoverem a valorização tanto da criatividade como de  atividades interpretativas lúdicas,  em torno de defesa de prelados culturais que levem em consideração polivalentes preceitos de “um esclarecimento filosófico”,  que seja tanto mental como social, dentro de uma simetria de ansiedade intelectual para se definir o que seja o folclore, fazendo  um caminho instrumental dialético, que possa levar para  “uma fenomenologia”, que não fique exclusivamente encarcerada  na exaltação do  “mito”.

Os mitos veem a determinar,  “segundo Jean Pierre Vernant, que reflete a rigidez de uma cultura que não domina seu progresso, e que passa assim para um caminho de rebaixar sua condição de desenvolvimento humano, que chega a uma técnica bem ruim, que não seja substancial para um empirismo que possa promover ciência de forma imparcial e clara”.

Nesse ponto Florestan Fernandes passou por um  escopo analítico,  de que,  “as tradições”, podem estar dentro de parâmetros científicos, que sejam métricos, e que contenha dentro da música, da canção, dos ditos populares, “das maledicências  e dos causos”, algo que seja assim uma jactância genealógica,  que venha a procurar  destruir “pacto sociais, onde tudo possa conter somente o cunho científico”.

O mito e a ciência são caminhos de liberdades, que podem tanto, estarem na louvação de poder levar o ser-humano para a dúvida, como também  o  promover na necessidade que,  precisa acreditar em algo que esteja acima de sua razão, como também,  em realizar uma  argúcia, de favorecimento de uma mentoria cultural, que possa promover o amor, pelo desconhecido, e  que seja uma fraternidade de opiniões que possam dentro da ideia de Mircea Eliade,  “de que tanto o mito como a superstição”, estão dentro da ideia de uma  lapidação mental, que se faça espiritual, e que passe para “uma ação”,  de que as palavras podem conter o caminho de lançar estórias,  que venham a  darem  uma oportunidade, de fugir de, “uma psicopatologia do senso-comum”, e que um povo contém seus aspectos particulares e pessoais, em como enxergar a sua  humanidade, e sua condição intelectual, social e moral,  diante “antagônicas formas arquetípicas”,  de estarem em torno de um setor intrapsíquico de que não,  adiante somente acreditar o que pode ser provado, mas também no que pode também ser saciado.

Dentro de um setor somático, está segurança, de que a imaginação pode ser renovada a cada instante, quebrando barreiras, entre o que seja certo ou errado.

O mito de Deus e o Diabo é um eterno retorno ao passado, de que o homem vive um pânico constante em se ver só, como sendo  unicamente responsável pelo seu próprio destino.

É necessário um pouco de fantasia, para dar conta de nossa existência e de nossas memórias afetivas para que assim se chegue a uma reflexão do que seja  acreditar ou do que imaginar.

“Bertrand Russell, no seu conceito de acreditar” e “Jean Paul Sartre no que imaginar”, se encaixam,  dentro de uma ideia cíclica,  de que o folclore engrandece a imagem histórica de um povo, que não esteja auspiciada para uma cordialidade  bioética, que contenha uma estilística de procurar de forma constante no empirismo, o que venha ser,  um objeto de averiguação  intelectual,  sem se distanciar da facilidade em se entrever a interpretação sentimental, de que o mundo invisível está presente ao nosso redor, e que o fantástico está presente na conduta de ação temporal  do “sapiens”.

Um “fantástico”, que segundo as ideias de Tzvetan Todorov,  “venha a construir as estrutras narrativas, que esteja  com um pé, no amor  pela  aventura em se conhecer o desconhecido, e assim se lançar por territórios mentais  frenéticos, de que os saltos de uma estética da percepção intelectual profícua,  passam pelo o fantástico”.

O Fantástico e o Folclore estão em um mesmo paradigma, de provocar a humanidade para sair dos seus marasmos de ficarem, presas a, “um cartesianismo” que já não contém todas as respostas paras as mais variadas problemáticas humanas.

Seja pelos  licantropos, pelo Saci, pela Cuca, ou  pelo Negrinho Pastoreio, Curupira, ou  entre outros tantos personagens que  foram imortalizados por escritores como Monteiro Lobato,  Mário De Andrade, ou Câmara Cascudo, todos  trazem uma consciência analítica, que é fundamental se preocupar com o lado místico e fantasioso, da cultura popular, para compreender uma noção de história, que fuja das tradições tecnicistas, em ficar somente em  um cunho factual.

Usando de José Honório Rodrigues,  é fundamental, “uma teoria da história, que  se faça, não somente através do uso dos documentos, mas pelas anedotas, que vão se sendo passadas de geração a geração”, e que  tanto,  “o conceito de mito”, passando pelos,  “princípios helenísticos”, encontra caminhos para uma liberdade de inteligência, que venha reforçar, um recondicionamento,  que para se fazer uma ciência é necessário sempre estar baseado em um  modelo empirista.

Segundo o anarquista epistemológico Paul Feyerabend,  “é primordial, se quebrar modelos de condicionamento  de conhecimento, para que assim não haja marginalização de conceitos que não são descartados perante a comunidade científica”,  e possam fazerem  parte, de compêndios de uma filosofia da ciência,  teorizando o  conhecimento diversificado, e  que venham assim  possibilitarem,  o advento de múltiplos caminhos para se gerar uma interpretação e uma informação que seja ao mesmo tempo  lúdica e diferenciada,  perante os paradigmas  tradicionais de construção do  conhecimento intelectual.

“O culto”,  pode conter uma  característica de uma redução do caráter intelectual das pessoas, mas que perante “o mito do folclore e de suas lendas”,  elevam um patamar de construção de processos históricos, que procuram entender que dentro da cosmologia existencial do ser-humano, estão traçados caminhos  morfológicos, que assim possam ser ditames, para um entendimento crítico,  que a cultura também  está elencada em hábitos simples das pessoas, e que passam por diferentes ângulos  comportamentais, para se  evocar uma educação que seja extenuada em um confronto historiográfico,  que segundo,  “Michel De Certeau, traça um cunho de digressões entre o que seja real como também o que seja ilusório, mas que venha habitar o cotidiano da maioria das pessoas”.

Dentro de um sentido psicológico do “culto”, não se trata exclusivamente de elevar uma conduta de  favorecer um,  “eu que esteja, encarcerado  no inconsciente coletivo”, mas sim desconstruir ramificações de focar  e combater  uma psicose, em se viver,  “o real e o material”, sem desenvolver peremptórios de se chegar até uma criatividade que faça uma metáfora existencial valorizando uma polissemia de atos intelectuais que possam mover vícios, de que tudo que envolve o ser humano venha a estar banhado pelo principio de uma educação,  em realizar  caminhos múltiplos para se  chegar a uma liberdade intelectual que possa estar  promulgada,  ao caráter filosófico e científico.

Como diria Gilberto Freyre, “grande parte de nossos mitos e casos, passam por momentos históricos traumáticos,  pelo quais, envolve a luta de sistemas de dominação, que sejam, tanto coletivos como individuais, que fazem por si só, a urgência de uma manipulação da realidade, mas sem perder seus sentidos ritualísticos,  extenuantes de uma formação intelectual dialética”.

É necessário se acreditar em algo fantasioso, como também saber que em cada fantasia está uma práxis, de construir um espírito –  crítico, como também em se preparar para um luta intrépida contra o senso-comum de tudo tem que ser provado, sem se deixar levar pela graça de um trabalho intelectual, que possa tanto ultrapassar os limites de realidade, que se torna mecânica e servil, perante suas tessituras epistemológicas,  em compreender,  que tanto,  “o mito como o culto”, são asas para elaboração dê horizontes culturais, que possam se  colocarem  dentro de um conceito pluralístico que envolve tanto formas de pensamento como a de formação de criticidade.

Dentro de um patamar  de “criticidade cultural”, está uma virtuosidade de elevar elementos para signos de uma linguagem, que possa tanto encantar como ao mesmo tempo romper com princípios, de uma letargia em não entender que  o folclore, é  um caminho multifacetado,  para a valorização  de uma  divulgação do conhecimento, como também,  venha dar mais vozes retóricas e conscientes, em um sentido de felicidade que seja,  tecer e se maravilhar com suas lendas,  ou letramentos populares, sem ter um mínimo de conhecimento de sua valorização intelectual ,  como sendo  uma forma de interlocução, “entre um eu, ativamente social em suas relações pessoais e interpessoais, como também estar alojado, internamente a um mentalismo, que seja substanciado, para um sonhar”, que esteja distante de uma neurose individual, que venha a deixar um “materialismo histórico”, baseado na irreversibilidade, de uma cientificidade, que gere uma plasticidade de oportunidade de sair do sono profundo, de gerar papeis intelectuais sucintos e conscientes acerca da importância do Folclore como instrumento claro e versátil de uma identidade nacional, que saia dos vícios de serem usados como instrumentos de entretenimento em sua grande maioria, fugindo da necessidade de  uma arquitetura de intelectual, que possa assim  permutar um sentimento de clareamento de “um  significante de contexto gramatical, que contenha uma significado central original, mas que vai se tornando hibrido com a passagem do tempo”, segundo as palavras, de Louis Hjelmslev,  e que,  usando também novamente de Mário De Andrade,  “compreenda que a cultura brasileira é uma mistura de polivalentes ritmos humanos”, que faz nosso povo, conter característica heterogêneas tanto no seu  traçado de interpretação  propedêutica, como de constituição de sujeitos de ação, executora de uma razão clara, e de uma emoção pura, valorizando múltiplos elementos de uma folclore que seja divertido, e ao mesmo entendido e sentido.

Louis Hjelmslev

Por CLAYTON ZOCARATO

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