DIALÉTICA – Literatura, Classe e Argumentação: Redescobrindo Brasis

DIALÉTICA – Literatura, Classe e Argumentação: Redescobrindo Brasis

A Literatura Brasileira, não pode ser classificada como afirmou Antônio Candido, como sendo unicamente um “ramo secundário da arte de escrever  secundário da cultura portuguesa”, mas sim que passou por um período de valorização das suas correntes de influências teóricas metodológicas, passando pelo assim chamado  pós-modernismo, rotulando novas formas de interpretar e descobrir um Brasil em torno de vários Brasis.

Não se pode mais passar por uma lógica existencial analítica  de puro engajamento de uma cultura que busca sua identidade perante os júbilos de sua história exploradora e discriminadora, como sendo um arcabouço crítico ferrenho de fortes artimanhas em perjurar “os anos de chumbo” por exemplo,  como sendo  um articulador de gerar enredos que assim venham a refazerem, a esperança de imiscuir a construção de “Brasis democráticos diversificados”, mas que ao mesmo tempo,  enfrentou períodos de fortes turbulências políticas, em torno de uma polarização estatal, em  enervar os ânimos quanto ao que pode ou não ser classificado como sendo literatura “engajada, ou ficcional e atrativa”.

Desde a carta de Pero Vaz De Caminha se realizou um jugo de enaltecimento das nossas riquezas naturais, como um semblante doutrinário de vim despertar a cobiça, como sendo um forte cunho de enervar uma valorização do “homem civilizado europeu”, perante o gentil bravo indígena de nossas terras.

 

Carta de Pero Vaz de Caminha

 

Em nossa literatura passando pelos cânticos de louvação cristão de José De Anchieta, aos Sermões de Antônio Vieira, se encontrou um sepulcro intelectual de ficar fortemente auspiciado pela influência católica, como também um sentido de combater heresias de levar a palavra do senhor, para todos aqueles que viessem a serem considerados infiéis perante o poderio das cruzes romanas.

Todavia, encontrou um viés de qualidade gramatical, e também de uma revalorização de sua metáfora argumentativa, como forma de enganar o leitor, através de Tomás António Gonzaga, Cláudio Manuel Da Costa, com um semblante Iluminista de vim a lutar contra os efeitos do Antigo Regime, e também a denunciar a espoliação lusitana em nossas terras, mas sem deter-se em  um sínodo cruel  de romantizar o sofrimento de nossas  glebas populacionais “sui generis”, que geograficamente estavam mais próximas da expansão colonial de nossas  das primeiras cidades localizadas próximas do Atlântico, favorecendo uma compreensão histórica,  que mesmo dentro do nosso sistema de construção escravista e de exploração e espoliação,  da formação   de nosso sistema capitalista predatório , a literatura “brasialianista”,  passou por um instrumental teórico tanto para suplantar os ideários de luta por  liberdade,  contidos nos princípios republicanos como também elucidou o tamanho da dificuldade, em se entender um país, que ainda estava fora dos padrões comportamentais em torno de nossos desbravadores.

Evocando a ideia de Aristóteles, “quanto uma forma de disseminação de formação do pensamento que possa ver o diferente, como sendo um prolongamento de atitudes libertárias”, que viesse assim desenvolver um “crátilo”, sendo uma teoria de valorização da cultura helenista, defronte os  caminhos de conjurar um pensamento da construção de identidade  arquitetados em  intelectualidades  que fossem projetadas  tanto para o esclarecimento,  quanto para o entendimento empático entre polivalentes civilizações.

A Literatura no Brasil passou por enredos epistemológicos,  tanto de enaltecimento á,  um sentimento de ativismo social, moral e institucional, como também em esmiuçar polifônicos momentos de uma forte rebeldia, quanta produção de conteúdos que não ficassem,  exclusivamente encarcerados, em denunciar um momento  se quer de opressão,  que fosse propício, fortalecendo a  constituição de uma  estética  escritural forte, e que ao  mesmo tempo outorgasse “ser”  alvo de novos embasamentos e questionamentos quanto a fazer uma redescoberta sadia e forte do povo Brasileiro, e tendo nesses  viesses humanistas, caminhos para elevar  uma ontologia, que venha ornamentar a ascensão de nossa cultura de escrita, não como um sentido filosófico  de  realizar em  nossas raízes intelectuais, estejam  envolvidas com os desejos de nos libertarmos da atmosfera de opressão da coroa portuguesa ou de outra influência aglutinadora colonialista.

Se pensarmos no sentido da Inconfidência Mineira, voltando a  Tomás António Gonzaga e Cláudio Manuel Da Costa, a literatura no Brasil sai do seu  sentido original,  de um cantar religioso muito forte, passando para um sentido de luta pela liberdade realçada em seus poemas, em que é demonstrado toda uma preocupação quanto a um comunicar de intelectualidade que não seja nefasto, em ver a opressão como uma dos caminhos mais perigosos para uma construção de uma  cidadania, que não  levasse e conta tanto os aspectos políticos e culturais das diferentes etnias que estavam formando o Brasil.

Cláudio Manuel da Costa

 

Sendo assim o sentido de lutar por direitos republicanos também conteve uma estética indagadora,  escoltada para uma historicidade em retratar momentos de um forte esclarecimento intelectual, onde venha transcorrer que as classes sociais multiformes, possuem elementos semiológicos notáveis, de acalantar polivalentes pontos de vistas culturais,  que possam  tanto combater “doenças mentais” de uma infantilidade, em assim,  vir a realizar uma projeção teleológica, de como os estilos literários tem tanto objetivo de enaltecer labores de construção a  uma subjetividade integra e consciente de si mesmo, bem  como a remediar um paráclito de política, que se  faz usufruir da arte, somente em,  “momentos de forte crise intelectual e moral”, como ressaltou Alfredo Bosi.

Alfredo Bosi

 

Aliás, usando de Alfredo Bosi, está um gatilho de moralidade, que seja “intrapsíquico, em que o tempo, é um caminho” de “construção de um ser”, que possa tanto estar arquitetado em buscar o bem das pessoas como também a entrever a individuação, de uma mentalidade, que ao mesmo tempo possa,  “conter uma intersecção histórica muito grande em consonância com  disparidades existenciais”, em ver que a arte literária passando por fenomenologias sintáticas consubstanciando , tanto uma orla filosófica sádica quanto uma ética  religiosa intransigente.

A Literatura Brasileira passou por sua história por múltiplos,  caminhos de uma humanização, que ao mesmo tempo pudesse ter  um estereótipo de intelectualidade orgânica, em propiciar um novo cânone de interpretação  sociológica,  estando inclinado para um cunho de liberdade intelectual, que  fizesse  nossos dilemas históricos a formulação de uma cultura hibrida, caracterizada como um bojo de construção questionadora, chegar à uma  intelectualidade amplificada em uma mentalidade sociocrítica consciente de suas origens , passando por um prognóstico de intelectualidade, que servisse de uma  subjetividade dialética, “cantando  as levezas”, de atribuição intelectual em fazer com o que o Brasil, não ficasse dentro de um semblante eterno de exploração mental e moral do Antigo Sistema Colonial.

No sentido de sua moralidade gnosiológica, a literatura brasileira, esgarça um princípio onde a  “vaidade” está auspiciada, para um “combate nas trevas”, (usando das palavras de Jacob Gorender), quanto a realizar, perante, “o pensamento nos trópicos”, novos ornamentos de uma ontologia de criticismo,  em se chegar à construção de um cânone, que possa não ser somente um marco de exploração, mas sim “um labor”, para encabeçar um pensamento de escritura que seja propedêutico, e não vindo de forma preconceituosa,  a defender, ou engrandecer, um setor em especial da  nossa sociedade civil.

O Brasil passou por sua história das letras, por nuanças interpretativas,  de ter suas ideias literárias,  sobre a gênese da  batuta europeia, o que não deixou de promover a destruição de sua capacidade intelectual, ao qual  possamos dizer (congênita em sua homogeneidade de constituição intelectual), em se fazer como vários “pedacinhos”, que sejam sublimes, quanto a não conter uma libido que fosse traçada para uma inferioridade cultural, das, “classes sociais mais  abastadas”, que viessem aqui para usufruir de todo nosso espólio natural e humano, gerando,  “uma intelligentsia” que contivesse o gozo eterno do pecado carnal.

Ronaldo Vainfas “em seu trópico dos pecados, coloca que a Inquisição no Brasil, tinha como um de seus principais objetivos, forçar as pessoas a conterem hábitos cristãos – católicos”, como também a exaurir e combater “os cristãos – novos”,  verificando certa “frenologia de absenteísmo e novidade intelectual”, dentro da cabeça do clero que viesse,  a cometerem, novas lógicas de um comportamentalismo histórico em  fazerem,  questionamentos quanto às veracidades dos dogmas cristãos.

Na construção de uma Ideologia de Intolerância em nossa literatura, está o cerni de novos prognósticos em um aprofundamento intelectual, para se chegar a um bojo de jactâncias e amplitudes psicoculturais, ao qual nossa escrita como forma de diversão, passa por um caminho de denuncia de nossas mazelas civilizacionais, em não conseguir assimilar, um “laborial caminho de sucesso”, que venha assim cantar, que nossas diferentes esferas de intelectualidade podem, reproduzir um idealístico sistema analítico,  que venham a disseminarem polifônicos sacrilégios, para ritmos intelectuais frenéticos, de passar para modernização da  língua portuguesa, que venha reunir múltiplos escopos de imanências subjetivas de formação mental libertária, quando a ver um hibridismo de conhecimento literário, tendo felonias do que seja algo intelectual favorecendo o livre pensar, como sendo um controle massificador, que germinasse, a  nossa literatura, não como sendo um teste de “letramento tecnicista”, vindo a realizar discursos de significados quanto a entende, um “dasein”, que saia do espaço-tempo, teorizando uma marca de relação histórica – onírica, entre o que pode ser considerado como sendo algo de verdadeiro, quanto à elaboração de uma metafísica, que possa assim ser  falsificacionista, em reaver as várias camadas de uma epistemologia em se entender a literatura brasileira, como um caminho, para se chegar a uma semiótica de intepretação dos signos que venham a humanizarem,  um semblante de como se entender  a inteligência coletiva, de forma consciente, e que seja onipresente, quanto a classificar a nossa literatura como sendo um vetor de respostas, para um crescimento intelectual em se  retirar, “o brasileiro” , da sua condição de “cordialidade”, perante sua tessitura de exploração.

Uma exploração que passa por elementos, de equilíbrio entre o que possa ser classificado como sendo um nicho, de elevação de plantéis do esclarecimento através o sofrimento alheio, que venham assim passarem, por cunhos humanísticos, ou objetivar a lapidação quanto a se chegar a um conceito de literalidade que venha conter, a capacidade de inteligência, em se enveredar  novas tipologias de como se fazer compreender, perante um, “eu que,  seja pluralista”, e que também contenha uma estética de sair do senso-comum, e assim se chegue a cunhos de um senso-crítico que combata uma univocidade de recepção da internalização e formação intelectual.

Sendo assim, é de  vital importância se deter perante,  novas  lutas,  contra opressão em se  fazer um estereótipo aniquilador, de realizar dentro da Literatura Brasileira, caminhos diacrônicos, para se entender ela como um “doce manifesto de insatisfação de espoliados”, segundo as palavras de Mário De Andrade, pelos quais se possam,  realizarem atitudes de benfeitorias, para um comprometimento e esclarecimento mental, da Literatura,  como uma forma de não somente  contar ou narrar , como as classes sociais se comportam perante os desafios de se renderem para uma sintomatologia de moral que possa não apenas se compor como o que  se pode ou não fazer, mas se recompor perante reflexões de uma filosofia do poder, que venha conter uma subjetividade sucinta, quanto ao progresso de um desenvolvimento psicossocial, promovendo um crescimento de combater as artimanhas do senso-comum excludente, e  não somente construir,  novas paralaxes de contar, “a história tupiniquim” ao longo do tempo, só por contar.

José De Alencar, fez da  “ idealização de um herói – nacional”, gera uma necessidade de um cenário  opressivo, ao qual dentro da construção política e estatal do Brasil Republicano, demonstra um sentimento de desalinhamento, quanto a se realizar um governo democrático,  que venha outorgar o cumprimento de direitos e deveres para todos os cidadãos, sem exceções ou exclusões.

Se pensarmos em termos do pensamento  jurídico, se submetendo ao pensamento de Niklas Luhmann, “o jurídico e o Estado, são traçados de um motor panóptico de evolução do Direito, em busca do equilíbrio, entre a sociedade civil como  de sua história social”, dentro de uma simetria de literariedade, está um sentimento de buscar a cada instante, um ponto de observação “kantiano”, para uma usurpação da razão pela inteligência, pois dentro de um contexto filosófico iluminista, “todos detem razão, mas dentro do conceito de inteligência”, o conhecimento científico tem a necessidade de refletir acerca das vontades humanas, no contraponto de uma vitalidade intelectual exaurida, para uma desconstrução do que seja “pensar e agir”.

A Literatura Brasileira, detém em suas conjecturas artimanhas de um pensamento em se colcoar contra práxis da obsessão e opressão, sem precedentes, mas com procedentes, para uma não delimitação do leitor em buscar tanto a diversão como a conscientização dos seus principais dilemas e problemas.

Faz-se jus um  consumidor de livros, ter o seu exemplar e ser  classificado como um agente de interpretação histórica, dentro do seu universo de letramento, que  seja, viril nas  formas de elaboração de elementos projetivos, que faça os dados de geração de novos  leitores, sejam agraciados a compreenderem, que dentro de um escopo de comprometimento social,  em vim a retratar uma época história em especial, onde se possa posicionar, um equilíbrio entre o poder da leitura, com  uma humanização de sabatinar, mentes que ainda não possuem o hábito de “ler”, mas que também saiba como usar e adquirir  termo do “compreender”.

 

Hannah Arendt, “outorga o compreender”, como, “sendo um dos grandes pilares para se chegar a um pensamento filosófico, que esteja dentro das premissas para se entender os dilemas diários da sociedade”, mas que não seja totalizante, no caminhar de respeitar a história de vida de cada pessoa.

Nesse cunho, de realizar uma caracterização, de que a literatura não é unicamente um caminho de diversão, mas sim um desafio, para a produção de flancos intelectuais, que venham,  em não “a repetir concentração de rizomas, intelectuais”, segundo o pensamento de Gilles Deleuze, mas sim, a  reaver perspectivas de como polivalentes estilos literários, tem caminhos, para a sedição de indivíduos pragmáticos que se destinam  somente a ler sem conter o entendimento lúcido.

E o entendimento como a compreensão, tem que entrever caminhos, para se chegar a uma liberdade, de reflexões, que sejam formadores de mentalidades argumentativas, que possam assim incomodarem, um tecnicismo atemporal de aprendizagem em se ter contato com mecanismo de cultura diacrônicos, que não  possam vim a destruir a capacidade de gerar a  curiosidade, bem como  aguçar, uma ativação de,  “racionalidade cativa”, que realce, a leitura não exclusivamente como esteio de venda de livros, mas sim que esteja embasada, para uma “organicidade de pensamento, que se promulgue, para a construção de novas formas intelectuais, que possam mover o motor da história, e não serem tratados como parte das engrenagens que outorgam a opressão”, segundo as palavras Antonio Gramsci.

A Literatura, entre tantas fissuras e loucuras, se descobre a cada momento como sendo uma condutora de energia, para que o homem assim possa se suportar dentro do  “tempo”, ao qual seja unívoco  aliado, em se enxergar como um elemento metafísico, mas que necessita de um elemento físico, para que se possa alçar uma elevação sua para além, de uma “genealogia do bem e do mal”.

Segundo o crítico Robert Escarpit, “o livro é a elevação de todos os nossos desejos mais profundos, mas que também produza uma interiorização do homem, perante um efeito dialético, em se possuir, uma estética que envelhece, mas que produz os mais belos sentidos de compreensão e invenção da estória e da história”.

Dentro, do cenário de entretenimento a Literatura Brasileira, tem “seus ritmos, estilos e métricas, concatenados em despertar o leitor, para um clamor em conhecer suas origens”, voltando a Alfredo Bosi.

O leitor de poesia, tem que conhecer a leveza das palavras em se deliciar por caminhos que vão desde Casimiro De Abreu, passando pelas denúncias escravista de Castro Alves, e dando um salto temporal chegando até os dramas existenciais poéticos de Carlos Drummond De Andrade.

Para as  crônicas e contos, podemos citar, os sentidos dos dramas diários citados por Roberto Drummond, Rubem Fonseca, ou Dalton Trevisan, e depois passando pelo Romance, com seus inúmeros estilos e sinopses, retratando a busca incessante por uma compreensão do brasileiro, dentro do seu papel tanto como indivíduo, mas também alguém que procura uma individuação, em torno de perfis psicológicos e sociológicos, que venham  a produzirem uma filosofia de compreensão de uma individualidade, que ainda não encontrou sua subjetividade.

Seja para recordar, ou para denunciar, és vital enxergar a literatura como um patamar de diversão, mas porém que venha fazer das pessoas, ornamentarem, um estado mental,  culminando em uma litografia de interpretação, que possa germinar cunhos, para o desenvolvimento da mentalidade  argumentativa, validando uma historicidade literária, que coloque todos os elementos existenciais  do povo brasileiro, como uma enunciação, de arquétipos, “de que para um material de carpintaria da literatura crítica”, como diria Autran Dourado, está um caminho, “maiêutico”, em que não basta se escrever por lazer, mas sim que venham passar por um “espaço” de transposição do “real”,  promovendo a geração de prolegômenos de uma teoria da linguagem que venha assim a incidir,  exéquias de não se imiscuir, que a literatura seja  volátil,  como sendo  um de seus principais fatores,  em tirar o leitor da sua zona de conforto, que assim venha a se trabalhar o sentido de uma espiritualidade que dê alguma tipologia comportamentalista ética em se respeitar o “próximo”.

“Um próximo”, que não contenha o orgulho, e que realize, uma promoção de que é necessário como um Chico Xavier, favorecer o crescimento de uma “literatura de autoajuda espiritual”, que promova uma valentia em se construir o “real”, com uma pitada do espiritual, voltado tanto para do social.

A vida do intrapsíquico de forma literária interfere no cunho de uma humanização das relações pessoais,  entre se aproximar, de um cunho das humanizações, de uma cultura-pop, que seja sucinto, ou que seja leviano, em  afastar o leitor, de sua condição humana, para colcoar em voga novas construções metodológicas, voltadas para factologias de intelectualidades, que não estejam em sintonia  “para  um pragmatismo mórbido”,  não  chegando  ao surgimento, de um romantismo leitor,  que venha a se produzirem,  exposição de lastros de uma intelectualidade, sendo um “princípio”,  para se articular com um momento histórico de leitura, prisioneiro do  que seja presente, passado ou futuro.

Dentro de um cenário físico entre passado, presente e futuro, a Literatura Brasileira, se encarrega, de se computar como uma base, de criar vida própria e não ficar, embutida com uma secularização intelectual que caminhe, para um método, em se fazer análise, sem levar parâmetros mentais e históricos, que venham a engrandecerem, tanto o fator corporal, Naturalista, como a revigorar seu Parnasianismo, na métrica de sua escrita, que seja tanto criativa como ativa, e que enalteça,  um Plano Romântico, que venha a ser Quântico, em fragmentar múltiplos sentidos culturais, da construção de nossa identidade, nacional, social e espiritual.

A literatura brasileira se reinventa em  todos os seus  diferentes elementos históricos, necessitando reaver polivalentes formas e maneiras, de se esclarecer diante uma lógica de acariciar o infinito, do seu universo leitor, como um caminho de louvor para se agigantar como um cânone de informação e diversão,  perante, a amplitude de crescimento, de  uma ontologia em  se “alcançar buscar um entendimento”, de como não ser exclusivamente,  “um galho secundário da literatura portuguesa”, como diria o grande Antonio Candido, mas sim que acarrete,  uma nova historicidade, de compreensão de como, se chegar a um coeficiente de liberdade de criação que possa esgarçar a construção de uma identidade intelectual brasileira, que não venha a sofrer uma influencia direta de estrangeirismos.

Os diferentes momentos históricos, pelas quais passou  nosso  empirismo literário,  estão realçados, na busca de uma gnosiologia de identidade intelectual, que não venha engrandecer cegamente, alguma tipologia de encantamento estético em especial, mas sim que venha confirmar uma Literariedade, como  forma, de disseminar formas, de múltiplas tessituras em torno de se realizar um “eu superior”, dentro de um contexto de poesia, prosa e narrativa, que promova o brasileiro como detentor de sua própria percepção de realidade.

Em uma dialética convicções e contravenções, ornamentados em suas factologias sociológicas e históricas, tanto como um caminho de argumentações de compêndios e diâmetro filosóficos, é necessário conter um olhar para a literatura tanto de ficção como de factos verídicos,  traçados concomitantemente,  como passos  provocativos de formações  culturais  e mentais, como também de incentivo, a geração de uma espirito critico e empreendedor cultural,  que olhe para o futuro, sem se esquecer de sua criatividade do tempo presente, e dentro do seu momento histórico vivente e existencial atual.

Como diria a eminente romancista paulistana Amanda Fernandes, “é necessário tecer um pouco de prazer, na loucura de se viver, e ter amor”, a literatura é um eterno prazer e amor e dor sem limites.

Por CLAYTON ZOCARATO

Pular para o conteúdo