DIALÉTICA – O Cinema procura uma sessão: o que assistir e o que desistir

DIALÉTICA – O Cinema procura uma sessão: o que assistir e o que desistir

 O Cinema há um bom tempo se tornou palco, de nostalgias individuais e coletivas efêmeras, que assim fazem o telespectador caminhar entre a esperança e a loucura.

 Uma esperança de que essa cultura já não está mais encarcerada aos grandes espaços de galpões fechados, e se tornou “Cult” do grande público, e também uma das marcas registradas do “Capitalismo Espetáculo” no quesito de fazer parte de uma arquitetura ideológica e hipócrita, de grandes shoppings centers, bem como a caber na palma da mão, através do uso de tablets, celulares, i-phones, bem como sua divulgação através de um rentável mercado como a Netflix, o que de certa forma travou um pouco a sua ternura, pois antigamente se esperava ansiosamente pela chegada de Dvds e Fitas Cassete nas já extintas nas antigas locadoras de vídeos, quehoje fazem parte das memórias e do imaginário de quem viveu essa época, mas tendo os Blu Ray, ainda elevando essa nostalgia.

 Assistir o cinema, tem um sentido de uma energia vibrante como a existente a um estádio de futebol em dia de clássico, e que quando aparece seu personagem favorito, revivendo clássicos, que foram se reinventando ao longo tempo, caso da nova trilogia de “Star Wars” feita por J.J.Abrams, que causou um verdadeiro frisson, gerando filas intermináveis alegrias indo das lágrimas a euforia, suplantados por explosões de histeria coletiva como por exemplo “Home-Aranha: Sem Volta Para Casa”, ao quais os conceitos de multiverso deram uma nova interpretação quanto, as possibilidades de se fazer arte, baseada em princípios de um atomismo ilógico, que fez as pessoas enxergarem, com outros olhos, conceitos complexos da ciência, como a física quântica, ou buracos de minhoca, bem com óvnis e a existências de universos paralelos.

 Sendo assim o cinema, já não detém, mais um espaço somente para despertar os calafrios e arrepios mais fugazes das pessoas, mas sim passou a ser uma arte que passe tanto para o efeito irrisório de acumulação capitalista, como também de um pilar científico diversificado.

 Nesse ponto é uma boa exemplificação acerca da valorização da “teoria empirista e crítica” de John Locke , ou seja, pode provocar efeitos psicológicos mais múltiplos, como também caminhar para uma ontologia ficando orquestrada entre o bem e o mal, tendo um caminhar “nietzschiano”, que está diversificado entre a utopia de poder unir a humanidade em torno de um “belo planificador”, que possa colocar todos os homens, em um mesmo patamar de igualdade, como também a se reinventar perante um mundo que dá voltas abruptas, mas que volta sempre a seu ponto existencial de origem, voltando tudo a parecer normal.

 Um normal que a Covid-19, nos fez lembrar, pode deixar de existir em pouco tempo, e assim como o espanto que o cinema causou com chegada do trem na estação de La Ciotat, em 1895, feito pelos irmãos Lumiére, foram um sinal de que os tempos eram outros.

 A imagem em movimento ganharia oásis, de tanto ser um saber lúdico, como também abarcar pessoas de diferentes classes sociais, para um novo estupor descobertas do homem.

 A Literatura passaria ganhar novos ares de interpretação com cores diferentes, tendo seus focos narrativos, imaginados e passados para grande tela.

 Podemos citar também que o cinema passou também a ser usado como um forte fator de propaganda política, aos quais Nazistas, Bolchevistas e Capitalistas se utilizaram com maestria, como uma forma de propagar seus ideais, e a fim assim de venderem seus produtos ideológicos, como marca de doutrinação e aglutinação personalista.

 Freud, “em sua psicologia de massas”, classificava “que uma novidade seja ela qual for, que causasse uma estadia de euforia coletiva nas pessoas”, seria algo que marcaria a história, já que suas tessituras neurológicas, são estruturadas, através de ações grupais ou individuais que chegam para as pessoas sendo originárias, de antagônicas estirpes sociais.

 O cinema pode ser classificado dentro desse patamar, como um novelo artístico repleto de antagonias.

 O Homem se viu arrefecido em um movimento de transcendência física e espiritual, que assim conseguiu materializar sua imaginação para cores, que unidas em vários ângulos produziriam tanto o elogio de sua razão como também de sua loucura.

 Usando de um aforismo do filósofo holandês Erasmo De Roterdã, “o elogio da irracionalidade como lapidação da razão”, deixo um espaço de desventuras em torno de um poder interpretativo, em entender, que o homem tem necessidade de estar mais perto de si mesmo, e que as imagens podem ser rompimentos, de uma solidão existencial que marcou sua fenomenologia pessoal, em desejar ser senhor de todo conhecimento.

 Os filmes demonstrou que imagem congelado ganharia efeitos biomecânicos diversificados, pois as câmaras de Polaroid, e depois celulares reproduziriam vídeos em segundos, demonstrando que a vida ficou instantânea, e que assim o próprio homem se tornou mais complexo em sua assimilação do real.

 A maioria das pessoas hoje pode ser considerada como “pequenos Fellinis”, pois filmar e fotografar são verbos que foram sendo alojados ao seu cotidiano.

 E de certa maneira trouxe um alerta para, os perigos do que seria a vida ao vivo e a cores.

 As invasões de privacidade, e os desvios de conduta, são normas, de lançar novas diretrizes acerca da mente, mas a necessidade do homem voltar-se para si mesmo, “gera uma questão schopenhaureniana”, de que “a vontade não é unicamente fruto da razão”.

 Mas sim um caminhar para um suicídio intelectual, de procurar sair do simples, para se chegar à uma visão socioespacial, de que ao mesmo tempo em que ocorre uma banalização do saber, o poder da imagem em movimento, é uma forma de chamar atenção incessantemente.

 Uma atenção que deixa um gosto de destruição, pois praticamente na atualidade tudo pode e passou a ser filmado, e assim tanto pode ocorrer sua sacralização ou sacríficação.

 Sacralizado, em um turno histórico onde é necessário se separar, o que seja cinema, do que apenas alguns milímetros digitais de redes sociais banais, onde aos quais as pessoas filmam praticamente de tudo, deixando um sentido escatológico quanto o que pode ser classificando como uma quintessência de arte, que assim detenha um toque leveza, e que provoque um ciúme perante aquele que fazem do senso-comum, que não conseguem ver a questão do cinema como uma função de reavaliar, como a inteligência está sendo construída, e demarcando seu espaço epistemológico, ao longo do tempo.

 Sacrificado, quanto à qualidade de que seus vídeos filmes arte do cinema, ganharam uma conotação gramatical quase que muito parecida, quanto aos desígnios de como serem impregnados diante um público multiculturalista, que exige a cada momento, por novidades sejam estéticas ou abstratas, que assim vão sendo condicionadas para um perigo de produzir um inconsciente coletivo, ao qual a ansiedade consumista, é algo que pode vim a minar a criatividade.

 De certa forma, estamos vivendo um era e reboots e remakes, de grandes clássicos, o que gera questionamentos acerca de um anacronismo criativo, nefasto que o cinema esteja passando, na carência de roteiros criativos e inéditos.

 Mas dentro dessa carência no que assistir ou reassistir, chegamos a um sentido metafísico de renovação mental que segundo as palavras Daniel Kahneman, “que a rapidez, pode mataro sentido de agilidade de uma informação que assim possa satisfazer as reais necessidades espirituais dos homens, e que sendo devagar pode levar a uma letargia de novas idéias”.

 Sendo assim o cinema, geograficamente expandiu suas influencias nacionais, para além de Hollywood, pois temos obras asiáticas de calibres morais perigosos nas bilheterias, casos do cinema iraniano, sul-coreano e também indiano, tratando de temas perigosos acerca de uma condição humana que se esconde perante métricas, se fazendo assim metodologicamente a se diferenciar dos outros “animas”, mas, que tem um fundo de verdade em nos deixarmos, no mesmo patamar de igualdade, com as piores feras existentes.

 Em “O Poço”, por exemplo, é uma mistura ardilosa acerca dos perigos em se utilizar os delírios de fazer o ser humano de cobaia experimental, como também para se caminhar para uma desumanização, “de suas atitudes mentais quanto a que ponto, pode suportar a pressão perante os perigos da fome, e ter que confiar no outro”.

 Na questão do “outro” que submete a uma lembrança de cena de ação clássica, em que no final de “Rambo: Programado Para Matar”, onde Sylvester Stallone se coloca como uma vítima da sociedade americana pós Guerra do Vietnã, que não aprendeu a compreender o sentido dos valores militares patrióticos, e que trata seus “heróis” com desdém, e que se rende em lágrimas de crises psicológica, perante seu mentor o Coronel Trautman (Richard Crenna).

 O cinema é confiança, mas ao mesmo tempo desperta uma ira perante estórias, que foram se desenvolvendo tecnicamente, mas que materialmente, fez, com que faltasse a sensibilidade, em poder compreender, o que possa ou não ser classificado como novos prolegômenos de uma nova teoria da comunicação que assim venha promover ascensão de mentes questionadoras, e que volte a trazer confiança para os seus pupilos e apreciadores, de maneira orgânica.

 Ou seja, uma organicidade imagística, que contenha elementos “behavioristas”, que assim façam do cinema não somente um local mental específico para o prazer, bem como apresente uma comunicação que possa conter na semiótica de rompimentos do “cânone e da tradição humanista crítica”, certa banalização do erudito, fazendo do horrível algo também possa ser apreciado.

 Esse horrível que já lhe proporcionou nomes como Boris Karloff, Christopher Lee, Béla Lugosi, Robert Englund, que fez mexer com os brios, tanto de jovens como de adultos, acerca de colocar os piores medos á tona, e também revelar que o ser-humano almeja um gosto de sangue e pavor em torno das suas mais elevadas dádivas psicóticas, em procurar entretenimento seja por amor, ou seja pela dor.

 Um amor, que beira a cafonice, mas que enrubesce o prazer de um Clark Gable e Vivien Leigh, ou Leonardo DiCaprio e Kate Winslet ou Julia Roberts e Richard Gere, que revigoram o amor shakesperiano levado até as ultimas conseqüências ou sendo conduzido freneticamente até o ultimo beijo, como uma forma de lembrar que ainda temos que crer em uma cultura de empatia perante uma civilização que aos poucos foi se tornando cafona no sentido de aceitar suas limitações perante suas mais fortes primazias, em realçar um mártir ético, pela humanidade que assim esteja voltado para construção de um “eu”, que seja ao mesmo tempo subjetivistas, e não pessimistas, e terno, mas sabendo que nunca será eterno.

 O cinema tanto na sua forma de ser apreciado, como em suas tendências metodológicas, se revela como uma poesia, de contorno antropológicos, quanto a arquitetura de sentido catárticos de uma filosofia em como compreender o ser humano.

 Um “dasein”, que assim venha refletir que suas estéticas estão no bojo de orientar o homem a tanto sair de um tecnicismo em viver somente por viver, como também a lançar bases neurológicas, para ativar suas lembranças mais profundas, que façam do passado e do futuro, traçados históricos, para um átimo de reviver alegrias, que através das imagens em movimento, o tirem mesmo que por alguns minutos ou horas, um gosto amargo de estar preso a regras da física, e de também sair dos perigos de uma obra de arte, onde seja unicamente técnico, em conter uma enunciação, de que com um pluralismo psicológico, se faça grande, realçando o valor para se chegar a um toque divino em realizar grandes admoestações em lutar contra massificações de ornamentar que tudo que se passa pela tela do celular, ou de computadores e TV, seja banalizado, ou um sinal de uma carência no decoro em respeitar a imagem do próximo, ou seja, o cinema ganhou a simetria de conter em suas diretrizes algo que seja uma ontologia que assim possa caminhar para fazer da arte, algo que seja também apreciado como contendo um projeto de realizar uma anunciação metafísica, que venha a elencar uma fortificação do homem em ornamentar uma história que venha assim a ter um sublime enredo de se fazer contar diferentes fatos através de um mesmo sistema de comunicação.

 Steven Spielberg, dentro do seu conjunto de cinematográfico, fez da imagem na grande tela, como um fundamento racionalista, que ao mesmo diverte, como também provoca, levando a um grau de consternação intelectual, adocicada, por um cheiro de tecnologia, que possa assim não fazer da sua essência, uma consciência que seja ao mesmo um equilíbrio emocional, como também espiritual, dentro de unir múltiplos fatores que sejam uma luz para resplandecer o conhecimento tanto como um espaço de diversão, como a realizar a epistemologia de fazer uma subjetividade que seja discreta, mas que venha a procurar uma didática, a dizer que cinema é uma maneira de procurar nos absurdos psicológicos, formas para se angariar diversas maneiras de “estar no mundo”.

 Um “estar”, que passa pela questão do tempo, que vai se espairecendo conforme diversas tendências para diacronias estéticas, formando um eixo maiêutico fortíssimo de “obra aberta”, que assim possibilita diversas interpretações, onde suas sessões, são uma espaço público – privado, fazendo as frustrações diárias, são colocadas em evidência, causando uma forte ebulição mental, a fugir da argúcia de uma inquisição comportamental, que venha colocar modas como sendo massificação de um espírito libertador coletivo.

 Sendo assim dentro da concepção de uma dialética da imagem, “René Hyghe, faz da homogeneização da lógica, pode também mostrar diferentes ângulos da vida humana, em uma explosão de oportunidades, em fugir de um tecnicismo, que venha assim, emergir a destruição da moral crítica”.

 Uma moral que passa pela destruição de um cinema que possa ainda, estabelecer um advento educador, da argüição, como um ator de não ficar encarcerado, a diferentes saudosismos que em meio de tragédias não venha constituir reflexões, em diminuir os riscos de fazer da arte do cinema, algo que fique unicamente ofuscado ao mercadológico.

 Dentro de um sentido vanguarda, o cinema se marginalizou, e buscou em sua marginalização, uma castração da autossuficiência do homem.

 Uma autossuficiência pelos quais não basta unicamente a razão, para se fazer como forte, encarcerado a representatividades espirituais, que assim vão se compondo em lutar contra uma burocratização, em incidir argumentações, para um dístico existencial em legitimar arquétipos, que vão sendo polarizantes, e assim venham a elevar uma subjetividade, que forme uma opinião pessoal leviana da arte, dentro de vícios em assistir a uma sessão,que não seja uma psicanálise em alcançar o proibido, refazendo um propedêutico cio da inteligência como elemento vital da realização humana, “realizando um erê’”, da inocência, ao qual, o cinema não é atração, mas uma ação para a vocação em encontrar o seu próprio (des) lugar antropológico.

 Fazendo um Realismo, que redefina a sua cultura no caminho de uma ciência, que exalte o silêncio e a multidão, em um cônscio de hermenêuticas, em uma educação brilhante, onde p humanismo de encontrar uma ética disseminadora de bons costumes, contenha o compromisso de não somente zelar pelo indivíduo, mas a agigantar uma sociedade mundialista, que valorize ao máximo a sétima arte.

 Em uma visão terrorista de “Gilles Deleuze, que fez da imagem cinematográfica, um panóptico da complexidade humana”, o homem consegue se maravilhar com histórias e estórias, mas que em meio a sua quinquilharia em querer relativizar tudo, foi se perdendo a empatia pelos seus dilemas reais.

 Mesmo em meio à reprodução artística técnica e da informação técnica, os amantes do cinema designam uma objetividade, que faz um crescimento filosófico, de buscar uma “verdade”, que venha causar a ilusão de que tudo não passa de um relativismo, quanto a vértices de uma ignorância de fazer do cinema um artefato lingüístico, que tece fatos metafóricos, contra empirismos cheios de imediatismos, que venham contaminarem os sufixos de uma imaginação que fuja, da caridade de sensualizar, ou mesmo, vulgarizar a arte de dirigir e atuar.

 A atuação do autor se transmite perante a profissão de um credo pessoal de voltar a engrandecer a estética, como algo atlético, não como sendo um controle pela beleza, mas sim algo que se faça agraciar, novas determinações em fazer da crítica, sendo uma arma reflexiva dos maiores dilemas humanos.

 O dirigir, passa pelo sentido de um comando em pintar o inconsciente da construção intelectual, que possa assim se direcionar para um consciente de redescobrimento do homem em torno de si mesmo, e assim possa se enxergar como um ator probiótico quanto a luta contra miasmas de vim a matar um sentido de liberdade pleno do ser humano, quanto a pessimismos, de não poder sair de uma condição humana cheios de invólucros de submissões idealista preconceituosas.

 Uma submissão caminhando para um verbalismo, propagando a chegada da modernidade em todos os setores de sua civilidade, que encontre um “ethos”, em um papel de cidadania coletiva que faça o visível ser um norteador que se refaça bajulador de argumentações quanto à projeções, de que a arte não necessita explicitamente ser ideológica, mas inteiramente.

 Nas danças delirantes de uma contracultura obstante, está submetido uma forte aclamação, ao qual a ignorância dá as cartas em um jogo de poder com a tentar dominar a inteligência lúcida.

 Uma inteligência que na sua ansiedade de viver o agora, reincide a questão de um psicologismo que seja intermitente com aquarelas propedêuticas, de uma imagem que venha a prender o homem em novas cores que não reflitam horrores.

 Sendo assim, quando pensamos nas cores que o cinema vem a propiciar, diante uma sujeição do saber, como um instrumento de combater a alucinação de um “tribalismo coletivo geoespacial” com “significantes socráticos”, que venham a colherem um falso sentido de uma “gestalt cinematográfica”, aos quais os corpos têm como seus ideários, chegarem a tocar o infinito por meio de antagônicos enredos, que fazem uma mistura entre o terror e amor, comédia e média, dor e temor, tédio e o dialético.

 Sim! “O cinema é algo que se torna tedioso” segundo as palavras de Woody Allen, quando é reproduzido, e que dentro de cada individualidade, está um fogaréu de buscar transcender a condição humana de igualdade mental macabra imposta, que extenua que cada sessão é somente uma reunião terapêutica não-formal dentro dos quadros da “psico-higiene”, de construir um tipo de entretenimento que possa assim, destruir a ascensão depressiva do ser humano em não dar e tomar conta de si mesmo.

 O cinema chegou como uma instrumentalização, em vitalizar novas paixões pelo desconhecido, aos quais não seja unicamente qualitativo, mas que contenha muitos atrativos quanto à insatisfação em vermos, que nossa “menoridade kantiana”, fazer seu crescimento ser algo sucessivamente arrebatador, em torno de que, tudo é algo execrável, mas que “não se desmancha no ar”, segundo as palavras de Marshall Barman, mas que se expressa por entre micros-poderes invisíveis, uma vitimização do homem em não aceitar a se opor consigo mesmo.

 É necessário um establishment de um “gosto questionador”, que produza polivalentes frescores analíticos, com pilares filosóficos voltados para o bem comum das pessoas.

 Um bem que produza sinapses, culminando para felonias, de um “lacanismo”, sendo inibido quanto a mostrar sua verdadeira identidade.

 O cinema detém inúmeras identidades, mas em seus traquejos de buscar novas cadências de intersecções de sessões cinematográficas, venha a humanizar o que se tornou desumano, o próprio homem.

 No avesso, de um diagnóstico indagador, a dor de estar profetizado a tomar contato consigo mesmo, o cinema se serve de um manjar intelectual, cheio de madrigais tristes, aonde os sonhos mais profundos vem a tona, que dentro de um “freudismo do cotidiano”, combina erudição com excitação.

 Uma excitação que não passa pela sinergia contida nas gônadas pessoais de cada um, mas que faz um empirismo, que assim cintila, uma normatividade beneplácita, que gere uma justa causa de realizar um cinema que não seja algo tão comum assim.

 Em seu incomum de esquisitices, fazer bizarrices, para combater a maldade, que paradoxalmente assusta, mas ao mesmo tempo diverte.

 Tudo se torna inerte, em um pensamento artístico que segundo Ingmar Bergman “faz de cada tomada, retomada, um escroque da mentalidade alheia”, ingressando um domicílio mental, onde cada ação cinematográfica é um sinal da ação humana tanto voltada para a construção, como para a disseminação de um labor, que homenageia o absurdo como um surto de eterna reconstrução da inteligência.

 Ou seja, o cinema procura em muitas sessões, seu foco narrativo coletivo, na tendência tanto em fazer sonhar, como aterrorizar a humanidade perante seus espetáculos de (in)tolerância e discriminação, feita, coletivamente conscientemente e inconseqüentemente.

 Nunca devemos desistir do cinema, já os homens…

Por CLAYTON ALEXANDRE ZOCARATO

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