MITOLOGIAS E CRÔNICAS – Mistérios do Egito

MITOLOGIAS E CRÔNICAS – Mistérios do Egito

 Olá, queridos leitores, chegamos à última edição de 2022 da revista The Bard.

 Gostaria de externar como fiquei feliz com o convite, porém não posso negar o nervosismo que foi. Sempre escrevi contos e crônicas, mas UMA COLUNA, era novidade, mesmo sendo um assunto que já tinha certo domínio. Entretanto como tudo na vida, encarei com determinação e paixão e aprendi muito, cresci e evolui e espero no próximo ano trazer muitas novidades e historias incríveis.

 Agora chega de conversa e vamos ao que interessa!

 Nesta edição vamos falar sobre múmias e suas maldições, construções colossais e o meu favorito o livro dos mortos.

 Por isso, embarquem comigo nessa aventura.

 

 Pirâmides de Gizé: A última maravilha do mundo antigo, ainda de pé

 Em minhas pesquisas sobre essa maravilha da construção humana, descobri algumas teorias interessantes, curiosidades incríveis que me surpreendeu.

 As pirâmides de Gize são formadas por três grandes construções, cada uma foi feita para três faraós diferentes, porém da mesma família: Quéops; o avô, Quéfren; o pai e Miquerinos; o filho. Elas se encontram no planalto de Gize, nos arredores do Cairo, capital do Egito.

 

 Pirâmide Quéops

 Pirâmide de Quéops, também conhecida como a Grande Pirâmide de Gizé , é a mais antiga e a maior das três pirâmides na Necrópole de Gizé. É a mais antiga das Sete Maravilhas do Mundo Antigo e a única a permanecer em grande parte intacta, medindo cerca de 140 metros de altura, estimasse que foram usados mais de 2,3 milhões de pedras calcarias, cada uma pesando mais de duas toneladas. Foram usados mais de 100 mil homens livres e escravizados para esse feito.

 Acreditasse que levaram mais de 20 anos para construir essa maravilha que iria servir de tumulo para o faraó Quéops, também conhecido como Khufu, que segundo alguns fatos históricos era um rei tirano e cruel. Ele pertenceu a 4ª dinastia do antigo Egito, cujo reinado foi entre os anos de 2551 a.C. a 2528 a.C. teve três esposas e diversos herdeiros. Após sua morte, seu filho Djedefré assumiu o trono.

 Seu reinado foi durante a era do ouro do antigo Egito, o que ele deixou claro na construção de sua tumba. O que impressiona os egiptólogos é que não foram encontrados nem um indício de restos mortais, tesouros ou hieroglifos nas paredes internas da pirâmide o que deixa um ar de mistério a essa suntuosidade da era antiga.

 

 Pirâmide de Quéfren

 A segunda pirâmide é o lugar de sepultamento do faraó Quéfren. Devido ao um desnivelamento de mais ou menos 10 metros no terreno, tem-se a impressão de que ela é a maior pirâmide, porém ela mede 136,4 metros de altura e 215,5 metros de base. Ela é também mais modesta que a de seu pai, podendo indicar um declínio na era do ouro, contudo atualmente seu estado de conservação está melhor que a primeira. Foram necessários 30 mil homens livres para essa construção que também levou cerca de 20 anos para ser construída.

 Agora pasmem, meus queridos leitores, como os trabalhadores eram homens livres, o pagamento era feito com alimentos e cerveja, por mais que eu aprecie essa saborosa bebida, eu ainda iria preferiria ser paga com ouro.

 O faraó Quéfren era filho de Quéops, todavia Quéfren não era o próximo na linha de sucessão e sim o seu irmão Redjedef, não há indícios, mas algo me diz que a morte precoce do futuro rei, foi no melhor estilo Abel e Caim. Após ascender ao trono Quéfren se casou com sua irmã e outras duas mulheres.

 Durante o seu reinado, ele mandou construir o templo do vale com várias estatuas sua e na frente de sua pirâmide como forma de proteção, mandou construir, o que é até hoje um dos maiores enigmas da história: a grande esfinge. “Decifra-me ou te devoro!” Eu amo essa frase.

 Acreditasse que a grande estrutura de corpo de leão e cabeça de homem é uma homenagem ao próprio Quéfren, o ego dessa galera não tem fim.

 A pirâmide de Quéfren conta com duas diferentes entradas: uma exatamente a 15 metros do solo ao lado leste, e outra exatamente abaixo dela. Na entrada de cima, existe um corredor bem declinado que leva a uma incrível galeria até o centro do monumento, onde está também uma câmara funerária capaz de possibilitar o conforto do faraó.

 

 Pirâmide de Miquerinos

 Miquerinos foi o quinto faraó egípcio da IV Dinastia e, assim como seus antecessores, ordenou a construção de uma pirâmide, nomeando-a de Neter Men-kau-Re, que significa “divino é Miquerinos” Leitores do meu coração, juro para vocês que gostaria de ter pelo menos 1/3 da autoestima desses faraós, é muito amor próprio.

 Mas como nem tudo são flores no antigo Egito, Miquerinos veio a falecer antes de terminar sua pirâmide mortuária, cabendo aos seus sucessores, fazer a gentileza de terminar o lar eterno do faraó. Sendo assim apenas uma parte da pirâmide foi revestida de granito, e suas medidas eram menores, com cerca de 62 metros e uma base de 109 metros e ocupa uma área de 11.807 m².

 Infelizmente com o passar dos séculos, o que seria o refúgio do descanso eterno do faraó foi gravemente atacada por poderosos que queria usar o material das pirâmides para construir seus próprios templos e estatuas, mas as três gigantes são imbatíveis, mesmo com todos os esforções apenas conseguiram arranhar a superfície, nos dando hoje um vislumbre da magnitude dessas obras.

 

Curiosidades sobre as Pirâmides de Gizé

 Além de tudo que já contei, existe alguns pontos interessantes sobre essas maravilhas da humanidade; apesar de sabermos que as pirâmides foram construídas para abrigar os corpos dos faraós e seus tesouros, à outras teorias interessantes, ainda mais do que se diz respeito a pirâmide de Quéops, que além de ser revestida de granito, sua ponta era de ouro, que foi roubada com o passar do tempo. Alguns especialistas acreditam que de alguma forma os egípcios conseguiram reproduzir ou até mesmo transformar as forças naturais em energia elétrica.

 Da forma como ela foi construída, e concidentemente, ou não, ela foi construída em cima de fissuras geológicas e sobre ramificações do rio Nilo, sendo assim, podendo atrair raios e produzir energia elétrica. Inclusive foi encontrado na grande pirâmide desenhos que provariam essa teoria.

 Até mesmo o grande cientista Nikolas Tesla, um dos maiores especialista do campo da eletricidade, foi um dos que explorou essa teoria: Para Tesla, os poderes das pirâmides egípcias não estavam apenas em seu formato, mas também em sua localização. Inspirado nisso, ele construiu uma torre conhecida como Estação Experimental Tesla, em Colorado Springs, e a Torre Wardenclyffe (ou Torre Tesla) na costa leste dos EUA. Segundo o cientista, esses locais foram escolhidos de acordo com as leis que regiam a construção das Pirâmides de Gizé, relacionadas à relação entre a órbita elíptica do planeta e a linha do Equador.

 Ou seja, a eletricidade pode ter sido descoberta muito antes do que imaginamos.

 Outro fato interessante é que dentro da grande pirâmide, perto da câmera mortuária do rei, foi descoberta uma câmera secreta, mas não existe uma passagem para lá, e nem pode ser aberta uma, por isso, está sendo usado de tecnologia para descobrir o que há dentro desse cômodo, contudo, até o presente momento os egiptólogos, não fazem ideia o que tem dentro e o porquê desse espaço. Eu me sinto o Indiana Jones com esses mistérios.

 

 Tumba do Faraó Tutankamon e suas maldições

 As histórias que rodeiam esse faraó são dignas de criações cinematográficas, ainda não sei como não produziram nada parecido até o momento. As maldições e as coincidências bizarras que aconteceu durante as descobertas da tumba é de arrepiar a nuca até dos mais incrédulos. Mas isso eu conto daqui a pouco, primeiro quero contar para vocês a história do faraó menino.

 Tutankamon é uma figura fundamental na história do Egito Antigo. O faraó nasceu em 1341 a.C e faleceu em 1323 a.C, o que significa que viveu pouco tempo, cerca de 18 a 19 anos. Apesar disso, ocupou, durante grande parte da sua breve vida, o trono da décima oitava dinastia.

 Segundo os egiptólogos, Tutankamom era filho de Akhenaton, com alguma de suas outras esposas, já que Nefertiti só teve filhas. Este foi um rei bastante controverso, pois alterou a capital religiosa do Egito (de Tebas para Amarna) e tornou o país monoteísta, com a adoração do deus do Sol. Era uma pessoa bastante atípica para um rei, preferindo dedicar-se à filosofia ao invés do reinado.

 Após o reinado de seu pai, Tutakamon assumiu o trono apenas com nove anos de idade, e sendo influenciado peles seus sacerdotes, o faraó voltou a capital para Tebas e permitiu mais uma vez que o povo adorasse vários deuses.

 Até a pouco tempo havia controvérsias sobre a morte prematura do rei, tudo que se sabia era que ele tinha algumas deformidades físicas, o que fazia ele utilizar uma bengala. Deformidades, provavelmente, causadas pelos casamentos entre parentes, o que era comum para aquela época, fora os problemas de saúde, derivados da alimentação regada a cerveja, pães e doces. Convenhamos que o garoto não era nem um príncipe encantado. Depois de exames e pesquisas nos restos mortais do jovem, determinaram morte por malária, que foi agravado pelos problemas citados acima.

 Agora que vocês já sabem um pouco como ele viveu, vamos falar sobre os mistérios que rondam sua tumba e que faz ser uma das mais visitadas até hoje. Segurem seus amuletos queridos leitores e embarquem comigo nessa aventura fascinante.

 Howard Carter era considerados por muitos um egiptólogo excêntrico, porém determinado. Ele estava certo de que faria uma grande descoberta mudando a ruma da história do antigo Egito, com a ajuda e financiamento de Lorde Carnarvon, Carter deu início a sua busca por um tumulo ainda imaculado. Suas escavações começaram no ano de 1907, contudo, por causa da primeira guerra mundial a exploração teve que ser interrompida em 1914, retornando suas atividades em 1917. Porém após anos infundados de busca e muito dinheiro gasto, Carnarvon avisa que Howard, tem apenas um ano para descobrir alguma coisa ou sua verba seria cortada. Por algum milagre, ou não, em novembro de 1922 o grupo de escavação de Carter encontra o tão sonhado tumulo. Certo de sua incrível descoberta, o empolgado Egiptólogo convoca seu amigo, e sua filha, para juntos desbravar a nova descoberta. Com a luz de uma vela foi possível ver que dentro da câmera havia tesouros inimagináveis e que estavam ali a milênios intocáveis. Era um sonho se realizando.

 Os meses seguintes foram gastos no inventário de todo o imenso conteúdo desta antecâmara da tumba, sob cuidadosa supervisão das autoridades egípcias, pois apenas em presença delas é que se podia abrir oficialmente uma tumba. O Diretor Geral do Departamento de Antiguidades do Egito, Pierre Lacau supervisionou pessoalmente a atuação da equipe britânica.

 Finalmente, em 16 de fevereiro de 1923, Carter pôde abrir a porta selada, descobrindo que ela levava a uma câmara onde o faraó havia sido sepultado. O sarcófago de Tutakamon é de longe, a mais intacta e preservada descoberta em todo o Vale dos Reis, de elevado valor histórico e arqueológico. A imprensa mundial cobriu estes feitos e as reportagens fizeram de Howard Carter uma celebridade.

 Mas é aqui, meus queridos leitores que a “porca torce o rabo”, após a descoberta da tumba e lerem as inscrições nas paredes em volta do sarcófago, algumas pessoas começaram a morrer misteriosamente, começando pelo bem feitor, lorde Carnarvon, seguido do pobre canário de Howard Carter que foi devorado por uma víbora do deserto, após esses incidentes, alguns trabalhadores veio a óbito de formas misteriosas, os cientistas atuais afirma que não havia maldição alguma, o que aconteceu é que todos foram expostos a fungos e bactérias a muito adormecidas, contudo, se esse foi o caso porque Carter que trabalhou mais de perto nas escavações e por mais tempo não foi exposto? A ele sobrou morrer pobre, sozinho e depois de anos de dedicação a descoberta de um dos maiores tesouros da história, não ficou com os créditos por suas pesquisas. Após anos depois de sua morte que houve esse reconhecimento. Se isso não é uma maldição, eu não sei o que é.

 

 O livro dos Mortos – Instruções seguras de como chegar no paraíso

 E chegamos na parte final desse vasto universo que é o Egito Antigo. E para encerrarmos, contarei para vocês um pouco sobre um dos livros mais celebres do Egito.

 Confesso que ainda quero uma cópia desse livro em minha estante, claro que apenas para fins acadêmicos.

 Com a ajuda de nossa amiga Hollywood muitos mitos e historias se criou em volta do livro dos mortos, a minha favorita; é com irreverente Brendan Fraser, no filme A Múmia, na minha opinião um clássico. Na história além de termos a maldição da múmia temos o livro, que é feito de ouro maciço, contendo feitiços e rituais que se pronunciados de forma correta podem trazer a vida aqueles que foram para os pós vida. De tão perigoso o livro dos mortos ou o livro de Amon-Rá é considerado amaldiçoado e que nunca poderia ser lido.

 Tirando a imaginação fértil hollywoodiana, vamos aos dados históricos desse livro que foi tão importante para o seu povo.

 Conhecido como livros dos mortos ou livros do Sair Para Luz, que faz referência ao deus Rá, que era considerado do deus do sol, um dos deuses mais cultuados naquela época.

 Este livro não é nada mais que um conjunto de hinos, orações e rituais para o falecido fazer a passagem e chegar sem maiores problemas na presença de Osíris. Um dos primeiros relatos que se tem notícia sobre o livro dos mortos data do império novo, mais ou menos durante os anos de 1580 a.C. – 715 a.C., que eram escritos em papiros e envoltos aos tecidos, os mesmos que eram usados para envolver as múmias.

 Esse tipo de ritual foi criado, pois os egípcios eram muito preocupados com a vida após a morte, eles tinham tanta certeza de que chegariam do outro lado e ficariam face a face com os deuses que queriam ter certeza de que nada daria errado. Ainda mais que para aquele povo os faraós eram representantes dos deuses na terra. Por isso era de suma importância que os monarcas chegassem ao paraíso. A princípio esses textos sagrados eram atribuídos ao deus Thot, o deus da inteligência.

Com o passar do tempo não só a realeza teve acesso ao livro, mas todo homem livre que tivesse condições de pagar um bom escriba, tinha suas memorias, orações e rituais registrado em papiro. E com isso os escritos passaram a ficar mais ornamentais e em formato de livro que poderia variar entre 165 e 192 vinhetas ou capítulos.

 A primeira tradução do Livro dos mortos foi publicada em 1842. Foi uma edição em língua alemã, fruto do trabalho do egiptólogo alemão Karl Richard Lepsius, traduzida com base no Papyrus de Iuef-Ânkh, da época ptolomaica e guardada no museu egiptólogo de Turim. Lepsius dividiu esse papiro, um dos mais completos, em 165 capítulos numerados (um capítulo por cada fórmula mágica distinta). Por razões práticas, essa numeração mesmo que arbitrária é sempre atual no meio da filologia egípcia.

 Em 1898 o inglês sir E. A. Wallis Budge publicou sua tradução baseado nos papiros que remontam da XVIII. dinastia egípcia, à dinastia Ptolomaica. A sua edição cresce com os capítulos 187 a 190 retirados do Papyrus de Nu, salvaguardados no British Museum de Londres.

 Do qual para o nosso deleite trarei alguns trechos do Livro dos Mortos…

 […] No Papiro de Turin, ed. Lepsius, este com o seguinte: Licença tu não ser julgado de acordo com as bocas da multidão. Maio meu elevador de alma isto para cima antes de Osíris, tendo sodo ache para ter sido puro quando em terra. Eu possa entrar e, presença de thy, Oh Deus dos deuses; possa eu chegar ao Nome de Maati (verdade); possa eu se levantar em meu assento como um deus dotado de vida; possa eu dou adiante ilumine como a companhia dos Deuses que moram em céu; possa eu me tornar um de vocês; […]

 […] O capítulo de não ser fervido em fogo. Saith de Nu: -eu sou o remo que é equipado, wherewith Ra transportou os Deuses Velhos, que levantou as emissões de Osíris do Lago de fogo ardente, e ele não estava queimado. Eu me sento como Luz-deus, e como Khnemu, p Governador de Leões. Venha, corte o acorrenta dele isso passeth pelo lado deste caminho, e me deixou vir therefrom adiante.

 […] O Capítulo de não deixar o coração de um homem seja arrebatado fora dele. O Osíris Ani cuja palavra é verdade, Saith: Volte tu, mensageiro de todo deus! Arte tu venhas (arrebate fora) meu coração-caso que vive? Meu coração-caso que vive não será dado a ti. Como eu avanço, o hearken de deuses até minha propiciação oração eles caem nas faces deles/delas ainda elas estão na própria erra deles/delas. […]

Por LADYLENE APARECIDA

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