POETAS E POETISAS Cronos por Luana Rosa

POETAS E POETISAS Cronos por Luana Rosa

O Tempo é uma coisa intrigante.
Talvez sempre tenha sido.
Mas pode-se dizer “sempre”
para o que nunca começou?
Ou para aquilo que ninguém nunca verá morrer?

Toda palavra possui um início e um fim.
E um meio, dentre ambos.
Muitos encaram o relógio passar,
Procurando o que as horas lhe trarão.
Ou fugindo de todas elas.

Possivelmente o meio seja esse:
O Tic-Tac ressoando pelo ar.
Antes do ressoar, porém,
ele ainda ecoa ao vento,
independentemente de quem o escute.

E o fim? Será findo aquilo
impossível de ser sentido para sempre?
Há quem amaldiçoe ao fim das horas.
O tempo, a congelar,
talvez a ver quem apagara as chamas.
Há outros que amaldiçoam o chegar dos segundos.
Teria o tempo voado
ou visto asas espatifando-se à grama?

Em dado instante, eles cansaram-se de rezar à ampulheta.
Então ela continuou a correr,
Aguardando-os perceberem
que eram míseras areias descendo-lhe
as translúcidas vitrines de vidro

Por LUANA ROSA
Nova Lima – Minas Gerais, Brasil

Pular para o conteúdo