PROSA POÉTICA – Ruptura por Cacá Matos

PROSA POÉTICA – Ruptura por Cacá Matos

Me refiz inúmeras vezes e sei que continuarei mudando. As metamorfoses são doloridas, as partidas e despedidas, mas ninguém sabe quando estou sangrando. Fugi de mim em muitas ocasiões e ocupei meu tempo ouvindo e auxiliando dores alheias. Tenho um bom ouvido, sou atenciosa e minha mente me conduz para resolver conflitos.

Era hora de parar e olhar para mim. A vez de me ouvir, de me enxergar e me cuidar. Removi a armadura e na mesma hora desabaram minhas estruturas. Sustentei por tempo demais o sorriso e o ombro amigo, mas sempre negligenciei o que era preciso: Eu, meus silêncios, gritos, medos e necessidades.

Parei pra ouvir meus ecos, pra me auxiliar, pra me reencontrar e saber quem eu era e quem eu estava me tornando. Busquei evoluir o espírito e também a terapia para entender tantos sentimentos misturados e os meus próprios conflitos. Poucas pessoas sabem de fato como eu realmente me sinto.

Rompi barreiras, medos e limites. Descobri que sou capaz de muitas coisas, quando assim me permiti tentar, sem aquele velho medo terrível de fracassar. Não temo o escuro, nem estar sozinha ou receber críticas, sou muito mais forte do que acreditava ser e a mudança agora é pra valer.

Processos são difíceis e longos, mas já não tenho a pressa e a ansiedade de antes. Respeito meu tempo e meu ritmo e sei que estou progredindo. Já me sinto muito mais segura e confiante e pronta pra não cometer os erros de antes. Desde que resolvi me amar e me priorizar, as transformações não param de acontecer e me vejo mais solta, mais segura e independente, abandonei a garota reprimida e insuficiente.

As rupturas doeram, mas aconteceram e agora derrubo muros cada vez mais sólidos, sei do que posso e ninguém poderá me provar o contrário. Sou protagonista da minha história e enxergo as vitórias pelo caminho que venho trilhando; também sei que posso suportar os espinhos, para assim, alcançar a minha mais nova metamorfose. Agora sei que posso voar e ninguém vai me parar…
Sobre o teor poético das nossas referências…

Por CACÁ MATOS

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