A história a seguir me causou uma impressão tão forte, quando a li pela primeira vez, 30 anos atrás, que ainda me lembro da sensação – meus olhos cheios d’água, minha pele tão arrepiada que chegava a doer.
Ela era das muitas histórias bizarras, inexplicadas e supostamente reais do livro World of Strange Phenomena de Charles Berlitz – que li na adolescência e que, sob muitos aspectos, continua a me assombrar.
Sou fascinado por esses vislumbres de outras realidades, outros mundos, outros planos de existência. Esses momentos fugazes em que enxergamos os bastidores do mundo, que nos fazem questionar se as coisas são, de fato, como imaginamos. Alguns são casos bem documentados, estão em relatórios oficiais, cheios de carimbos e assinaturas. Outros apareceram em jornais, com depoimentos de dezenas de testemunhas.
E outros são rumores. Sussurros. Esse é desse tipo. Um daqueles rumores tão incríveis que se recusam a ser esquecidos, como um pedaço de carne entre os dentes que não se consegue tirar. Ele me assombra há décadas e, agora, compartilho-o com você.
Numa tarde do final do verão de 1939, uma aeronave militar de transporte de tropas decolou de uma base dos marines em San Diego, Califórnia, rumo a Honolulu, no Havaí, com 13 homens a bordo – piloto, copiloto e 11 fuzileiros navais.
Era para ser um voo de rotina, que, na época, durava aproximadamente 10 horas. Mas 3 horas depois da decolagem, com o avião milhares de metros acima do Oceano Pacífico, a base recebeu um chamado desesperado de emergência, seguido por silêncio. A torre tentou contato, mas não houve mais resposta, e a hipótese foi que o avião tivesse caído no mar. Às 21h30m, quando equipes de busca já estavam sendo organizadas para a manhã seguinte, o avião apareceu, acima da base militar, aproximando-se rapidamente em voo errático. O avião fez um pouso de emergência e assim, que as equipes de socorro chegaram perto, descobriram o porquê.
A fuselagem estava toda arrebentada, cheia de rasgos no metal, como se fossem garras. Ninguém saiu, então as equipes de socorro arrombaram a porta. A primeira coisa com que se depararam foi um cheiro horrível, sulfúrico, que lembrava ovos podres, mas isso não era o pior. Quase todos no avião estavam mortos, seus corpos brutalmente mutilados, como se tivessem sido atacados por animais selvagens.
O único vivo era o copiloto, também gravemente ferido, mas que conseguiu viver o suficiente para pousar o avião. Ele foi levado para atendimento médico imediatamente, mas morreu antes que pudesse fazer qualquer declaração.
Em aviões militares, piloto e copiloto andam com armas carregadas. Na época, essas armas eram pistolas Colt 1911 cal .45, que ambos haviam esvaziado em algo. As cápsulas vazias estavam no chão, mas o algo não estava mais lá.
Todas as pessoas que ajudaram a remover os corpos ou, mesmo, que tocaram no avião, foram acometidos por uma misteriosa doença de pele.
Logo depois do incidente, a 2ª Guerra Mundial começou trazendo problemas maiores para todo o planeta, e esse incidente ficou em absoluto segredo por 15 anos. Até que o investigador Robert Coe Gardner soube dela, por uma fonte que afirmou ter estado lá.
O que quer que tenha acontecido naquela tarde do verão de 1939 permanece um mistério. E as únicas pistas que temos, em vez de nos confortarem, aprofundam o enigma. Em vez de nos trazerem entendimento, nos assombram ainda mais. Elas apontam em uma direção tão bizarra, tão inconsistente com nossa visão de mundo, que seria natural relegá-las ao campo da fantasia, do delírio ou da pura e simples fraude. Mas isso é difícil, quando os relatos vêm de dezenas de países diferentes, de homens selecionados entre os melhores de nós.
Se não é fácil ser piloto de avião em nossos dias, em que computadores e equipamentos de última geração executam grande parte do serviço, imagine em uma época em que os equipamentos eram primários e os computadores não existiam? Pilotos sempre foram homens corajosos, sagazes, que enxergavam bem, ouviam bem e raciocinavam bem sob pressão.
Por isso é difícil de simplesmente ignorar seus relatos sobre criaturas que supostamente apareceriam na parte de fora dos aviões, mexendo com motores, causando danos a aeronaves e, até mesmo, derrubando-as.
A primeira menção conhecida a essas criaturas, que apareceu no jornal inglês The Spectator, no começo dos anos 1900, dizia:
“O antigo Serviço Aeronaval Real, em 1917, assim como a recentemente constituída Força Aérea Real, em 1918, parecem ter detectado a existência de uma horda de misteriosas e maliciosas criaturas, cujo único propósito na vida é provocar o máximo possível daqueles inexplicáveis contratempos que, naqueles dias e hoje, complicam a vida de um homem do ar.”
Gremlins. Esqueça o filme (se você é dessas pessoas que tiveram a oportunidade de assisti-lo e, agora, estão no grupo de risco do Covid). Os gremlins que deram origem à lenda são criaturas cuja altura varia de um palmo a um metro, com orelhas pontudas, olhos vermelhos e dentes afiados, que perturbam os pilotos e causam danos a aviões.
Em 1923, um piloto inglês que caiu no Atlântico disse que seu avião foi sabotado por criaturas que apareceram do lado de fora, arrancando fios, parando motores e, eventualmente, fazendo-o cair. Uma nota, caso você não esteja familiarizado com o ambiente militar: colocar a culpa em duendes do ar não faz seu relatório soar melhor. É muito mais simples dizer que “o motor parou e você não sabe porque”.
Ao longo da 2ª GM, os relatos foram ficando mais numerosos. A Força Aérea Britânica chegou a considerar que os gremlins eram aliados dos nazistas, até descobrirem que relatos semelhantes estavam vindo de pilotos de vários lugares do mundo, como EUA, Malta, Índia e Oriente Médio.
O famoso aviador Charles Lindbergh, um homem com tantas credenciais que poderíamos fazer um post falando apenas sobre elas, realizou, aos 25 anos de idade, o primeiro voo transatlântico, de Nova Iorque a Paris. 26 anos depois desse voo, Lindbergh tornou público um incidente que, até então, tinha guardado apenas para si. 9 horas depois de decolar, ele afirmou ter sido cercado por criaturas de aparência etérea, transparente, e que pareciam ser de natureza espiritual. Essas criaturas tinham conhecimentos complexos de navegação e de equipamentos de voo e serviram para deixá-lo alerta, em vez de atrapalhá-lo. Foi um dos raros incidentes com gremlins amigáveis, mas não o único. De fato, havia uma crença entre pilotos da RAF que os gremlins refletiam o seu estado de espírito.
Durante a pesquisa para esse post, encontrei um relato particularmente interessante. Ele foi publicado pelo Reverendo Robin Swope em seu blog O Pastor Paranormal. Swope afirmou ter trabalhado em uma livraria cujo dono era um dos membros de sua congregação. “Certa noite, começamos a conversar sobre o paranormal e ele, ex-oficial de marinha durante a primeira Guerra do Golfo, disse ter visto coisas que pareciam ter saído diretamente do Arquivo X. Ele se recusou a revelar qualquer informação sobre UFOs, mas disse que ele e outros militares a bordo do porta-aviões teriam tido encontros com pequenas criaturas de poder impressionante, que tinham fascinação por aviões. Ele havia visto uma delas rasgar um buraco na fuselagem de um avião como se fosse papel alumínio, correr para o nariz do avião e desaparecer. Um piloto seu amigo jurou ter visto uma criatura tentando arrancar um flap de um caça F/A 18 Hornet que voava a seu lado. Num minuto, a coisa estava lá, no outro não. E o avião teve que retornar ao porta-aviões, pois começou a responder mal aos controles”.
Os gremlins ficaram populares para o mundo com um episódio de Twilight Zone de 1963, Nightmare at 20000 feet, em que um homem, em um voo comercial, vê uma criatura horrenda do lado de fora do avião. Felizmente, os gremlins só aparecem em voos militares.
Por outro lado, há tantas quedas de voos comerciais sem explicação…
Por JORGE ALEXANDRE