Filme: Fúria
A Suécia é um país com grande ocorrência de crimes sexuais contra a mulher. Afinal, que tipo de machismo está inserido na sociedade sueca para esse fenômeno continuar até os dias de hoje, mesmo com tantas mudanças sociais? A trilogia pop “Millennium: Os homens que não amavam as mulheres” fez um sucesso mundial gigantesco tanto na literatura quanto no cinema, permitindo que mais vozes fossem exaltadas para fomentar a discussão sobre o tema. Como a de Beata Gårdeler, diretora de “Flocking”, no Brasil Fúria, filme disponível na Amazon
Fiquei chocada com esse filme e mais uma vez pela teoria de que a vida imita a arte fazer tanto sentido.
A história começa quando Jennifer (Fatime Azemi) é socorrida em uma festa de casamento ao vomitar e quase desmaiar.
No dia seguinte, ela acusa Alexander (John Risto) de tê-la estuprado. Como ambos habitam uma pequena comunidade onde todos se conhecem, a notícia do episódio se alastra de imediato.
O que acontece e chama muito a atenção é que existe uma inversão de defesas e obviamente de valores, Jennifer se transforma em alvo fácil de violências verbais e físicas enquanto Alexander é protegido pela família e amigos, mais uma vez a mulher é acusada e ofendida por homens, e o pior, por mulheres! Confesso que é revoltante!
O roteiro mostra outros acontecimentos cruéis, como o apoio cego da mãe de Alexander, Susanne, quando a própria é alvo de violência doméstica.
A mãe de Alex também faz parte de um chat com anônimos que destroem a figura de Jennifer. Forma-se novos pontos de vista em torno desta comprovação de estupro, todos assustadores e partindo inclusive de mulheres, repito, mais uma vez de mulheres, que torne essa situação ainda mais assustadora.
Além do papel da mulher sempre minimizado, inclusive na comprovação de crimes, há também a aprovação de um coletivo diante de uma situação que exerce alguma autoridade, pois Alexander vem de uma família muito mais abastada e influente que Jennifer, que vive com a sua mãe e irmã em uma casa modesta próxima à floresta.
Em Fúria a gente pede, clama e quase implora por justiça.
É fácil e compreensível se colocar no lugar de Jennifer, que teve a sua vida e a de sua família destruída por um erro que ela não cometeu!
E o final?
Essa parte eu deixo para você tirar as suas próprias conclusões!
beijos e bom filme!
Por CLAUDIA FAGGI