Vivo desenhando tuas linhas,
Nos esboços de meus desejos
Por onde regularmente caminhas
Gracejando meus anseios
Vivo esboçando teus traços
Ao detalhe de cada gesto
Pacientemente juntando os pedaços
Do quadro de meu arresto
Vivo pintando suas saliências
Pelas paredes de minha lascívia
Permanecem marcadas com a imponência
Da tua linda pele de argila
O sombreado de tua silhueta
É tudo menos modesta
Tornou minha folha esbelta
Igual à alma que representa
Vivo desenhando tuas linhas,
Imaginando teus traços
Perdido em tua saliências
Tomado por sua silhueta
Quem sabe o desenho se completa
E tenha nas folhas deste poeta
Sua nudez pura, argila e completa.
Por GERSON FRANCISCO
Talatona, Luanda, Angola