Grande Esposa Real, era como Nefertari era chamada. Foi uma rainha da XIX dinastia. Nefertari, cujo nome significa a “mais bela”, a “a mais perfeita”, (humildade para que ne gente), não tinha sangue real, mas vinha de uma família nobre natural de Tebas. Casou-se muito jovem, aos 13 anos com Ramsés II, que tinha apenas 15anos, sendo que neste período ele ainda não havia se tornado faraó.
Mas um caso de amor profundo; Ramsés amou e muito a sua rainha, mesmo tendo várias outras esposas, a Grande Esposa Real, era a favorita.
Ele a amava tanto que mandou construir um templo em sua homenagem em Abu Simbel. O templo possui uma fachada com seis estátuas de 10 metros cada. A onipresença da figura de Ramsés neste templo era tão grande, que cada estátua era ladeada por duas representações dele, como se ele quisesse proteger sua esposa a todo momento. As estátuas de Nefertari tinham traços semelhantes à figura da deusa Hathor, ornadas com disco solar entre plumas e cornos de vaca. O triste é que Nefertari nunca viu o templo concluído, pois morreu antes de ficar pronto. Anos depois Ramsés se casou com uma das filhas, pois ela parecia muito com a mãe.
Mesmo depois de séculos e muitos saques, o templo Abu Simbel é o mais luxuoso do vale das rainhas. Durante a restauração, fizeram várias fotos que agora possibilita uma visita virtual pelo local. No final do artigo, disponibilizarei o link para a visitação.
Seu nascimento data de aproximadamente em 1290 a.C., e morreu em 1254 a.C.
Além de uma beleza estonteante, e uma vaidade digna de Cleópatra, já que a toda poderosa, também fazia uso de maquiagens, feita de especiarias e pintava suas unhas de preto, um dos materiais usados era a henna. Ela, era muito inteligente, sabia ler e escrever em hieroglifos, era culta e conhecia bem os por menores da diplomacia, o que fez a ter um importante papel durante o prospero reinado de seu marido.
Assim que Ramsés II subiu ao trono, ele tratou de fortalecer o seu exército e expandir seu território. Todo esse crescimento, tanto político quanto econômico, teve influência da rainha Nefertari, que tinha um papel ativo na política, sendo responsável por atos importantes, como negociações de paz entre povos vizinhos, tal como o Tratado de Kadesh; o acordo de paz realizado entre Ramsés II e o rei hitita Hatusil III ficou conhecido como Tratado de Kadesh. Sempre houve muita tensão entre os dois impérios por questões territoriais, e o objetivo do tratado era de manter relações de paz entre as duas partes. Após a finalização do tratado de paz, Nefertari enviou uma carta para a esposa de Hatusil III, a rainha Paduhepa, desejando paz para seu povo.
“Diplomacia pura, para que possa inimigos, se podemos ter aliados. Estou começando achar que Nefertari era a “cabeça pensante, atrás do trono”.
A mulher era tão poderosa e pelo jeito querida, que ela foi recebida e apresentada dessa forma em uma festa em Luxor:
“A princesa, rica em louvores, soberana da graça, doce no amor, senhora das duas terras, a perfeita, aquela cujas mãos seguram os sistros, aquela que alegra o seu pai Amon, a mais amada, a que usa a coroa, a cantora de belo rosto, aquela cuja palavra dá plenitude. Tudo quanto pede se realiza, toda a realidade se cumpre em função do seu desejo e conhecimento, todas as suas palavras despertam alegria nos rostos, ouvir a sua voz permite viver.”
Pode falar meus queridos leitores é muito poder e luxo…
No primeiro ano do seu reinado, Nefertari foi associada a atos importantes. Logo após ter participado na coroação do seu esposo Ramsés II, ela foi levada a apresentar-se perante ele em Abidos numa cerimónia em que Nebunenef foi nomeado sumo sacerdote de Amon, assegurando assim a fidelidade deste rico e poderoso clero tebano.
Vê-se nas inscrições egípcias as famosas festas de Mim, onde a rainha fazia o ritual das sete voltas em volta do trono do faraó proferindo as fórmulas mágicas para perpetuar a prosperidade das Duas terras. Este era um ritual sagrado do estado.
No início do século 20, arqueólogos ficaram surpresos quando descobriram o templo da rainha Nefertari. Entretanto, ao abrirem a sua tumba, não encontraram o corpo. O único membro que havia no local era um par de joelhos mumificados. Já em 2016, por meio de pesquisas feitas em análises químicas, de raios-X e de datações de carbono, os egiptólogos constaram que os joelhos pertenciam à uma mulher de cerca de 40 anos.
Além disso, a pesquisa confirmou que o membro foi mumificado a partir de rituais geralmente utilizados pela realeza do Egito Antigo. Segundo os arqueólogos, a rainha foi enterrada junto com as suas joias, que foram colocadas ao redor da sua cabeça e de seus braços. Tal fato contribuiu para que a múmia fosse deteriorada durante os processos dos saques.
Após análises minuciosas da tíbia, os pesquisadores constataram que a múmia sofreu diversas fraturas depois de morta. Além disso, os cientistas descobriram que Nefertari tinha em torno de 1,65 de altura, sendo 9 centímetros mais alta do que a média das mulheres egípcias.
E essa foi a nossa breve apresentação de algumas mulheres mais poderosas da história, elas mostraram ao que vieram, particularmente me senti muito impactada por conhecer um pouco mais dessas extraordinárias. Elas não impressionaram não só pela beleza, mas também por sua inteligência e astucia na hora de governar.
Na próxima edição iremos trazer as histórias fantásticas da construção das pirâmides de gize, o Faraó Tutancâmon e o Livro dos Mortos.
Aguardem…
Por LADYLENE APARECIDA