MATÉRIA DE CAPA – A Arte de narrar histórias desenhadas

MATÉRIA DE CAPA – A Arte de narrar histórias desenhadas

 As histórias em quadrinhos, intituladas como “arte para jovens”, surgiu em um cenário onde não havia desenhos criativos que falassem sobre os acontecimentos. Com isso, estas inovam ilustrações produzidas de uma maneira divertida de ver a vida. Muitos vivenciaram grandes descobertas ao lerem os gibis, revistas ou jornais, verdadeiros suportes usados para publicação dessas histórias que marcaram por décadas a visualização em preto e branco.

 Um universo classificado como típico de uma arte tão presente no mundo atual de contacão de histórias, em que textos em sequências horizontais com enredo, personagens, tempo, lugar e desfecho com linguagem verbal e não verbal fazem uso das onomatopeias, ou de palavras que tentam produzir sons para atrair o leitor e se caracterizar como arte única e inquestionável em seu estilo.

 Como forma de comunicar as falas das personagens por exemplo, a arte dos quadrinhos empregavam balões com textos escritos que transmitissem intenções distintas a cada nova cena de sua história. De lá para cá, as curiosidades em relação aos balões e suas diferentes intenções como gritos, sussurros dos personagens, pensamentos altos entre outros sentimentos expressos, sempre buscaram a interação com o seu público.

 Para se ter uma ideia do percurso histórico dos quadrinhos, assim como conhecemos hoje, seria possível retratar seu surgimento por volta de 1894 em uma revista dos Estados Unidos da América, no jornal New York World. As histórias narradas vinham de manifestações artísticas que já existiam há tempos servindo como influência para sua criação. No entanto, esses jornais enfatizavam em suas publicações a vida no gueto de uma criança de Nova Iorque com camisola amarela, se comunicando por gírias ou linguagem coloquial trazendo consigo grandes reflexões sobre a sociedade de consumo e as questões raciais e urbanas da época.

 E foi assim, que nasceu esta forma de arte que derivou de pinturas e manifestações artísticas fortemente marcadas no século XIV pelas igrejas católicas para o mundo, com suas vias-sacras, julgamento e a crucificação de Jesus Cristo, tudo retratado por meio de desenhos feitos de forma sequenciais.

 No Brasil, em 1905, a primeira revista em quadrinho publicada pelo jornal intitulado como “O Malho’’, chamado de “TICO-TICO” expandia a arte dos quadrinhos popularizando esta forma de contar histórias em terras brasileiras”.

 Já em 1960 o público brasileiro teve um gibi inteiramente colorido pela editora ‘’O Cruzeiro’’ com personagens inspirados na cultura nacional e sua publicação feita pela Turma do Pererê, do cartunista Ziraldo. Infelizmente esse mesmo gibi por volta de 1964 foi censurado pela ditadura, voltando a ser publicado apenas em 1975 com a sequência de histórias advindas da Turma da Mônica, tão popularmente conhecida nos dias de hoje com sua produção autoral feita por Maurício de Souza. Sua publicação ascendente registra mais de 40 países com tradução em 14 idiomas.

 Em termos evolutivos, as histórias em quadrinhos que ao longo do tempo foram sendo aperfeiçoadas, com o toque das cores e a qualidade inerente aos dias atuais, indo dos papéis mais sofisticados até as histórias mais bem elaboradas ganham projeção para todo o mundo com o surgimento dos vários personagens emblemáticos.

 Um desses personagens lembraria Mafalda, do cartunista argentino chamado de “Quino’’, criado no ano de 1964 e que ainda hoje faz muito sucesso por toda América e na Europa”. Nessas tirinhas uma garota de seis anos será conhecida por possuir um pensamento questionador sobre a realidade do mundo, trazendo um ponto de vista humanista sobre as várias situações vividas por ela.

 Ao falarmos das histórias em quadrinhos, remontamos os fantásticos e divertidos acontecimentos que compõe quadros de textos narrativos em que histórias são contadas com diferentes personagens, em um determinado local, durante certo tempo com alguma lição a ser compreendida. O objetivo geralmente voltado para o entretenimento com humor para quem ler, transmitindo também informações como alerta para a população. No entanto hoje em dia, ao falarmos sobre super-heróis para as crianças o que vem de imediato na mente sãos os filmes de Hollywood, com origens provenientes das histórias em quadrinhos que por décadas tiveram seus primeiros ensaios em preto e branco de superpoderes e looks animais que estimulam massivamente uma geração inteira para o consumo de seus adereços característicos.

 Independente da intenção, as histórias em quadrinhos eram e continuam sendo vivas expressões de uma arte que diverte com notoriedade crescente ao longo dos anos. Sempre inovando mais nunca saindo de moda. A sofisticação acompanha essas histórias divertidas. Seu conteúdo, cada vez mais trabalhado e interessante vem atraindo um público cativo em locais apropriados para o desfrute das ilustrações. Passam com isso, a adquirir importância e expressividade por sua forma inteligente de contar histórias que permanecem e se eternizam de em geração em geração.

Por RAIANA COSTA

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