Ando no cemitério – o passo é lento –
mas a interrogação, jamais estia…
Piso na terra fofa, sem alento,
sinto que a morte é fria e tão sombria!
Sem medo, ostento um riso truculento –
a vida nunca foi o que queria…
Mas via sempre o azul no céu cinzento,
o que temer se a luz de Deus me guia?
No meu enterro, quero o trivial…
Na lápide, um sorriso colossal,
eterno e, logo abaixo, escrito assim:
“A vida de um poeta não tem fim…
Sei que, hoje, sou poema no infinito,
em cada verso meu, eu ressuscito!”
Por JANETE SALES DANY
São Paulo/SP