Se os anos 30 foram os anos dourados no cinema americano, podemos dizer que na década de 40, foi uma década de renovação, onde finalmente os afro-americanos e os gays tiveram seu espaço, juntamente com os musicais que estouraram devido a guerra. Entretanto, não foi somente de música que Hollywood usou de tema, e sim aproveitou a guerra para se inspirar e usar de fundo em suas produções cinematográficas.
E foi nessa época que o Brasil começou a dar seus primeiros passos quando primeiramente recebeu uma homenagem da Disney, quando a mesma criou o personagem Zé Carioca, e depois com Carmem Miranda que já era a artista mais famosa e popular do Brasil e começou a dedicar seu tempo na sua carreira internacional, fazendo dela a mulher mais bem paga dos estados unidos em 1944.
Podemos dizer que o destaque dessa década foi Orson Welles, que escreveu, dirigiu e interpretou Cidadão Kane, que se tornou um dos clássicos dessa época. Já os filmes que trouxeram a guerra para a telona foram Casablanca, Os Melhores Anos de Nossas Vidas e o Grande Ditador, filme que teve Charles Chaplin como protagonista.
Mas como em todas as décadas anteriores, Hollywood sempre gostou de inovar e isso também aconteceu nessa década. Hollywood trouxe um novo gênero film noir, inspirado na literatura de ficção policial, os fimes noir tinham como característica principal a ambientação urbana, o questionamento moral dos heróis, as questões sociais, a figura da Femme fatale e a iluminação de três pontos – o claro (luz), o escuro (sombra), e a gradiente (cinza), sendo visível ver essas novas características nos filmes Pacto de Sangue e A Beira do Abismo.
Com o fim da guerra todos achavam que a paz voltaria, porém isso não aconteceu e em 1947 foi criada uma lista negra em Hollywood onde profissionais do entretenimento que apoiassem ou fizessem parte de algum movimento comunista teria seu nome boicotado. Isso aconteceu com pelo menos 10 diretores e roteiristas, fazendo com que os estúdios os demitissem.
Mas isso seria somente o início do fim de uma era que estava com os dias contados, já no ano seguinte um ato federal conhecido como Anti-Trust Act. Nesse o governo americano determinou como injustos os monopólios dos estúdios tendo o poder somente para si, tanto na produção de filmes, quando na exibição deles. Esse ato forçava os estúdios a venderem as salas de cinema que possuíam. Podemos dizer que esse foi o ponto crucial para a quebra do sistema dos estúdios em Hollywood.
Começando na década de 50, os musicais ganharam mais força, fazendo Cantando na Chuva de 1952 se tornar o maior musical de todos os tempos. Nesse filme se mostra muito do que Hollywood tinha passado durante sua história até então, passando pelo cinema mudo até o falado, dando evidencia a celebridade (mostrando claramente sobre o star system), e o gênero musical como marca de uma época.
Mas com o ato do Anti-Trust Act que estava vigente fez com que os estúdios demitissem grande parte dos funcionários fixos e passassem a contratar uma equipe de produção para produzir e depois fazer a distribuição – sistema que é seguido até hoje pela indústria.
Outra coisa que foi um favor determinando para o declínio foi o surgimento da televisão, que apesar de ter surgido na década de 40, foi somente na década de 50 que a televisão estourou mesmo fazendo muitas pessoas deixassem de ir para as salas de cinema e ficarem em suas casas assistindo tv.
Com isso, Hollywood teve que mudar sua forma de produzir para se adaptar a nova forma de distribuição de conteúdo. Podemos dizer que a televisão se tornou abola da vez e que todo o glamour que Hollywood teve durante seus anos de ouro tinha acabado ali.
Para as pessoas era maravilhosa todos as noites em horário nobre ligar aquele aparelho pequeno de tv para assistir a programação. Era uma programação gratuita em quatro canais diferentes, deixando assim os estúdios ainda mais preocupados, já que eles cobraram ingressos para a audiência assistir seus filmes.
Mas isso não matou o cinema e nem tirou seu brilho, foi simplesmente uma transição de Eras que foi necessário para também acabar com um sistema que estava favorecendo apenas um pequeno grupo de pessoas. Com essa mudança outras celebridades surgiram e o mundo pode conhecer também o outro lado de Hollywood.
Curiosidades sobre Hollywood.
- Em 1947 existia mais cinemas nos Estados Unidos do que bancos. Em uma população para a época de 151 milhões, aproximadamente 90 milhões de americanos iam ao cinema uma vez por semana.
- A Branca de Neve e os Sete Anões da Disney foi o primeiro filme a passar da marca dos 100 milhões de dólares em bilheteria.
- Existem cerca de 9 mil roteiristas membros dos Sindicatos dos Roteiristas dos Estados Unidos, e aproximadamente 16 mil diretores no sindicato dos diretores, entretanto extraoficialmente esse número pode chegar a 100 mil.
- Uma triste notícia é que nem todos os roteiros que estão em fase de desenvolvimento em estúdios serão realmente produzidos. Nove em cada dez roteiros jamais sairão do papel afirma a Paramount.
- Para os donos de cinema o que mais vale, pode parecer estranho ou engraçado, mais é a pipoca, sim aquela que não pode faltar quando estamos na frente da telona, é o que do mais lucro aos donos de salas de cinema. Eles dizem que chegam a lucrar $90 centavos de dólar por cada dólar vendido. Bom negócio né?
Por BEATRIS HOFFMANN