Eu poderia dizer,
mas estou afônico.
Sentiria do verso o afago, mas de tão perplexo,
corresponder-lhe o toque seria injusto.
Eu abraçaria a ternura,
porém, talvez estranhasse o meu olhar.
Olhar?
De entre lágrimas?
Turvei-me…
Alegria, foges por quê?
Pelos gritos surdos meus?
Afeiçoei-me à neblina gelada;
não há lenha na lareira-vida.
Tempo, tempos, ventos uivantes.
Veredas estreitas…
Pinto meu rosto de cinza ontem.
Eterno, abriga-me!
Por SERENO GRÁSSIA
Serra Negra – São Paulo, Brasil