CRÔNICAS – Acreditei por Sergilene Araújo

CRÔNICAS – Acreditei por Sergilene Araújo

Onde estiveres neste momento, saibas que acreditei em cada palavra, no cuidado, no carinho, em tudo o que provinha de ti.
Acreditei que dessa vez seria pra valer! E como seria. Contigo era diferente. Sentia-me segura e confiante como nunca me sentira. SIM.
Era possível! Acreditei.
Nossa! Enxergava em ti a melhor companhia, o melhor em tudo: amigo, marido, pai, profissional… tudo de melhor que poderia existir, eu via em ti.
Era a pessoa ideal, com quem eu gostaria de compartilhar toda a minha existência.
Lá estávamos nós fazendo planos, viajando o mundo, conhecendo lugares belíssimos, contemplando o belo, nos formando, sendo bons profissionais, ajudando um ao outro. E o melhor de tudo: nós dois construindo um lar e uma família.
Sim. A nossa família! Puxa vida, que sonho!
E pensar que tudo isso, foi confiando em uma única palavra: reciprocidade.
Lembra-te?
Os planos, no entanto, seguiram outro curso e a decepção veio como uma torrente a inundar o meu ser.
Como pude acreditar quando tu disseste: “Eu, você, dois filhos e um cachorro”?
Mas acreditei.
Tu, em contrapartida, partiste e levaste contigo a utopia, deixando em mim o vazio da saudade, em cada lembrança das possibilidades que não mais existirão.
Meu coração, porém, é teimoso e anseia por tua volta na esperança de concretizar tudo o quanto acreditei existir entre mim e ti.
Por isso escrevo-te esta carta, a fim de que onde esteja, e por onde pretenda ir, tu saibas e jamais esqueças que, recíproco ou não, eu só te amei porque em ti acreditei.

Por SERGILENE ARAÚJO

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