Desaguar

Desaguar

Quando falo, silêncios me invadem.
Nesses momentos lutuosos,
eu sinto o toque gélido do passado
percorrer penosamente a derme
que estremece, inalando o vão;
murmurando sons mudos,
reflexos doridos do não
ouvido incessantemente.
Os ecos pretéritos destoam o agora
fazendo-me exaurir sem demora
aquela querença esperançosa
de conjugar o verbo amar
de unir-me ao mar
de mim mesma
e desaguar
o ar.

Por JEANE TERTULIANO
Campo Alegre – AL, BRASIL

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