Escorre, feito sangue, a poesia,
de dentro da alma, um cálice vermelho,
matiza em tom carmim o meu espelho
e evola pelos ares, luzidia.
Escorre, feito sangue, dia a dia,
em seu matiz, o meu desejo, espelho.
Se falta rubro ardor do seu conselho,
sou aquarela cinza, opaca e fria…
E ainda sejam horas incolores,
os versos nascem como nascem flores,
e neste rito encontro algum porquê…
Se nada resta dentre o que se escreve,
se o sonho morre em tempo exíguo e breve,
revive o verso aos olhos de quem lê!
Por GEISA ALVES
Resende/RJ