Olá, querido leitor!
Estou certa de que em alguns momentos da vida, você tenha se deparado com documentários, livros e relatos fascinantes sobre experiências frequentemente rotuladas como “sobrenaturais”, isso se não as tiver vivido pessoalmente. Para que não fique dúvidas sobre de quais experiências estou falando, tomemos como exemplo algumas das mais comuns:
- Experiências de quase morte: Depoimentos de pessoas que, após enfrentarem situações de morte clínica, compartilharam experiências semelhantes, incluindo momentos fora do corpo, túneis de luz e encontros com entidades espirituais.
- Visões ou aparições de fantasmas: Observações de figuras ou presenças que desafiam as explicações racionais, interpretadas como manifestações de espíritos ou almas de pessoas falecidas.
- Casos de clarividência ou premonição: Percepção de eventos futuros ou sensação de perigo mesmo sem o emprego dos cinco sentidos convencionais.
- Experiências de projeção astral: Alegações de desprendimento temporário do corpo físico, permitindo a observação do próprio corpo ou exploração de ambientes além dos limites físicos.
- Telepatia e comunicação mental: Transmissão direta de pensamentos, sentimentos ou informações entre pessoas sem recorrer aos meios de comunicação tradicionais.
A princípio, a única coisa que essas experiências têm em comum, além do fato de serem rotuladas como “sobrenaturais” é a possibilidade de despertar, em muitos de nós, algo como a aversão ou o estranhamento. No entanto, você já se questionou sobre o significado real desse termo enigmático?
Pesquisando sobre o significado de “sobrenatural” encontrei muitas fontes que resumidamente o explicaram como tudo aquilo que se refere a eventos ou forças que transcendem o entendimento e as leis naturais. Em outras palavras, são ocorrências que residem além do domínio do conhecido, envoltas no mistério da incompreensão. Refletindo sobre o assunto, ouso questionar: por que o desconhecido deve ser temido, ridicularizado ou censurado?
Na minha perspectiva, no amplo cenário do mundo, nada escapa à natureza, inclusive as criações atribuídas aos seres humanos, como a eletricidade, a internet e agora, mais recentemente, a inteligência artificial. Mesmo que essas maravilhas transcendam nossos limites de compreensão, lidamos com elas com certa naturalidade. No entanto, é inegável que para muitos, essas inovações foram inicialmente fonte de experiências desagradáveis.
Mesmo que o trajeto das informações que chegam até nós, via smartphones, não seja visualizado, nos beneficiamos desse recurso sem grandes problemas. Porém, não nos dedicamos a explorar como isso ocorre, nem questionamos a realidade de algo que não podemos ver ou explicar.
Em minha jornada de vida até aqui, deparei-me com situações que alguns poderiam rotular como “sobrenaturais”, ao passo que outros talvez as interpretassem como meras coincidências, enquanto outros as atribuíssem a questões de ordem mental. Eu decidi olhar para essas experiências apenas como situações naturais não comuns.
Por anos, carreguei a habilidade de perceber quando alguém estava próximo do desencarne. Ao olhar para uma determinada pessoa, notava algo peculiar em sua expressão facial, algo indescritível, que eu conseguia sentir, mas nunca pude atribuir nome ou característica específica. Jamais expus diretamente isso à tais pessoas, seria insensato. Contudo, compartilhei essas percepções diversas vezes com alguém de confiança.
Essa sensibilidade não era algo agradável e até me incomodava, mas só me perturbou de fato, quando vivi tal experiência com meu próprio pai. Após dar-lhe um abraço, num domingo como outro qualquer, tive a sensação de que fosse o último e ao olhar em seus olhos, tive a certeza do que estava prestes a acontecer. No mesmo dia, comentei com uma tia sobre a singularidade daquele momento, e recordo das palavras que não poderiam ser mais claras: “Tia, meu pai vai morrer”. Vale ressaltar que ele não estava doente e em nenhum momento havia mencionado um mal-estar, no entanto, quatro dias depois, em uma tarde de quinta-feira, ele partiu após um infarto do miocárdio fulminante, aos 60 anos de idade.
Foi nesse momento que, em minha oração, pedi a Deus que adormecesse em mim essa habilidade, pois lidar com ela, na época, era algo muito penoso. Como já mencionei em outro texto, não tenho receio de abrir portas, mas compreendo que muitas delas nos conduzem a experiências para as quais não estamos preparados.
Considero a importância e a relevância da neurologia, da psiquiatria, da psicologia e outras ciências, mas não costumo buscar respostas para as questões da Alma, nesses domínios. O que me impulsiona a continuar explorando esse universo oculto, que se revela a todo momento e que, por alguma razão, hesitamos em investigar, é a convicção de que, mesmo sem encontrar todas as respostas, muitas perguntas serão elucidadas apenas pela experiência, não pela teoria.
No que se refere aos assuntos, que agora prefiro chamar “naturais desconhecidos”, a indústria do entretenimento, insiste em brincar com nosso imaginário através de uma abordagem atmosférica que nos envolve em medo e terror, oferecendo pouco estímulo para que busquemos pesquisar sobre a verdade. Quantos filmes, conseguimos enumerar neste instante, que trabalham o terror para falar sobre tais experiências? Certamente muitos. No entanto, quantos tratam o assunto com naturalidade, sem provocar o medo? A resposta é muito mais escassa, mas ainda assim, podem ser encontrados.
Por outro viés, as tradições filosóficas orientais frequentemente incorporam uma compreensão holística da existência, enxergando o indivíduo como um ser físico, emocional, mental e espiritual. A relação entre o ser humano e o “sobrenatural” é interpretada de forma mais fluída do que em algumas tradições ocidentais, destacando-se pela ênfase na experiência direta e na busca de uma compreensão intuitiva da realidade.
A filosofia oriental, rica e diversificada, desdobra-se em várias tradições que oferecem visões singulares sobre a existência, a natureza da realidade e a busca de significado. Entre elas o Budismo, o Hinduísmo, O Taoísmo, o Confucionismo e o Zen-budismo, cada uma com sua perspectiva única em relação ao “sobrenatural”.
O que poderia acontecer se por um momento considerássemos o ser humano com habilidades adormecidas, mas totalmente naturais e muito mais simples do que imaginamos?
A Alma é uma entidade ilimitada, detentora de saberes que muitas vezes reprimimos. Acredito que essa restrição talvez seja fruto de nosso comprometimento obstinado com as distrações de um mundo demasiadamente material, influenciado por preconceitos, medos ou falta de estímulo para o desenvolvimento intelectual e espiritual.
Amigo leitor, não se assuste e tão pouco se surpreenda com tal assunto. Afinal, numa coluna intitulada “Alma em Perspectiva,” é natural esperar mais do que simples motivação para lidar com as questões cotidianas.
A coluna é um convite para enxergar a própria Alma de maneiras diversas, explorando-a com olhares multifacetados, teorias variadas e possibilidades amplas. Se, ao contemplá-la, perceber que existe algo além de suas crenças habituais e que, por alguma razão, isso desperta seu interesse, não hesite em aprofundar sua pesquisa sobre o assunto. Permita que a perspectiva de sua Alma transcenda as fronteiras do trivial, guiando-o em uma busca por respostas que ultrapassem o ordinário do dia a dia.
Aproveitando a oportunidade, quero te convidar para me acompanhar nas redes sociais e compartilhar suas ideias. Será um prazer conhecer suas perspectivas.
Nos vemos em breve!
Por MIA KODA