DESNUDA EM PALAVRAS – Identidade Libertina – Hoje Não… Só Por Hoje, Eu Não Quero por Tônia Lavínia

DESNUDA EM PALAVRAS – Identidade Libertina – Hoje Não… Só Por Hoje, Eu Não Quero por Tônia Lavínia

      Hoje eu não quero a meiguice das tuas mãos como pétalas macias das rosas que me envias… não, hoje eu não quero a sua voz em doçura, pois os meus ouvidos desejam ouvir-te ácido.

      Hoje eu não me permito ser cativa da sua boca calma percorrendo atrevida nos meus seios morenos, mas cuidadosa nas tuas atenções que quero exageradas.

      Não, nada disso amor. Hoje eu não quero a demora, os segredos, as regras, não me aqueça, me queime feito chamas de mil lamparinas acessas.

     Me submeta aos suplícios do meu corpo e me faça entrar no delicioso inferno dos gozos infinitos, anseio honrar as minhas vontades, quero-te súdito, mártir do meu corpo, causa-me um alvoroço ardente nos meus meios. Estou ofegante de suas atenções que me sugam com a ponta dos seus lábios, e sua língua, cumprindo o teu pacto feito um demônio me arrastando pelos meus umbrais perdidos.

    Arrasta-me bruto, coma-me as palavras, e engula meus gemidos e gritos libertos, sufocados pela a minha necessidade de ser currada. Quero a dor do tesão, a sua força. Eu, de quatro, no quarto sobre a cama, com meus cabelos feito cascatas que me vestem as costas nua e molhada pelo o meu suor que bebe se embriagando do teu.

    Me provoque, me force a ser mulher, de dama a perdida. Empurre para dento de mim as tuas verdades mais sacanas, prove dos meus lúbricos.

     Eu quero agora! sem promessas, sem monotonia dos dias sem cor. Quero o vermelho do meu sol que inflama adocicado, e minhas larvas de matarão a sede enchendo a tua boca da minha lascívia desesperada por sair das minhas prisões feito uma fera enjaulada, louca para libertar o animal selvagem que eu sou.

    Hoje, faça com que eu me veja em suas retinas escurecidas, feito espelho. Hoje eu não quero amar com romance, das minhas loucuras inacabadas.

Hoje eu não quero ser a sua poesia… eu quero a pornografia, a sua fome, não quero ser orada calma, como as contas de um rosário, porque eu desci para além dos submundos quentes do desejo.

     Hoje eu quero o banal, o baixo, o magno, o sujo, o vulgar. Quero tudo em todos os detalhes, sem restrições, indecente, sem histórias dos meus sonhos cor de rosa, eu quero o escuro, até me desfazer em cinzas na última brasa.

     O gozo arrancado me causando um sorriso, o morder dos meus lábios, a loba que uva escancarado rasgando a noite, me desfazendo em teus poemas jamais contados e revelados, porque serei guardada nas suas rosas e versos em uma outra história pra contar.                                         

     Hoje, só por hoje… eu não quero.

“Entre Sombras de Saudade: A Jornada de Mileyde Gwendolyn Apaixonada, Após a Partida do seu Amor”

Por Tônia Lavínia

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Por TÔNIA LAVÍNIA

 

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