SEMEANDO A ESCRITA – O semeador de margaridas: Os meus 15 anos Por Arnaldo Júlio Barbosa

SEMEANDO A ESCRITA – O semeador de margaridas: Os meus 15 anos Por Arnaldo Júlio Barbosa

 

Arnaldo Júlio Barbosa, nascido em 07/11/1918 em Pedro Avelino/RN, é repentista, cordelista, autor, compositor e intérprete. Foi casado com Francisca Dalva de Araújo, tendo 14 filhos e, até o momento, 48 netos, 85 bisnetos e 20 tataranetos. Lançou, aos 105 anos, o livro: “A Jovem Margarida e as Proezas do Amor”, obra originalmente manuscrita em 1947 em forma de cordel, com 143 estrofes em sextilhas e versos metrificados em redondilha maior. Reside em Brasília-DF desde 1959 e se orgulha por ter participado da construção da cidade.

Os meus 15 anos

 

Eu fui um filho criado

longe da minha família

mas nunca me faltou nada

tinha tudo que eu queria

tudo para mim dava certo

pois nada me faltaria

 

Com quinze anos de idade

dediquei-me à cantoria

como um grande repentista

tive a maior alegria

de ser um profissional

no campo da poesia

 

Um dia experimentei

para ver se a cantoria

era o bastante para arranjar

nosso pão de cada dia

sem precisar de mais nada

como era que daria

 

Como eu ainda era moço

não temia o desespero

eu pensei comigo assim:

“hoje é o dia primeiro

e vou ver como se pode

viajar sem ter dinheiro”

 

Vesti um terno que eu tinha

há muito tempo guardado

um par de sapatos novos

que também tinha comprado

botei uma gravata com broche

e a viola de um lado

 

Fui viajando de pé

como eu era acostumado

passando por lugares

onde eu nunca tinha andado

mas como um repentista

eu era bem-conceituado

 

No primeiro dia eu cheguei

na casa de um fazendeiro

eu estava tão cansado

por andar o dia inteiro

com fome e sem comprar nada

porque não tinha dinheiro

 

Ali, naquele momento,

tudo mudou de repente

veio uma moça bonita

com um copo de café quente

uma bandeja com pão e queijo

como se fosse um presente

 

Ali não faltou mais nada

começou a chegar gente;

o dono da casa disse

Eu quero, primeiramente,

que o poeta elogie

a cada um que está presente

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Por LILIAN BARBOSA

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