JP Haegob é Brasileiro, casado, 51 anos, e escreve desde os 12 anos. Estudante de psicologia, arquitetura e filosofia (três graduações ao mesmo tempo) morador de Ceilândia DF, escritor, poeta, cronista, escultor, pintor e músico. Nascido em Brasília-DF, descendente de família espanhola. Vencedor do prêmio de romances de cordel na academia do Crato e finalista do prêmio Sesc-SP de literatura.
ENTREVISTA:
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REVISTA THE BARD: JP Haegob, eu li a sua biografia e estou impressionada com a qualidade do seu curriculum. O que você escuta quando está escrevendo?
JP HAEGOB: Gosto muito de ouvir música clássica e ópera, mas também curto Tears For Fears e The Police.
REVISTA THE BARD: Conte-nos sobre a história que você está escrevendo?
JP HAEGOB: Estou escrevendo um romance, um apanhado de histórias que se entrelaçam, ocorrido na Segunda Guerra Mundial, na França, numa pequena cidade chamada Ville de Vauban, protagonizada por uma menina chamada Beatrice Gunot. Nesse romance conto, de forma autobiográfica, as histórias que meu avô me contava, sobre sua participação na Guerra e como ele conheceu minha avó. Óbvio que nem tudo é realidade, muito do que escrevo é ficcional. Espero que o público goste, as pessoas que já tiveram uma prévia, (se não mentiram), gostaram muito.
REVISTA THE BARD: Qual a parte mais fácil da escrita para você, e qual a parte mais difícil?
JP HAEGOB: A parte mais fácil é escolher a história, o mundo está cheio delas e é preciso apenas estar atento para fisgar boas histórias. A parte mais difícil é capturar a atmosfera dos diferentes personagens e mantê-los sob uma aura de verdade, sem que eles soem piegas ou maniqueístas. Detesto histórias com heróis demais ou muito certinhas, uma boa história tem que mostrar a verdade, sem necessariamente ser vulgar ou fazer apologia às mazelas do mundo.
REVISTA THE BARD: Conte-nos sobre a história que você está escrevendo?
JP HAEGOB: Estou escrevendo um romance, um apanhado de histórias que se
entrelaçam, ocorrido na Segunda Guerra Mundial, na França, numa
pequena cidade chamada Ville de Vauban, protagonizada por uma menina
chamada Beatrice Gunot. Nesse romance conto, de forma autobiográfica
as histórias que meu avô me contava, sobre sua participação na Guerra e
como ele conheceu minha vó. Obvio que nem tudo é realidade, muito do
que escrevo é ficcional. Espero que o público goste, as pessoas que já
tiveram uma prévia, (se não mentiram), gostaram muito.
REVISTA THE BARD: Por que o tabu em torno da literatura erótica persiste na sociedade? Por que ler e falar sobre sexo ainda é motivo de incômodo para a maioria?
JP HAEGOB: O tema sexo está ligado a outro, o prazer e, esse, por sua vez é um tema
que sempre atraiu olhares condenatórios em virtude da visão religiosa,
construída por uma sociedade patriarcal, de que o sexo tem que ser
desenvolvido apenas para a procriação, qualquer coisa que passar disso é
pecaminoso e sujo. Essa visão, medieval, ainda impregna os conceitos
morais e consequentemente acaba influenciando na marginalização desse
tipo de literatura, considerada marginal e suja. Sexo é uma coisa que todos gostam e todos praticam, em algum momento de suas vidas, mas em virtude das concepções extraídas do conservadorismo religioso, o sexo
sempre foi e sempre será objeto de perversão e de marginalização do
homem, o que é uma inverdade. Um tipo de literatura considerada
pornográfica, mas essa visão equivocada só prevalece na visão dos
conservadores tacanhos e que se reprimem de viver sem preconceitos e tabus.
“Textos de JP Haegob”
“Entre Lençóis”
Num leito impuro e envolto em brumas,
dois corpos nus se entrelaçam em desejo,
no mais ardiloso de todos os ensejos, trocam
fluidos intensos, caricias e beijos, cintilam
orgasmos e deliciosas volúpias,
olhares se cruzam e se arrastam ao chão,
como uma dança inebriante em uma noite de
núpcias, se entregam sem temor na mais pura paixão,
onde línguas exaltam lugares ocultos, onde os
corpos se entrelaçam em um balé infinito,
eu te adentro ao ouvir teu mais leve sussurro,
e arranco de ti, um suave gemido, enfim teu
néctar úmido me inunda inteiro fazendo-me
sentir primeiro, e até o fim, e assim eu espero
você com calma e desejo satisfaz-se toda em mim.
JP Haegob
VÍDEO DO POEMA: “ENTRE LENÇÓIS”
“Obsceno”
Ante ao ato inconsciente e imperfeito dos músculos,
Encontro-me frágil diante da tanta saudade da
Lembrança tensa de nosso último encontro, que
Roubava do falo o néctar amargo e o pranto,
Que jazia obsceno e sisudo a minha vontade.
Enquanto a sua língua nervosa acariciava meu peito
E meu tronco.
O vazio tectônico de nossos corpos deslizantes.
Um atracar lépido, um fervor inebriante que deixavam
Em meus lábios o vibrante sabor de teus seios erigidos
Tornando o gozo demorado e reticente envolvendo meu
Corpo como uma bruma doente que excitava meus pelos
Por demais combalidos.
Procurei teu amor a cada noite sombria, em face de meu
Interesse mais obscuro.
Deitei minhas veias no mais puro torpor, e fiz do desejo
Meu motivo impuro, ao relembrar tua figura esguia em
ardor a deleitar se comigo em nosso mais puro amor.
JP Haegob
Imagem de Tamaragreen
Por TÔNIA LAVÍNIA