Levante teu colo, em pestanas úmidas estás …
Se foi meu lamento tardio.
Olhe aos céus de empoeiradas cinzas,
grito em alma empunhada,
vigora agora minha inútil certeza.
Ah! Tempo, o que fiz em mim por agora?
Ainda guardo teu cheiro, tua sombra deitada sobre mim,
lágrimas eclipsam! Cego, caminho em teu átrio,
buscarei em ti, minha fuga e esperança.
Lástima tristeza, preencha meus olhares…
Ouvidos só escutam epicédios lacrimosos,
Vozes me perturbam à aflição.
Não há tempo de sepultos de minhas faltas,
uma estife pesa minha própria agonia.
Sangra e crava teu epitáfio tua mera verdade.
Plangente coração, necrópole do meu ser…
Crema minha saudade, salva-me de meus remorsos.
Não há mais tempo em vida,
Nem em meus soluços de razões,
Do que valem por outrora?
Aqui jaz minha ignorância…
Sopra-me Calino tua melancolia,
parvo e tolo conservei,
Regenera Minh’ alma aturdida,
cante meu treno, esvazie em mim teu corpo,
toca-me em abraços e arrependimentos,
Dai-me exíguo momento, e diga-me como hei de morrer…
Por J.B WOLF
Distrito Federal – Brasília, Brasil