A serial Killer Gomes havia atacado novamente. A detetive Lira olhava para a então vítima esfaqueada incontáveis vezes. Era uma funcionária “faz tudo” de um grande e prestigiado supermercado. Horas depois, a detetive Lira recebeu uma ligação sobre mais uma pobre alma que atravessou o caminho da serial killer. Uma dona de casa extremamente ensanguentada encontrava-se diante da detetive. No dia seguinte, descobriu um pouco mais sobre a vítima. A mulher sonhava em ser médica, mas sua condição financeira e o “amor” abusivo do marido a impediu de realizá-lo.
Neste mesmo dia, a detetive agora observava uma adolescente coberta de vermelho.
Aquilo deixou seu coração ainda mais compadecido. Ao levantar o olhar quase marejado, viu uma estante com alguns livros que com certeza indicavam que a garota planejava se especializar na área médica. Porém, de repente, Lira encontrou uma pista que indicava que a assassina não havia fugido por muito tempo. A detetive então se preparou para caçála entre os arredores da casa. Quando Lira se deu conta, estava floresta adentro em um breu que a fez odiar a Lua por se abster naquele dia. No entanto, ela estava perto de capturar a fugitiva. Gomes se viu então em um beco sem saída quando se deparou com um precipício. De repente ouviu o barulho da arma da detetive atrás de si. “Entregue-se, Gomes. Não é fim, acredite. Há muito que você irá descobrir.”
A detetive chegou em seu aconchegante lar. Retirou seu casaco e sapatos e a empregada aproximou-se para lhe avisar que a banheira estava pronta. Em seguida ela notou que Lira não havia ainda tirado seu chapéu. “Senhora, já estou com seus sapatos e casaco. Me entregue seu chapéu para que eu possa…” “Logo lhe entrego, está bem? Preciso ir à um lugar antes.” Já era noite e o céu estava caindo em chuva. Lira estava em seu jardim olhando para cada lápide exposta nele. A detetive, assim como aquela pobre mulher, teve de por um fim a versões suas sem outras alternativas. Algumas não sentia a menor falta, outras, doía sempre que lembrava que teve de enterrá-las. Mas hoje se deu conta de que Lira era um planeta imenso e diverso a explorar. Ela então, com o chapéu sobre o peito, entrou novamente para a casa, pronta para descansar e assumir sua versão de mãe no dia seguinte.
Por ALYNE GOMES