CONTOS – A Cabine por Lady Moretti

CONTOS – A Cabine por Lady Moretti

Já passava das seis da tarde quando entrei na cabine privativa daquele trem. Era mais uma viagem tediosa de três horas até a cidade. Ia a trabalho. Meus olhos se concentraram na mulher de lábios vermelhos, elegantemente vestida com uma blusa preta de mangas bufantes que valorizava seu decote de seios fartos e saias fluidas no mesmo tom, bem ajustadas na cintura fina. O chapéu coco estava preso na lateral dos seus cabelos, bem alinhados e ondulados, presos na lateral. O colar duplo de pérolas estava entre os seus seios. Suas pernas estavam cobertas por meias fio 70. Seu escarpim reluzia corpo e saltos com pernas grossas cruzadas. Lia um livro, que não pude deixar de notar, um romance com nuances quentes da relação a dois. Uma mulher ousada diria, outras jamais leriam tal qual em público.

 Certa vez, li apenas algumas páginas e tive que pedir dois copos de limonada para que pudesse levantar-me.  A escritora era a italiana Senhora Lady Moretti. E bem, não foram muito oportunos tais pensamentos, pois logo meu membro quis acordar.  

Sentei-me cautelosamente, não gostaria de atrapalhar, estava tão concentrada que quis saber qual página não a fazia sequer piscar.  Movimentou-se em seu assento de frente para mim, e suas saias eram mais leves do que esperava, elas subiram com o movimento, mostrando parte da renda ao fim daquela meia que pareciam sem qualquer sinal tão sedutor.

— Permita-me o galanteio, mas gostaria de elogiar as suas meias, tal qual a sua beleza.

Seu corpo quase pulou no assento e tamanha foi a força ao fechar o livro.

— Perdoe tal incômodo, não foi minha intenção assustá-la.

— Mas, decerto, é muito abusado de sua parte me importunar.

— Uma dama de leituras tão quentes deveria estar mais calma e ser mais gentil com quem irá dividir a cabine por algumas horas. —  Ela abriu a boca em surpresa e a vi colocar o livro o mais escondido possível. — É uma excelente literatura, mas confesso estar surpreso ao ver uma mulher desfrutá-lo.   Lembro quando o li, e quanto foi difícil fazer meu corpo… bem, fazer meu corpo abrandar. 

Ela ficar vermelha, e não pude deixar de sorrir.

— Perdoe, bela dama, apenas achei prazerosa a sua presença e gostaria de poder desfrutar de sua conversa.

 De repente, relaxou os ombros um pouco mais e então   sorriu desconcertada, me dando uma certa esperança de conseguir seu endereço e quem sabe, trocar cartas.

— Decerto, uma literatura abrasadora.

— Mas seu linguajar é um mistério para uma donzela como você.

— Apesar da minha pouca idade, já sou viúva, então conheço tais termos e fatos citados.

— Sinto muito pela sua perda.

— Não sinta, ele não era um marido muito presente… — ficou um tempo reflexiva e voltou a falar-Talvez tão pouco minha presença o agradasse.

— Isso seria impossível, visto sua beleza estonteante. — Ela sorriu desconcertada. — Diga, para onde vai tão bela.

— Minhas tias acham que eu não devo ficar sozinha, visto…

— Visto? — perguntei sem entender sua hesitação.

— Visto os livros que leio.

Ela baixou o olhar para as mãos com certa vergonha em falar.

 — Então vão me apresentar um novo pretendente, é bem mais velho e viúvo também, assim fica um pouco mais fácil a chance de união.

— Não me parece nada contente com tal fato.

— E não estou, mal casei, imaginei… imaginei que seria prazeroso, mas meu falecido esposo, que Deus o tenha, tão pouco gostava de me tocar, agora… um velho que em suas cartas não, demonstra qualquer apreço por minha pessoa, tão pouco  paixão em suas palavras. —  Parecia realmente chateada com tais palavras despejadas e via seu peito subindo e descendo. — Me desculpe. Por favor, esqueça o que eu disse.

— Isso seria impossível. Como ter uma esposa com tamanha formosura e mal tocá-la?  E por que você, viúva, tem tanta pressa em se casar? — ela apenas abaixou a cabeça novamente e eu precisava fazer algo para provar o contrário para aquela linda mulher.

Sentei ao lado dela, o que a fez encolher. Com movimentos sutis, tirei uma mexa solta de seu rosto angular, roçando os meus dedos em sua pele macia como pêssego.

— Seus cabelos são macios, e eu adoraria encaixar minhas mãos nelas. 

Ela me olhou, e havia um brilho ali.

—  Seus olhos são como o mar de tão profundos, e eu adoraria apreciar todos os dias. Seus lábios são como morangos frescos; não hesitaria em desfrutar deles.   E todos os detalhes deste livro, com toda certeza, gostaria de realizar.

Senti a pele queimando contra meus dedos, seus olhos pareciam maiores, sua boca ficou entreaberta, tão convidativa.

— Isso não me parece apropriado.

— Inapropriado, eu diria ser o que esse esposo fez, de não lhe dar prazer. Permita-me honrar a minha classe ao menos com as palavras.

— Palavras eu já tenho. — respondeu com voz trêmula e eu estremecendo ao passo que engolia seco.

— Então permita-me demonstrar em ação.  Talvez entenda seu apreço.

— Não sei como pode…

Antes que terminasse a fala, eu tomei seus lábios nos meus, macios e quentes. Um choque de excitação tomava todo meu corpo e sentia sua pele esquentar ao toque das minhas mãos já encaixadas em sua nuca, dando ritmo ao beijo. Separei meus lábios dos dela, apenas para lhe suplicar.

— Diga que quer, apenas um, sim, e lhe mostrarei, na prática, ao menos um terço desse livro.  E não se preocupe, bela dama, eu lhe darei honra e respeito por tal feito.

Ela hesitou, e voltei a beijá-la com mais afinco, dando beijos em seu pescoço, até o colo que subia e descia em respirações aceleradas. Então finalmente ouvi suas palavras que me arrepiaram a espinha.

— Saiba que confio em sua palavra, e não há honra maior que as cumprir. Então me mostre, o que tanto, na escrita, deseja revelar.

— Apenas leia e relaxe, e lhe prometo ser a leitura mais prazerosa que terá.

Ela mais do que depressa abriu o livro e eu desci minha mão firme em um aperto a sua cintura, acariciei seus seios por cima do tecido e ela recitava em voz entrecortada as primeiras palavras daquele livro.  E quando estava quase a acabando o primeiro parágrafo, retirei seu seio direito e passei a acariciá-los com devoção, usando minha boca no processo, passeando com minha língua sedenta. Logo já estava no esquerdo, alternando entre as mamadas.  Eram duas palavras e um gemido baixo, seguido de respiração entrecortada, lábios entreabertos e olhos por vezes fechados.

 Suas feições eram de puro prazer e eu queria mais, queria ouvi-la gemer, queria senti-la tremer em meus braços.  Minhas mãos subiram por baixo de suas saias, acariciando o interior de suas coxas. A pele queimando e os pelos arrepiando eram meu convite para mais. Apertei a lateral de suas nádegas quando finalmente alcancei a costura de sua calcinha de algodão.  Deferi beijos por seu corpo até me ver imerso em suas saias, sentindo o cheiro do seu viço, o cheiro da sua intimidade que estava prestes a devorar. Mas antes disso, pedi que continuasse lendo.

Ela se esforçou em erguer o livro e ler. Instiguei seu ponto de prazer enquanto a olhava, bem nos olhos, de joelhos em sua frente, venerando sua presença.  E a cada movimento completo, me perdia em seu gemidos contidos, suas palavras sussurradas eram como um mantra em meus ouvidos.

Senti o algodão encharcar, e então puxei sua calcinha de lado, para seus lábios de baixo beijar. Iniciei minha exploração, beijos em suas coxas, em sua virilha, minha língua em seu sexo, meus dedos abrindo suas partes. Então mergulhei, em um beijo profundo  e cheio de desejo, sugando seus sucos,  fazendo-a  gemer mais alto até a leitura já sem nexo cessar.

— Seu gosto é delicioso. Me peguei a falar.

Ela tentava se segurar no couro do assento, ao batente da janela de vidro e eu  continuava a explorar seu sexo com minha língua. Quando dei por mim, já estava com meus dedos dentro daquela intimidade apertada,  pingando de desejo. Suguei aquele ponto tão sensível,  sentindo-a  estremecer,  mantive o ritmo devoto  e completamente entregue quando seu órgão genital passou a  contrair e os espasmos tomaram conta de seu corpo.  Seu fôlego faltou  enquanto arqueava seu corpo em um orgasmo impetuoso que a invadia.

 Os gemidos eram todos contidos, o que me deu ainda mais prazer em continuar, meu pau latejava, sentia minha cabeça melada, querendo loucamente fodê-la ali mesmo. Persisti em devorá-la e ela continuava a tremer, tão sensível ao meu toque.  Adorei ter poder sobre aquele corpo tão gostoso.

Então escutei os passos no corredor, alguém vinha e precisei ao meu assento retornar, mais do que depressa, ela também se ajeitou, voltando a ler seu livro ou tentar.  Assim que os passos soaram longe, olhei-a tão vermelhinha e excitada, pensando o quão maravilhosa era.  Teria que honrar com tamanha confiança, então decidi o que faria.

—  Te mostrarei toda a prática dessas linhas, se assim desejar, basta me passar seu endereço, será um enorme prazer demonstrar meu apreço em palavras para poder ler e desfrutar de todo prazer e paixão intrínsecos que desejo lhe oferecer.  Dispense o tal viúvo, você já tem tal pretendente, nada morno e muito ardente, claro se me aceitar.

Não poderia, não me perdoaria, vê-la uma única vez. Seu endereço foi passado e meu coração foi roubado pela estranha tão intimamente minha naquela cabine de trem.

Por LADY MORETTI

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