Cresci ouvindo minha mãe contando uma história de uma moça que dizia: “oh! Preguiça de viver!” E a mãe achava aquilo um absurdo e reclamava muito.
O que mais vemos hoje em dia, neste mundo urgente, é gente com preguiça de viver, isto em todos os sentidos. A correria do dia a dia, as repetições cotidianas, está busca incessante pelo sucesso, são motivos gritantes, desta preguiça de viver, até de continuar lutando.
Talvez viver tenha ficado difícil demais, as alegrias parecem muito efêmeras as tristezas mais profundas, e as pessoas acabam se acomodando na sua zona de conforto, que na maioria das vezes, nem é confortável assim, deixam de correr atrás dos seus sonhos, de tentar um emprego melhor, de sair de um relacionamento que não o(a) faz feliz, de viver intensamente aquele que foi escolhido, de declarar amizades e amores sinceros, deixando tudo para depois.
Todos precisamos de uma mãe que nos puxe a orelha diante da preguiça de viver, que nos faça enxergar além das nossas limitações, que não só nos dê aconchego sempre, mas que saiba tirar este aconchego quando este estiver nos atrapalhando a irmos em busca de nossos objetivos, nos tirando do conforto.
A acomodação do mundo atual parece vir contrária à evolução da era moderna, onde as facilidades são maiores, ou talvez seja isso o motivo desta. Os jovens parecem ter sonhos cada vez mais altos, mais ousados, no entanto, poucos vão realmente atrás do que almejam. O querer muito, muitas vezes faz com que nos conformemos com pouco demais.
Por VIRGÍNIA DE SANTANA