Nada é mais poderoso que uma mulher que se encontra com o seu próprio mar.
Da maresia que se segue, aos goles salgados, etílicos, doces e brandos
Quando me percebo estou submersa no caos da minha própria existência,
E faço assim um mergulho profundo em meu próprio oceano,
dentro dos meus silêncios e dos meus barulhos.
E mesmo sentindo que estou me afogando na imensidão
Do meu oceano particular, revogo qualquer semblante de salva vidas
Pois nada deve ser salvo desse oceano.
Porque é assim que faço dos momentos de turbulência
Um lugar de aprendizado, e uma jornada de autocuidado,
e aprendo a lidar com o caos do meu existir e faço dele o meu lar
Meu lugar de encontro e desencontro, pois a vida é a arte dos desencontros,
dos afetos e desafetos.
E que sentido teriam esses desencontros,
se não houvesse o prazer de se reencontrar em cada um deles?
Nada é mais poderoso do que uma mulher que se encontra
com o seu próprio mar e aprende a navegá-lo.
POR TAINÁ SALES
Brasília – Distrito Federal, Brasil
