Era uma vez, em um reino muito, muito distante, onde vivia uma linda princesinha, que era amada e aclamada por todos que ali viviam. Ela adorava receber elogios e comentários sobre seus lindos cabelos encaracolados, sobre suas lindas bochechas rosadas e sobre seus vestidos sob medida. Ela gostava tanto de si mesma que sua força vital passou a vir de seu ego. Os moradores estavam tão enfeitiçados por sua beleza que colocaram espelhos por todo o lado só para a pequenina se admirar.
E assim eram seus dias naquele próspero reino, a pequena princesa passeava todas as manhãs para receber elogios dos moradores e se admirar nos espelhos. Ela era muito feliz.
Contudo, nada era perfeito. Então em um belo dia uma forte tempestade assolou todo o reino, o belo castelo ruiu com a forte chuva, todos os espelhos se quebraram, e a pequena princesa não podia mais se admirar. Ela se sentia fraca e sozinha.
E ao que parece os moradores acabaram sumindo no meio do vento forte.
A princesinha desolada, pois se a caminhar entre as ruínas das casas a procura de alguém para enaltecer a sua beleza e alimentar o seu frágil ego.
– Tem alguém aí? Por favor, preciso de ajuda! Preciso de um elogio! – Sua voz saiu como um sussurro.
Quando suas esperanças já estavam no fim, a pequena princesa avista um casebre, que ao que parece não foi atingida pela tempestade. Foi aí que a jovem lembrou da velha história da eremita, que vivia escondida na floresta, alguns diziam que era uma bruxa malvada.
Porém, a pequena criança não tinha outra opção senão tentar a sorte e bater na velha casinha, sua vida dependia disso.
Para a sorte da princesinha, a velha mulher recebeu a pequenina de braços aberto, lhe encheu de elogios e restabeleceu sua força vital. Agora estava tranquila e feliz. Era amada novamente e seu ego estava são e salvo.
A bruxa estava tão disposta a ajudar a princesinha, que poliu um escudo de prata, tão bem polido que era possível ver seu reflexo através dele, e isso deixou a jovem ainda mais feliz e saudável, já que todos os dias ela podia ver seu reflexo no escudo e admirar a sua beleza, era como se estivesse apaixonada por si mesma.
– Eu sou a princesa mais linda do mundo, eu sou a melhor e ninguém é melhor do que eu. – Ela estava radiante até as suas bochechas estavam mais rosadas do que nunca.
Assim os dias foi passando e a velha mulher fazia de tudo para agradar o ego da jovem princesa, alguns dias chegava à exaustão.
Com o decorrer do tempo ela não parecia mais tão feliz, nada que a mulher fazia parecia ser o suficiente para agradar aquele ego que só crescia e crescia. Isso deixou a bruxa muito zangada. Ela recebeu aquela criança de bom coração, a protegeu e alimentou o seu ego.
– Agora já chega! – Esbravejou a bruxa – Aquela egoísta conhecerá o meu poder.
A velha estava com tanta raiva e se sentia tão decepcionada com a jovem que parou de elogiá-la e destruiu o escudo que deu tanto trabalho para polir.
Agora a pequenina estava definhando. Sua beleza que ela tanto exaltava, já não existia mais. A velha apenas assistia calada, aquela dolorosa morte.
Não importava o quanto a princesinha implorava, a bruxa não há elogiava, nada que a pobre menina fazia era o suficiente para ganhar um elogio e salvar sua vida.
Por fim, já sem forças e sem beleza a pequena princesa virou pó e foi levada pelos ventos da nova tempestade que se formava.
“Moral da história, nunca deixe seu ego falar mais alto. Aprenda a valorizar o que os outros faz por você”
Por Ladylene Aparecida