Papoila obstinada,
Na tempestade e nos ventos fortes
És resistente aos pequenos nadas,
Floresces em tudo, até entre mortes.
Frágil e bela,
Esvoaças ao sabor das aragens,
De raizes presas em terra
Com vaidade embelezas imagens.
Essa leveza
Acolhe a alma e o coração,
As sardas são mera gentileza
De quem é bela sem presunção.
Alheia às pragas,
vírus e flagelos,
Livre de amarras,
Mas aprisionada em castelos.
Pela noite,
Fechas as persianas
Enrolaste com medo da escuridão
A inocência que emanas
Diz que da crueldade tens aversão
Seja utopia,
Imaginação ou delírio
O teu bem-estar vem de raiz,
Sejas papoila, cravo ou lírio,
És a flor que colheste
E que trazes debaixo do nariz.
Por JOANA PEREIRA