Projeto Oficina do Saber, coordenado pela Setur-DF, promove a cadeia produtiva por meio da qualificação do artesão local e de mecanismos que permitem a facilitação e a diversificação da comercialização dos produto.
O artesanato traduz a alma de um povo, por ele o artesão revela usos, tradições e costumes. Os artesãos de Brasília contemplam em seus produtos a pluralidade cultural que é a cidade, tendo em vista que para cá vieram pessoas de todos os estados. Ao unir essa multiplicidade às formas, cores e características locais, surge um produto do turismo com alto valor cultural agregado. Outro aspecto importante é a capacidade de gerar renda, desenvolvimento econômico e de transformar a vida das pessoas.
O crochê salvou Daniel Martins da Silva (35). O mineiro de Carmo do Paranaúba (MG) cansou da vida de erros, que o levou algumas vezes ao sistema carcerário, e encontrou na produção de peças de crochê a dignidade e esperança, que já acreditava não ser merecedor. Aos 21 anos, da segunda vez em que se encontrava apenado, um colega de cela o ensinou os primeiros pontos da arte. Assim, pediu para a família lhe levar barbante e agulha e começou a ensaiar o início: o ponto correntinha. Fazia 100, depois 200, desmanchava e repetia tudo de novo até ficar perfeito. Se a excelência não é um modo de agir, mas um hábito, Daniel se aperfeiçoou.
Até encontrar a salvação, o aprendiz de artesão fez de tudo: trabalhou na roça, foi pedreiro e até garçom, ainda na cidade natal. Decidiu então, há quatro anos, vir para a capital federal. Nas ruas de Brasília, onde mora, faz e vende suas peças: tapetes, forros de mesa, suplat e tudo que aprendeu a fazer com perfeição. Foi essa perfeição que o levou até o Programa Oficina do Saber da Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF). Por meio do programa obteve a Carteira Nacional do Artesão e, pela primeira vez na vida, foi enxergado por uma política pública.
“A Secretaria de Turismo é tudo para mim. Não esperava que um órgão fosse se preocupar comigo e abrir meu horizonte. Já tinha perdido a esperança e a crença no ser humano. Hoje tenho esperança de viver. A carteira do artesão me deu dignidade, abriu as portas para mim. Voltei a sonhar e estou me reintegrando à sociedade”, relatou o artesão Daniel.
Por SECRETARIA DE TURISMO GDF