SONETO – Preservação

SONETO – Preservação

No meu quintal, após raiar o dia,
Encontro, sempre, um beija-flor-tesoura,
De cor azul em pose duradoura,
Pousado em um cordel com galhardia.

De vez em quando, espanta a covardia
Do macho estranho, afoito, que rasoura
O seu jardim buscando uma caloura
Que ali entrara, pois o cio ardia.

O dimorfismo não se faz presente
Na bela espécie, aqui jucundamente,
Descrita como a flor dos passarinhos.

Assim, feliz, desperto pra labuta,
Cerzindo versos e encampando a luta
Por colibris, saíras, e sebinhos.

Por José Rodrigues

Amélia Rodrigues – BA

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