Desde criança respondia “ser artista” para a tão famosa pergunta “o que você quer ser quando crescer?”.
“Não tinha noção do que era ser artista nesse mundo e comecei a conquistá-la participando do grupo de teatro da escola. Participei de muitos festivais de teatro, apresentações e oficinas, até que decidi entrar para o curso de Teatro na faculdade. Lá descobri que gostaria de ser professor também.”
Estar em sala de aula começou a ser o foco de sua vida, nela certa vez contou uma história para as crianças e elas se encantaram. Então foi estudar a arte da narrativa, por ser diferente da arte teatral, de lá pra cá se reconhece como contador de histórias e professor de teatro. Acredita que as histórias provocam o despertar de lembranças, memórias afetivas e olhares mais esperançosos de futuro.
“E claro que isso só é possível quando quem conta também se permite viver de verdade a história, se permitindo sensibilizá-la com a sua história pessoal. As histórias nos ajudam a lidar com mais leveza as situações complicadas que aparecem na vida; a história é a corda que nos dá apoio quando é necessário atravessar um rio com uma correnteza muito forte.”
Hoje conta histórias para os estudantes em sala de aula, em apresentações abertas ao público e também em eventos fechados para adultos.
Defende que a contação de histórias não é só para crianças e fica muito feliz quando é convidado para participar de eventos em que na platéia é formada por adultos.
Considera um ótimo desafio, despertar imaginação, sensibilidade e graça em profissionais da educação e saúde, e principalmente em mães e pais, pois são essas pessoas que estão diretamente interagindo com as crianças e que podem sustentar as suas angústias e alegrias nesse processo de crescimento.
Para ele, a influência das narrativas ajudam a elaborar a própria história de vida.
“Quando uma pessoa escuta que Maria e João ficaram perdidos em uma floresta escura, enfrentaram uma bruxa malvada, mas que encontraram o caminho de volta, ela tem material sensível e poético para enfrentar com coragem e leveza as florestas e bruxas que a vida nos apresenta. E a vida é feita de perdas, desafios, maldades, não tem como fugir, não é mesmo? E precisamos de bases simbólicas para viver tudo.”
A MENINA QUE ABRAÇA O VENTO
O REIZINHO MANDÃO
URASHIMA – TARO
A REVOLUÇÃO DA CINDERELA
Por VICTOR CANTAGESSO