Olá, querido leitor!
Iniciaremos hoje uma conexão especial, isso porque você está fazendo parte da realização de um sonho que eu mantinha timidamente na minha imaginação.
Ser colunista de uma revista de arte e literatura, com a relevância da The Bard, estava além das minhas expectativas; por isso agradeço a oportunidade e aproveito para compartilhar minha empolgação.
Assim que recebi o convite do idealizador e diretor da The Bard, o poeta J.B Wolf, soube imediatamente que embarcaria numa linda jornada e fiz questão de preparar um ambiente especial para começar a escrever minhas primeiras linhas da Coluna. Então, acordei cedo, acendi um incenso, agradeci a Deus pela oportunidade e pedi por inspiração, depois de um banho e uma maquiagem leve, perfumei-me com minha essência preferida: Hipnôse, mas mantive meu estilo casual e optei por usar jeans, camisa branca e Adidas. Já servida de uma boa caneca de café e no silêncio total das 5h da manhã, comecei a planejar a coluna e tudo que me vinha em mente era falar sobre o poder transformador e inspirador que a arte, a psicanálise, a filosofia e a espiritualidade possuem em nossas vidas. Foi assim que nasceu a coluna “Alma em Perspectiva”.
Como tema de estreia, me senti inclinada a falar sobre o título da coluna; logo de início duas perguntas me vieram em mente e penso que podem estar passando pela sua cabeça, também:
“O que é Alma?” e “Como a Alma pode ser colocada em perspectiva?”.
Pois bem, como inspiração para falar sobre a Alma, escolhi uma frase atribuída a Sócrates, no diálogo Fédon do filósofo grego Platão:
“A alma é, pois, imortal; renasceu repetidas vezes na existência e contemplou todas as coisas existentes e por isso não há nada que ela não conheça! Não é de espantar que ela seja capaz de evocar à memória a lembrança de objetos que viu anteriormente, e que se relacionam tanto com a virtude como com as outras coisas existentes.”
O diálogo platônico, especialmente essa passagem, me faz acreditar que sou Corpo e Alma e, embora o corpo seja mortal, minha Alma é indestrutível e imortal, persistindo além da destruição do corpo. Se a Alma se renova em várias existências, carregando consigo as experiências e conhecimentos adquiridos, então concluo que ela é sábia. Assim, carrego em mim a sabedoria e sou um Ser Imortal e Sábio.
Acho que essa interpretação pode bagunçar um pouco as ideias, a minha bagunçou! Mas, vamos em frente.
A Alma é a nossa essência, é aquilo que anima o corpo. É dela que vem a nossa sabedoria, que guarda segredos que nos ajudam a viver com mais plenitude; e mesmo que tenhamos a oportunidade de encarnar em um novo corpo físico, a nossa Alma permanece a mesma, trazendo consigo todas as experiências e conhecimentos das vidas passadas. A Alma não é algo que vive em nós, ela é o que somos e é ela que nos dá incentivo, estímulo e sustento para a nossa existência.
Considerando as doutrinas que não contemplam a possibilidade de que já vivemos outras vidas, quero dizer que respeito todas as crenças. Sei que cada pessoa tem uma perspectiva única sobre a Alma, formada por conhecimento, experiência, crenças e valores. No entanto, trago para a coluna as minhas ideias e, principalmente, o desejo de compreender nossa essência e encontrar respostas para nossas inquietações, buscando força interior para mudar aquilo que nos incomoda.
Somos seres em construção e podemos seguir pelos caminhos que desejarmos, somos livres para pensar, interpretar e mudar, ou não, nossas convicções ao longo do tempo.
A Alma, que é capaz de armazenar e recordar experiências, tem o potencial de ser estimulada através de perguntas para despertar em nós o apreço pelo o que é belo e virtuoso, e assim podemos desenvolver nossa capacidade de agir com fraternidade, benevolência e justiça. Pensando dessa forma, ouso questionar: a sabedoria que carregamos em nossa existência pode nos levar a mudanças positivas?; podemos encontrar respostas, conforto ou sentido para nossas dores através de reflexões pessoais?; podemos nos fortalecer através de valores morais e virtudes que carregamos em nossa consciência, mesmo que de forma inconsciente?
Se pelo menos uma dessas questões foi respondida com sim, então podemos analisar e interpretar nossa essência, colocando nossa Alma em Perspectiva.
Se considerarmos as raízes religiosas, que nos apresentam a Alma como uma pequena centelha daquilo que compreendemos como Divino, podemos inferir que a Alma é inteiramente boa e possui em seu cerne fontes de intuição e sabedoria.
Nessa perspectiva, poderíamos afirmar que a Alma pode nos guiar para a tão sonhada felicidade.
Eu acredito que temos em nós uma faísca de Deus, mas não foi por acaso que optei por citar um filosofo para falar de Alma. A filosofia tem sua origem na Grécia Antiga e a palavra “filosofia” é composta por duas raízes gregas: “philo”, que significa amor, e “sophia”, que significa sabedoria. Portanto, “filosofia” literalmente significa “amor à sabedoria”. Embora tenham divergências entre estudiosos, é comum atribuir a origem da filosofia a Tales de Mileto, que viveu por volta do século VI a.C.; naquela época, a religiosidade e o misticismo discorriam sobre as possibilidades de explicar a vida e, ainda assim, uma inquietação acometia homens que ousavam questionar a natureza da própria existência.
Acredito que o exercício da espiritualidade, a busca pelo conhecimento do mundo e o autoconhecimento não precisam ser excludentes. Quando eu era adolescente, em vez de assistir novelas e comédias românticas, eu preferia ver o “Café Filosófico” na TV Cultura. A filósofa Marcia Tiburi me fascinava e eu refletia sobre cada ideia apresentada, mesmo que minha mente ainda não conseguisse compreender completamente os assuntos abordados e desenvolvidos. Hoje, sinto que estou cumprindo minha missão de vida, porque ouvi minha Alma e me dediquei ao estudo da mente humana e da espiritualidade; saber que existe uma infinidade para aprender só me inspira a continuar estudando.
E você, já parou para pensar nas coisas que gostava na juventude e se essas coisas ainda fazem parte da sua vida?
Preste atenção aos impulsos que te levam para determinados assuntos, exerça seu direito de se reinventar, duvidar, questionar, mudar de opinião ou até mesmo manter-se fiel aos princípios e valores que julga correto. O mais importante nesse momento é compreender que existem diversos pontos de vista sobre diversos temas e uma das mais importantes lições filosóficas é aceitar a própria ignorância.
Querido leitor, sou uma buscadora apaixonada pelo conhecimento de Grandes Mestres e como colunista tenho minha abordagem pessoal e minha forma de interpretar tudo que vejo, mas não almejo te convencer a absolutamente nada, apenas espero contribuir de alguma forma.
Faça uma viagem de volta à sua infância e adolescência, e se perceber que deixou algo para trás que te faria mais feliz, não se contenha em resgatar. Às vezes, é na inocência da infância e na impulsividade da juventude, que deixamos nossa essência reverberar.
Aproveitando, quero te convidar para que me acompanhar nas redes sociais e compartilhar comigo suas ideias, será uma alegria conhecer suas perspectivas.
Nos vemos em breve!
Por MIA KODA