Apresentação
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Apresento nesta edição da ¨Revista Internacional The Bard¨, um tema de relevância no contexto atual.
- O tempo, os dias que passam e a juventude que vai deixando de estar nas vidas que abraçam um ciclo conhecido como ¨Pessoa idosa¨ ressaltando a centralidade do indivíduo.
- ¨Velhice¨ é um tempo que pode ser usado para quebrar preconceitos e estimular as pessoas a enxergarem o envelhecimento não como uma diminuição da produtividade, da inteligência, do bom humor e da capacidade física.
Para Beauvoir (1970), a velhice é vivida, sobretudo, no corpo situado no mundo. Como afirma, toda a condição humana pode ser encarada de dois modos: em sua exterioridade, pela forma que se apresenta ao outro, em sua subjetividade e em sua interioridade, segundo o modo pelo qual é assumida subjetivamente.
A juventude, que não existe a partir dessa fase, modifica comportamentos, sendo necessário o aumento da autoestima e equilíbrio emocional. Há momentos na vida em que é preciso perceber a plenitude do presente, mesmo quando, na velhice, não seja dada a devida importância, seja por parte da família ou da sociedade. Fica assim, o desejo de que pesquisas sejam ampliadas tendo como foco a pessoa idosa, buscando a integração bio-psico-espiritual, buscando a vibração deste ser humano na sintonia da alegria, felicidade e do amor pleno.
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Etarismo
Muito tem sido falado nas mídias sociais, em grupos de debate, em universidades e nos mais variados meios de discussões interpessoais sobre o etarismo, no entanto, ainda há que se propagar e considerar a importância deste assunto no contexto atual em que estamos inseridos.
Um vislumbre do significado da palavra etarismo encontrei no site uol com as seguintes palavras:
¨Etarismo é o preconceito contra a pessoa devido a sua idade. Este preconceito afeta
pessoas jovens, porém, é muito mais comum em pessoas idosas, manifestando-se de diversas maneiras, como na forma como consideramos a opinião de uma pessoa somente por ela ser idosa¨.
Preconceito
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Os idosos são vítimas do preconceito no Brasil, embora representem 15% da população, ainda há quem os classifique baseado em estereótipos e normas que são veladamente (ou não) impostas a sua conduta.
Quem nunca ouviu alguém falar a um idoso: ¨Você não tem mais idade para fazer isso¨ ou;
¨Pela sua idade você não deveria usar essa roupa¨
¨Seu comportamento está ridículo considerando a idade que tem¨….
Estes são exemplos superficiais, a profundidade do assunto carrega uma gama imensa de reflexões sobre a velhice.
Pesquisas mostram que o Brasil enfrenta um desafio preocupante em relação a discriminação contra pessoas idosas. Esse fenômeno é evidente tanto no mercado de trabalho quanto nas interações humanas, incluindo o ambiente digital.
É essencial conscientizar a população sobre o direito dos idosos e promover uma mudança cultural que valorize e respeite essa parcela tão importante da sociedade.
A importância da pessoa idosa no mundo
O idoso desempenha um papel essencial na sociedade, visto que é ele quem carrega toda uma vivência que a população jovem não possui. Experiência de vida, histórias para contar, sabedoria adquirida ao longo dos anos e um coração aberto para acolher os
familiares bem como a quem mais necessitar de acolhimento genuíno. Estes são alguns atributos que a pessoa idosa traz para compartilhar no âmbito familiar e nas comunidades de acesso. O idoso costuma ter uma visão ampliada do mundo e um senso de responsabilidade que pode inspirar as novas gerações, fazendo renascer com suas vivências, o pulsar de singularidades em busca de suas profundidades cognitivas e emocionais.
Uma sociedade que inclui e valoriza essa população 60 +, tende a ser uma sociedade mais justa, mais humana e empática, mais saudável e fortalecida.
Não é tão difícil adquirir este raciocínio: Só envelhece quem tem o privilégio de estar vivo….
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Pessoas em destaque
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Há inúmeras pessoas que se destacaram em diversas áreas da sociedade após os 60 anos. Que isso nos inspire, que pessoas assim despontem cada vez mais com a sua sabedoria e criatividade para contribuir significativamente rumo a um mundo melhor, mais humanizado e feliz.
Cito aqui apenas alguns(poucos) exemplos para ilustrar o tema.
- Nelson Mandela:
Após ser libertado da prisão aos 71 anos, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Sua luta pela igualdade e pelos direitos humanos, tornou-o um ícone mundial.
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- Leonard Cohen:
Fonte de inspiração para muitos, lançou seu álbum ¨You Want It Darker¨, aos 82 anos. O cantor e compositor demonstra não haver idade nem prazo de validade para a criatividade humana.
-¨Grandma Moses¨ (Mary Robertson Moses) começou sua carreira como pintora em sua casa aos 78 anos, tornou-se famosa pela sua arte dando sua contribuição ao mundo até o fim da sua existência aos 101 anos.
Alguns exemplos no Brasil
- Miriam Pires:
Começou a ganhar espaço no cenário artístico brasileiro após os 60 anos, com suas obras que exploram a relação entre o corpo e o espaço.
- Heloísa Buarque de Holanda:
Figura importante na literatura e na crítica cultural, foi após os 60 anos que se destacou mais intensamente na arte contemporânea, com suas intensas reflexões sobre cultura e sociedade.
- Cora Coralina (Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas), teve seu primeiro livro publicado aos 76 anos. Reconhecida e amada pelo país inteiro, tornou-se uma das poetisas mais lidas do país.
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Destaco uma bela narrativa da poetisa:
O QUE É VIVER BEM?
Um repórter perguntou à Cora Coralina que viveu até os 95 anos.
- O que é viver bem? Ela lhe disse:
¨Eu não tenho medo dos anos e não penso na velhice. E digo para você: Não pense. Nunca digo que estou envelhecendo ou estou ficando velha. Eu não digo. Eu não digo que estou ouvindo pouco. É claro que, quando preciso de ajuda, eu digo que preciso.
Procuro sempre ler e estar atualizada com os fatos e isso me ajuda a vencer as dificuldades da vida.
O melhor roteiro é ler e praticar o que lê. O bom é produzir sempre e não dormir de dia. Também não diga que está ficando esquecida, porque assim fica mais.
Nunca digo que estou doente, digo sempre: estou ótima. Nunca digo que estou cansada. Nada de palavra negativa. Quanto mais você diz estar ficando cansada e esquecida, mais esquecida fica. Você vai se convencendo daquilo e convence os outros.
Então, silêncio!
Sei que tenho muitos anos. Sei que venho do século passado e trago comigo todas as idades, mas não sei se sou velha não.
Você acha que sou? Tenho consciência de ser autêntica e procuro superar todos os dias a minha própria personalidade, despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto, pois lutar é a palavra vibrante que levanta os fracos e determina os fortes.
O importante é semear, produzir milhões de sorrisos de solidariedade e amizade. Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça.
Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé.
Faço tudo que devo fazer, com amor.
Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois,
Bondade Também se Aprende¨.
(Cora Coralina)
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Diante do escrito, penso que a nossa tarefa para nossos idosos é cuidar, zelar, dar abraços e mais abraços. Ser sensível e inclusivo, a dedicação aos mais velhos pode nos renovar e proporcionar reflexões sobre viver e envelhecer, acolhendo com carinho essa travessia.
Deixo o meu carinho aos leitores…
Por ELKE LUBITZ
