O mundo das cartas traz em si um fascínio gigantesco, pois sugere conexão, troca, fantasia, amor entre tantas outras coisas pelas quais somos totalmente apaixonados. Há muito que aprender com toda a história epistolar por entre os séculos.
Desde a antiguidade, sentimentos, informações e pensamentos foram compartilhados a distância sendo utilizado este recurso.
As tábuas de argila da Mesopotâmia e os hieróglifos egípcios podem ser considerados os precursores da correspondência.
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Viagem através do Tempo
Na Idade Média, as cartas eram meios de comunicação entre nobres e figuras religiosas. No Renascimento, a troca de missivas tornou-se importante para a comunicação entre intelectuais, artistas e amantes.
Ressalto aqui as correspondências entre Rilke e Kafka.
Autores como Madame de Sevigné e Goethe, transformaram, no século XVIII, esta forma de comunicação para explorar o entendimento das questões humanas relativas a sua profundidade. O que elevou suas cartas ao nível de obras literárias.
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No século XIX, o grande marco foi a criação do selo postal. Além disso, o século XIX viu o surgimento de correios privados e o uso de papel timbrado e envelopes o que possibilitou a organização deste segmento.
A correspondência nuca foi apenas uma forma de comunicação, e sim, um reflexo d cultura e da sociedade de uma época.
Os avanços da Tecnologia
Os avanços da tecnologia proporcionaram rapidez na comunicação. O que anteriormente demorava dias ou semanas, na atualidade nos chega em segundos. Não falo apenas pelo aspecto da informação, mas, no aspecto cultural, artístico, histórico e cultural em toda a amplitude de difusão.
Por intermédio de e-mails, posts no instagram, mensagens via whatsaap, etc.
Há que cuidar sempre, que a arte nos humanize, que o espírito solidário se fortaleça, que a tecnologia nos auxilie para um Bem maior. Que sejamos cautelosos e sensatos, sempre. Que o amor prevaleça em qualquer situação.
Para falar de Poesia
Cartas a um jovem poeta, de Rilke, vem inspirando multidões.
Embora escritas há mais de um século, as cartas despertam reflexões sobre aspectos do século 21. Em tempos de conferências climáticas, como a COP-15 (Conferência de Copenhagen), ressalta-se que questões já trabalhadas por Rilke no início do século 20 permanecem atuais: “Ele é um poeta ecológico. Um dos conselhos já na primeira carta (trecho abaixo) é de que o Kappus se aproxime da natureza para entender o que é o mistério humano”.
Cartas a um jovem poeta, é um livro de dez cartas que o jovem Kappus remete a Rilke, falando de suas dúvidas entre abraçar a sua carreira literária ou ingressar na carreira militar. Há entre eles uma troca de correspondências que responde a muitos questionamentos do jovem rapaz e que nos trazem a tona valores por ora e muitas vezes esquecidos.
Cito um trecho poético, que muito me faz bem reler;
¨ …por isso é tão importante estar sozinho e atento quando se está triste: porque o instante aparentemente parado, sem nenhum acontecimento, no qual o nosso futuro entra em nós, está bem mais próximo da vida do que aquele outro ponto, ruidoso e acidental, em que ele acontece como que vindo de fora”.
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Por ELKE LUBITZ LAUTERT