AUTOPOIESE E NARRATIVAS – As Cores do mundo – Sem Fronteiras

AUTOPOIESE E NARRATIVAS – As Cores do mundo – Sem Fronteiras

De repente veio a inspiração, pensamentos e ideias. Como dizia Picasso. “Eu não procuro, eu encontro.” Eu posso também encontrar, um mundo em transformações sem dores e com muitas belezas literárias. A arte de sentir e ver estão intimamente ligadas sem fronteiras. As cores dão sentidos novos e terapêuticos, são como lindas histórias vestindo dia a dia, as nossas alegrias. Um mundo sem cor: é impossível imaginarmos.

(Stella Gaspar)

Iniciamos prazerosamente essa narrativa com a nossa autopoiese sobre “As cores do mundo – Sem Fronteiras”, trazendo aspectos interessantes sobre a vida com cores, suas significações em cada estação do ano e suas histórias nas sensibilidades, sentimentos e poesias nos grandes pintores da Renascença. Destacamos os pintores que fizeram história na cultura ocidental, tornando-se os principais artistas do Renascimento. “uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus.” “Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas, ou humanismo. Tal característica, representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). “

 

1- Leonardo da Vinci (1452-1519)

2-Michelangelo (1475-1564)

3-Donatello (1386-1466)

4-Sandro Botticelli (1445-1510)

5-Rafael (1483-1520)

6-Ticiano (1488-1576)

7-Caravaggio (1571-1610)

8-Jan van Eyck (1390-1441)

9-Hieronymus Bosch (1450-1516) 

 

Esses artistas revolucionaram o universo das artes e tornaram-se referências do Renascimento. O Renascimento surgiu na Itália durante o século XIV e se estendeu até o século XVII, se espalhando por toda a Europa, sendo o primeiro grande movimento artístico, científico, literário e filosófico da modernidade.

” o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época.”

Esse período foi um marco importante para a história do Ocidente e palco de grandes gênios da arte. Citamos “Leonardo da Vinci e Michelangelo”, que produziram obras consideradas modelos de perfeição.

Leonardo da Vinci (1452-1519) é o autor da obra de Arte “Mona Lisa também conhecida como a (La Gioconda, no original)” ou ainda como Mona Lisa Del Giocondo. É uma pintura feita em tinta a óleo sobre madeira, datada de 1503. A obra é considerada a mais famosa da história da arte devido ao seu caráter enigmático, simétrico e que prima pela harmonia em proporções, composição e jogo de luz e sombra. Medindo somente 77cm x 53cm, a pequena tela atrai multidões que vão ao Museu do Louvre, em Paris, para ver o retrato de uma jovem mulher que encara os espectadores com semblante misterioso, denotando ora simpatia, ora altivez. O véu delicadamente pintado, os cabelos finamente trabalhados e a rendição cuidadosa do tecido dobrado revelam as observações estudadas por Leonardo da Vinci e a sua paciência inesgotável. 

Imagem de WikiImages por Pixabay

Assim, como todas as obras de arte, “A Gioconda”, conserva sua parte de hermetismo, de sonho, de poesia atemporal e de mensagem universal, que, por essência, suscita todas as interpretações” (Loyrette 2005: 3). É uma obra que apresenta delicadeza e sinuosidade integrando encantos, mistérios e poesia, despertando ideias, evocando sentimentos, a curiosidade despertada no poeta que busca chegar na inspiração que o leva a poetizar.

 

Autoria

Ary Bueno

 

O Sorriso da Mona Lisa

O sorriso de Mona Lisa, um enigma estampa

Assim é minha vida, cheia de mistério, de dor

De sofrer, que não sei como a alma encampa

Mas o coração, sempre espera, o nascer da flor

Flor encantada, que tive junto a mim, em um cinema

Que, me fez, ver a beleza, de poder de novo sonhar

De sentir o calor de sua boca, e se tornou meu tema

Para neste verso de amor, poder a felicidade cantar

 

Não sei até onde este sonho poderá se realizar

Se está linda flor, jovem, bela, com um lindo olhar

Corpo sensual, cheio de vida, e de muito calor

Lábios doces, fala mansa, acariciante, cheia de amor.

 

Mas o poeta vive de sonho, de esperança, da ilusão

Que encontrou enfim, uma deusa para o seu coração

E como em um passe de mágica, ela roubou seu amor

E com suavidade, amparou o poeta, e afastou dele a dor

 

Agora a alma do poeta flutua, feliz até nas nuvens chegar

E ali adentra com seu sonho no paraíso do divino amar

Com a esperança, de que jamais nela encontrara a dor

E que para o resto de seu viver, possa ter achado o seu amor….

 

         A Mona Lisa, ou Gioconda, é o maior ícone renascentista do século XVI e talvez o mais popular em nossos tempos, tendo influência de toda uma conjuntura histórica, conforme procuramos descrever. Até os dias de hoje, nunca deixou de suscitar perguntas a respeito de sua expressão enigmática, especialmente em torno de seu sorriso.

            Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. “Não basta abrir as janelas para os campos e o rio. Não é bastante não ser cego. Para ver as árvores e as flores. Escreveu Alberto Caeiro. No século XIV. Leonardo da Vinci dizia: “o olho é a janela da alma”.

 

Leonardo da Vinci sabia disso e afirmou em frases poéticas.

 

A PACIÊNCIA…

“A paciência para os ultrajes é como a roupa para os que sentem frio: à medida que o frio aumenta, cobre-te com mais roupas, e não sentirás frio.

Assim também, no momento dos grandes ultrajes, aumenta a tua paciência, e a ofensa não chegará a tua alma”.

(Leonardo da Vinci).

 

 

 Michelangelo (1475-1564). Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni, mais conhecido simplesmente como Michelangelo ou Miguel Ângelo, foi um pintor, escultor, arquiteto e poeta do Renascimento Italiano. Um dos maiores representantes das artes plásticas do período Renascentista. Convivendo com a elite nobre e intelectual, empolga-se pelas ideias do Renascimento Italiano. Sua grande paixão foi a escultura.

Certa vez ele disse: “A figura já está na pedra, trata-se de arrancá-la para fora”.

 Irradiamos com o que vem de dentro de nós, energias restauradoras e renovadoras. Acreditamos a partir das palavras de Michelangelo, que é um despertar, do Criador dentro de nós. Então, desabrochará o nosso ser inteiramente amoroso e pacífico na arte de viver em paz.

Sua paixão pela grandiosidade transpareceu principalmente na arquitetura. Entre as obras de destaque produzidas por Michelangelo no campo da escultura estão Pietà, de 1499, e Davi, produzida entre 1501 e 1504. No campo da pintura, destacam-se os afrescos que ele produziu no teto da Capela Sistina, a pedido do papa Júlio II, entre os anos de 1508 e 1511.

Na Capela Sistina encontra-se uma das obras mais emblemáticas de toda a Renascença Italiana: o teto da Capela Sistina. (1508 e 1511).

Imagem de H. B. por Pixabay

 

Através da aparente calma emanada pela expressão de Davi, percebe-se a tensão interior pela postura do torso ligeiramente inclinado e pela cabeça voltada para o lado, oferecendo o perfil ao espectador. O herói bíblico não mostra sinais do combate vitorioso nem demonstra arrogância. Transmite, isto sim, uma força viril, que nasce da juventude sustentada pela beleza, o que a torna admirável.

Imagem de Squirrelsdoom por Pixabay

 

As cores são como as estrelas, sem limites no mundo imaginário.

A imaginação é um prisma brilhante, que reflete todas as cores que decompõem os menores átomos de luz, que faz cintilar um raio de pensamento por cada uma de suas facetas diáfanas”.

(José de Alencar)

 

Quando desejamos ficar tranquilos olhamos o mundo com mais cor, calmamente contemplamos as estrelas que iluminam mundos, falando a mesma linguagem dessa obra-prima. As estrelas tem harmonia entre o homem e a natureza, são exuberantes brilhando nas flores silenciosamente e isso é um fenômeno fantástico, elas nos fazem sonhar, dão vozes aos pensamentos.

 As cores são como as estrelas, estão em todos os mundos, mexem com as nossas imaginações e sentimentos aguçando a nossa criatividade. Nós, como a terra, somos iluminados pelas estrelas, acrescentamos que também pelo sol, ora pela lua. O mundo além das fronteiras é inundado pelas cores e seus significados. Sob a luz das estrelas e das cores, somos seres pensantes e afetivos, necessitados em nossos corpos das cores que em sentimentos, recordações, momentos os vestem.

 Como a Arte, as estrelas comunicam-se com nossos pensamentos e preferências no nosso mundo real e de fantasias. O Universo é colorido em suas cartografias, tudo é harmonia. As cores são alegrias compartilhadas, transformam-se em um grande arco colorido com um sinal de esperança. Um Arco- íris lá no céu, em uma mistura de cores.

Imagem de Fietzfotos por Pixabay

 

Também as cores empregadas por Leonardo da Vinci, revelam uma observação criteriosa da natureza:

Leonardo aconselha olhar o arco-íris; obter-se-á um efeito agradável colocando as cores uma após outra as que são vizinhas no arco-íris, como o verde e o azul, ou que são, ao contrário, completamente opostas, tais como o vermelho e o verde. Para Da Vinci o branco não é uma cor em si, mas um ‘receptáculo’ de todas as cores. Não sei se os historiadores da ciência observaram suficientemente estas ideias muito sugestivas sobre o espectro, na qual pôde se inspirar Newton. (Vaux 1943: 23-24).

A cor, além de produzir uma sensação de movimento, expansão e reflexão, pode também nos oferecer impressões estáticas. Mas ao se misturarem recebem graduação de luminosidade. Podemos observa a beleza do nascer do sol e do pôr do sol, com sua luz e cores.

As flores florescem, com as céu as estrelas ao cair da noite, lá estão iluminando mundos de seres sensíveis, desejantes, solitários, alegres, angustiados, estressados. Somos multidão com nossas diferenças, mas que de repente nos encontramos com alguém distante, e o mundo fica todo colorido, bonito com cada um de nós sendo uma estrela com nossas potencialidades humanas e inteligências. 

Quando olhares o céu à noite eu estarei habitando uma delas e de lá estarei rindo.

Então será, para ti, como se todas as estrelas rissem. Dessa forma, tu e somente

Tu, terás estrelas que sabem rir.

(Saint – Exupéry. O Pequeno Príncipe)

Imagem de Gerd Altmann por Pixabay

 

 Era uma vez, tintas, pincéis e imaginações …

Uma imaginação que com lápis, pincéis e tintas pode ser uma atividade libertadora, com movimentos de solturas. Com as cores podemos relaxar, liberar emoções e incentivar nossa imaginação. A atividade com pinturas propicia liberdade interior e criatividade.  As cores produzem sensações de movimentos, de sentimentos, reflexões e transformações.

Na Psicologia, distinguem-se as cores como quentes e frias. As primeiras favorecem os processos de adaptação e ardor (vermelho, amarelo e alaranjado), têm o poder estimulante e excitante. As segundas favorecem o processo de oposição (azul, índigo e violeta), têm o poder sedativo e pacificante. As cores complementares (primárias e uma secundária) oferecem oportunidades criadouras.

A pintura é uma técnica que utiliza pigmentos em forma líquida para colorir uma superfície, atribuindo tons e texturas, esta superfície pode ser tela, papel ou parede. A pintura é diferente do desenho por usar pigmentos líquidos.

A cor é o elemento essencial da pintura. A estrutura fundamental de uma obra é composta pela relação entre as massas coloridas. A pintura faz parte da vida do ser humano desde o Renascimento, foi umas das principais formas de representação dessa época, estando presente nos dias atuais.

É necessário o exercício do “saber pensar”, podendo imaginar e acreditar nas diferentes possibilidades de transformação, da curiosidade, do entusiasmo, dedicação, amor e respeito. Cada individuo sempre cria com prazer, portanto ser valorizado por suas produções é uma contemplação importante.

 

Considerações finais

O artista não é mais autor da obra, mas um suscitador do ato criativo do outro…

Ele se contenta em propor ao outro, serem eles mesmos… (Oiteral, 2007, p.5)

Prezado leitor, deixarei para você, o meu encanto em palavras nas narrativas de um tema tão estimulador.  Citamos bonitas metáforas poéticas e suaves como a da estética do pôr do sol, lindo, romântico e que nos faz viajar por nossos mundos interiores. As cores do sol passam do amarelo, para a cor abóbora, para o vermelho, para o roxo. Nesse rápido movimento, somos apreciadores desse maravilhoso poético momento transformador.

 É o meu desejo que mergulhemos em sintonias, nesse mundo colorido, nos encantando com a criatividade do ser humano e da natureza. O mais fascinante nessa narrativa é a sua riqueza e diversidades, o mundo e suas cores, que se apresentam com múltiplas formas, conforme podemos observar nos estilos, nas essências poéticas, sentimentais e artísticas dos pintores do Renascimento que destacamos nessa autopoiese com suas genialidades, despertando as nossas sensibilidades, nos deslumbrando com suas obras de Arte belas e mágicas.

Assim, para terminar estes construtos na Coluna Autopoiese Y Narrativas, quero agradecer-lhes pela gentileza de seu acompanhamento.

Não podemos nos esquecer do processo criador, da capacidade de sonhar, imaginar, criar e transformar, espalhando o nosso olhar sensível. (Stella Gaspar)

Não há nada como um sonho para criar o futuro. (Victor Hugo)

Felicidades e Esperanças

Por STELLA GASPAR

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