COLUNA ÁGORA – Entrevista Com: Avani Peixe

COLUNA ÁGORA – Entrevista Com: Avani Peixe

 Avani Peixe ( Avani Peixe Lemos) nasceu na cidade de Poção-PE, onde viveu sua infância e juventude. Com formação Pedagógica e Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Olinda. Vem de muito cedo a sua admiração pelas artes em geral. Dedicando-se à pintura e à composição de contos e poesias. Hoje, reside em Maceió com esposo e filhos.

 Avani é uma mulher dedicada à família. A família é o seu centro de preocupação para a qual resolveu afastar-se da sua profissão e dedicar-se exclusivamente. Uma escolha feita por amor. Seus filhos são sua luz e para eles dedicou-se a fim de assegurar-lhes proteção, carinho, cuidados e acompanhamento. Se a família ocupou a maior parte do seu tempo, ela conseguiu algumas horas para escrever e pintar. A arte é a estrada que a faz sair do seu casulo e se enveredar por mundos imaginários. Do real que a cerca ela se inspira para criar com letras e tintas o universo pictórico literário no qual tem tanto prazer em viajar.

 Na escrita, Avani transforma uma casa, uma flor, um momento de vida, um sentimento, uma história do passado e do presente em poemas usando metáforas que nos convidam a adentrar nos versos que polinizam nossa imaginação com imagens singelas e suaves como uma nuvem. O cotidiano aparece em seus poemas de forma atraente, real e metamorfoseada em um canto que sai do coração. Com seu vocabulário simples, ela retrata os sentimentos mais profundos, o amor é calmo, volátil e convidativo, mas até as decepções são descritas imersas na compreensão. Identificamos na sua poesia algo de muito pueril repleto de gentileza e ao mesmo tempo descobrimos momentos cuja emoções são fortes e marcantes. A poesia de Avani é convidativa, nos embala por uma paisagem pintada com palavras convidativas, através das quais procuramos decifrar essa autora que transforma uma pedra dura e fria em poesia mágica.

 Com a mesma poesia, ela pinta, porém na tela a poesia tem traços fortes e cores expressivas que explodem aos nossos olhos. Avani se libera nas cores, é tanta profusão de cores que imaginamos uma festa alegre e feliz envolvendo os seus personagens. Pode-se até ler na mensagem das suas telas que essa dança de cores exuberantes é a representação da busca da felicidade, do se recusar a pensar nas tristezas. As mulheres pintadas por Avani exalam o perfume floral porque são elas mesmas flores tropicais. Essas mulheres parecem brotar de um jardim, são flores que olham para fora da tela com seus grandes olhos observadores. Como se estivessem a nos observar silenciosamente até que o seu olhar nos obrigue a buscar os segredos que elas desejam transmitir.

 

Entrevista

1

 REVISTA THE BARD Atividade cultural que exerce, se exerce?

 AVANI PEIXE Atualmente, faço parte de uma associação chamada INSTITUT CULTIVE SUISSE BRÉSIL – ART, LITÈRATURE ET SOLIDARITÉ, que faz intercâmbio cultural entre a Suíça e o Brasil.

 

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 REVISTA THE BARD Em que momento da sua vida a sua estrada bifurcou para as realizações culturais e sociais que você realiza hoje e como você fez sua escolha e para onde ela te levou?

 AVANI PEIXE Recentemente, em 2019, através de uma amiga de infância que se chama Montana Pittet, vim a conhecer a Cultive, associação que já citei anteriormente, onde tive a oportunidade de trazer à público a minha arte, sendo estimulada a melhorar minha técnica na escrita, expandindo meu conhecimento artístico e também minha consciência coletiva no que se refere à solidariedade.

 

3

 REVISTA THE BARD Quais as causas e projetos culturais e/ou sociais que você defende ou apoia?

 AVANI PEIXE Todos os quais a chamada INSTITUT CULTIVE SUISSE BRÉSIL venha a promover.

 

4

 REVISTA THE BARD Importante apresentar seus trabalhos no exterior?

 AVANI PEIXE Sim. É importante expandir os horizontes.

 

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 REVISTA THE BARD Quais os caminhos para o autor/artista se lançar fora do Brasil?

 AVANI PEIXE Uma boa interação na plataforma digital: mídias sociais, falar mais de um idioma além da sua língua materna, manter-se atento ao contexto social e o momento histórico da comunidade na qual vive e naquela que se quer angariar êxito.

 

6

 REVISTA THE BARD Você já publicou alguma obra?

 AVANI PEIXE Tenho vários textos publicados em antologias, 1 poema traduzido para o francês publicado na Revista Art Plus 2019 e participei de várias edições da Revue Cultive onde publiquei, contos, crônicas, poesias e expus obras.

 

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 REVISTA THE BARD Você já foi premiada?

 AVANI PEIXE Sim, Prêmio Natalino HoHoHo, oferecido pela redação da Revue Cultive, com o texto “Estimado Papai Noel”.

 VEJA A REVUE CUTLIVE -https://issuu.com/cultive/docs/revuecultivedezembro2020

 

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REVISTA THE BARD O que deseja alcançar ainda? Quais seus projetos?

 AVANI PEIXE A publicação do meu livro. Estou me preparando para publicar um livro de poesias. Pensando no título, talvez, “Dos Sonhos Fragmentados” e pretendo participar do Festival Internacional de Literatura e Cultura Cultive em Recife no mês de novembro e quem sabe poderei lançar o meu livro nesse evento.

 

9

 REVISTA THE BARD Sobre suas artes, que percurso você seguiu?

 AVANI PEIXE Tive uma matéria sobre minha arte publicada na revista Suíça ARtplus, e na revista Cultive; participei da exposição Adieux 2020; em maio estarei expondo minhas obras na galeria Artplus.

 LINK DA EXPOSIÇÃO – https://www.youtube.com/watch?v=18Cw8psTx5s

 

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 REVISTA THE BARD Deixe sua mensagem final.

 AVANI PEIXE “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a ti mesmo”, Mateus, 22:34 – 40.

 

EXPOSIÇÃO ADIEUX 2020

Clique aqui para assistir

 

OBRAS

 

Exaltação das Cores.

“A liberdade de expressar a arte”.

 

Por que Borboletas?

“Porque elas falam de melhores transformações”.

 

Lírio Amarelo
“A exuberância da cor da alegria, da pureza e amizade”.
Vaso Azul com Tulipas
“Sombra e luz”. Renascença em Tela
Trabalho realizado pelas rendeiras da minha cidade,
Poção –Brasil. Dejà Vu
“Um rosto na memória”.
Sol Nascente
“Luz que Incide e dá mais vida à vida”.
Rendeiras da Minha Terra, Poção – PE
Expressivo Olhar
“Na explosão das cores, sentimentos pertinentes a obra”.
Uma Moça na Janela
“As flores que aqui cresceram, dizem das flores que
cresceram num outro jardim em algum lugar”.

 

Louco amor

 

Vive nos rincões de minha alma adormecida

a despertar a cada manhã florida

sentimentos perdidos nos meus sonhos

ressurgidos a força da natureza.

Louco amor!

que estranho esse amor, meu amor

A ver-te em meus sonhos e fantasias

E, à vista realidade,

Cada vez mais nos distanciamos

Um do outro.

No que resisto a tua falta

Que seja a luz do dia

A sombra faminta dos amores tementes

E inseguros

Que seja o teu louco amor

Alimentado pela fragilidade minha.

Vês, meu amor!

Que este coração já não resiste a tanto dor.

Que estranho esse amor, meu amor!

Que ao intentar esquecê-lo

Por mais que de amor tem insistido

Todavia não há alcançado.

Teus olhos, olhos fluorescentes

Me seguem como sendo raios de luz

A sombrear as angústias

Das minhas fantasias

Deste meu viver tão curto.

Que estranho esse amor, meu amor

A levar-me por teus beijos

A despertar-me o mais sagaz desejo

De liberdade

Deste insano amor.

Tuas mãos à leitura do meu corpo

Me veste de alegria Alegria? sabes tu! Única.

Teu cheiro, me leva a deambular

Aos campos de pinhos silvestres

E de patchouli

À sedução

Dos meus sentidos todos

A eles todos, direi que sim.

Ah! Meu amor

Sabes tu o quanto que te quero!

Saberás tu, meu amor

Que este sentimento não me permite

viver

Um só instante que seja

Para dar-me o repouso merecido

Na solidão, o meu maior encontro

Assim, vão as noites e os dias.

Diz-me! O que queres de minha alma?

Da alma minha…

Já que tu por certo a tens por inteiro

Quando, pela primeira vez,

Em teus braços

Aos teus beijos

A escutar as batidas do teu coração

Vivi,

O encontro de duas almas reconhecidas

Ambas entrelaçadas

As circunstâncias da vida

Até que o destino separe.

Enquanto no vem o colapso

da final tristeza

vamos sorrir aos risos livres

e gargalhadas

a nos dizer de tudo

e por acaso

de tudo

a ninguém revelado

a contemplação dos Deuses do mar

do mar profundo

Convidando-nos a adentrar

Neste universo fantasmagórico

Daqueles que vivem a incerteza

Deste mal e bem querer,

Flor da vida, margarida…

Bem-me-quer, mal me quer.

De mãos atadas em uma deserta praia

Solta a força e leveza

Dos meus mais sensíveis sentimentos.

Tu, a dedilhar em tua guitarra

Uma canção de lamentos e glória;

Eu, a cantar no silêncio

da minha insistente dúvida

Uma canção de amor enganado

Por tudo que vivemos e sofremos.

Por certo nunca me dirás de ti

verdadeiramente

Tão pouco eu te direi daquilo que

em verdade sou, do que sinto.

Do que sinto?

Nós somos iguais.

Ah! Meu amor

São versos confusos

Desse nosso amor

Arraigado a viver

à revelia do destino

 

Avani Peixe Lemos

Por VALQUIRIA IMPERIANO

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