Londres é uma megalópole que encanta a todos por vários motivos, um deles, com certeza, é o repeito à riqueza e às diversidades culturais. No meio dos monumentos característicos, a cultura milenar chinesa tem seu lugar: a Chinatown, nome usado para denominar algumas regiões que em diferentes momentos da história, abrigaram um grande número de imigrantes chineses. Hoje, passear por Londres fica bem mais interessante ao passar por Soho, onde fica a a região de Chinatown, no distrito de Westminster . O local tem seu charme e concentra diversos elementos da cultura chinesa.
Segundo estudiosos da História dos Imigrantes, a antiga região de Chinatown localizava-se ao leste de Londres, tendo surgido no final do século XVIII, pela chegada e contratação de um grande número de imigrantes e marinheiros chineses, para trabalhar na companhia East India, responsável pelo estabelecimento de relações comerciais com a Inglaterra.
Até o início do século XIX, diversos estabelecimentos comerciais chineses já haviam sido inaugurados pelos imigrantes, com o objetivo de atender aos interesses da população local. Os restaurantes chineses criados na região atraíram a atenção dos britânicos além do esperado. Contudo, Durante a Segunda Guerra Mundial, a região foi bombardeada, resultando na destruição de grande parte das residências e estabelecimentos.
Por volta da década de 1950, os chineses, juntamente com outros povos asiáticos que ainda residiam em Londres, começaram a reconstruir suas lojas e restaurantes típicos no oeste de Londres. A Gerrard Street passou a ser o local dos primeiros grandes restaurantes de comida chinesa da capital inglesa. Grandes empreendedores chineses e suas famílias viram na região o potencial de crescimento de seus empreendimentos comerciais, passando então a investir bastante na região.
Imagem de Timeout por Haydon Perrior
Passear por Soho, atualmente, é andar entre cores e sabores, um charme à parte em Londres. A Chinatown londrina é um local convidativo, com uma atmosfera que caminha entre as culturas milenares e o mundo moderno, refletido nas arquiteturas, nas decorações dos estabelecimentos. Um ar asiático numa das regiões mais badaladas de Londres trouxe a Soho um encanto, capaz de atrair turistas de toda parte do mundo que por ali passeia.
Imagem de Clondres por Jorge Franganillo
Sair de Leicester Square e caminhar até a atual região chinesa em Soho é realmente encantador. O Portão de Chinatown, que foi concluído em 2016, é um dos maiores portões chineses do país. Ele marca a entrada no local de forma imponente e linda. Traz uma simbologia de passagem para outra atmosfera, outra cultura, outro mundo.
A beleza do lugar e de toda a capital inglesa fica mais radiante durante as celebrações do Ano Novo Chinês, que é marcado em grande estilo em Londres. A área fica repleta de dragões e bonecos gigantes, além de exibir artes marciais e muita comida típica. O evento atrai centenas de milhares de turistas que vêm especificamente para ver e viver a passagem do Ano Novo Chinês. Segundo os organizadores, é a maior celebração no mundo fora da Ásia.
A chegada do “Ano do Dragão” em 2024 aconteceu no dia 10 de fevereiro e foi celebrada por duas semanas. A concentração maior de pessoas aconteceu no domingo, no dia 11. Um lindo espetáculo, uma ótima oportunidade a acolher e respeitar a diversidade cultural. A celebração em Londres do dia 11 foi marcada pelo tradicional desfile que começou na Charing Cross, ao norte da Trafalgar Square, passou pela Shaftesbury Avenue até chegar em Chinatown.
Uma celebração colorida, rica, milenar, que trouxe artistas diretamente da China, exibindo as danças, os leões e bastante música típica. A Trafalgar Square ficou lotada às 11h, no momento da cerimônia de ações de graças, seguida de fogos de artifícios e alguns discursos. Os restaurantes da Chinatown, que oferecem meus típicos nesse dia, ficaram marcados pelas enormes filas na porta, na disputa por um lugar.
Assistir às celebrações do Ano Novo Chinês em Londres me fez refletir a respeito do palco vasto da humanidade, onde cada alma dança ao ritmo único de sua cultura e crença, o respeito às diversidades culturais e religiosas emerge como a sinfonia mais bela que podemos compor. Como os matizes de um pôr do sol, cada tradição, cada fé, cada manifestação cultural enriquece nossa experiência coletiva, pintando o mundo com cores vibrantes da humanidade. Foi bonito ver o respeito, a elegância com que os chineses foram tratados em sua rica e milenar celebração dentro da capital inglesa.
Imagem de Personare por Adriana Di Lima
Então, que ergamos nossos corações em reverência à harmonia da diferença, pois é na celebração de nossa diversidade que encontramos a verdadeira essência da humanidade – uma teia intricada de histórias, costumes e convicções, entrelaçadas em um tecido de compaixão e respeito mútuo. Que possamos, em cada interação e em cada gesto, cultivar um jardim de entendimento e aceitação, onde as flores da diversidade floresçam em toda sua beleza, alimentando nossas almas com a essência universal do amor e da compreensão.
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Por SUELI LOPES